O verde da esperança (por Felipe Fleury)

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O Fluminense tem pela frente uma temporada para ser melhor do que a dos últimos três anos. E as expectativas, pelo menos elas, são bem melhores do que aquelas que se apresentavam há exatamente um ano, quando, surpreendidos pela cisão Flu-Unimed, os torcedores tricolores fomos tomados por um sentimento de desalento provocado em grande parte pela massificação do pessimismo da imprensa, para quem, em sua maioria, o Fluminense não sobreviveria ao desfazimento da parceria de anos.

Não houve conquistas, mas o Tricolor sobreviveu e ainda conseguiu manter os principais nomes de seu elenco, além de, fora de campo, termos presenciado o início da construção das obras do nosso CT, graças à oportuna e feliz interveniência do tricolor Pedro Antônio Ribeiro da Silva.

Para 2016, porém, além da manutenção de seus melhores atletas, o Fluminense reforçou-se até agora com cinco nomes, garantindo, pelo menos na teoria, a competitividade de seu time – ainda precisamos de elenco mais qualificado, contudo – para o duríssimo ano que se avizinha. Diego Souza e Henrique, os mais conhecidos, prometem reforçar e dar mais qualidade ao meio de campo e zaga, respectivamente. O jovem Richarlisson pode ser uma grata surpresa no ataque se não se intimidar com a grandiosidade do Tricolor das Laranjeiras. Some-se isso a Cavalieri, Fred, Cícero, Edson e Scarpa e ninguém poderá dizer que não temos um bom time.

Ainda falta, segundo penso, todavia, um comandante à altura das tradições tricolores. Eduardo Baptista não é muito diferente de seus antecessores Cristóvão, Drubscky e Enderson, todos apostas que não deram certo. Serei seu maior entusiasta, torcerei como nunca para que seja o nome certo para dar ao Flu os títulos que lhe faltaram nesses últimos anos, mas no fundo, não acredito em sua capacidade profissional. Tanto por seu minguado currículo, quanto por seu período à frente do Fluminense em 2015, em que pouco ou nada demonstrou que pudesse credenciá-lo como capaz de comandar um clube da grandeza do Flu.

Tomara que não seja um treinador com os dias contados, até porque participou da pré-temporada, da escolha de parte do elenco e a sua saída antecipada em virtude de eventuais maus resultados, embora possa parecer ser a solução para o realinhamento provisório da equipe na competição, será por demais danosa para o planejamento do futuro tricolor na temporada.

Além das novidades de campo, fora dele também há boas novas. O Fluminense, pela primeira vez depois de quase 20 anos, não vestirá o seu uniforme confeccionado pela gigante alemã Adidas. Numa troca rápida e, aparentemente, vantajosa financeiramente para o Tricolor, o novo fornecedor oficial de uniformes será a empresa canadense DryWorld, cujos novos mantos produzidos por seus estilistas já foram, inclusive, aprovados pelo Conselho Deliberativo do Clube.

Que traga boa sorte ao Fluminense, já de há muito desamparado e relegado a segundo ou terceiro planos pela antiga fornecedora.

Por outro lado, será um ano, também, em que o torcedor, sobretudo o da capital, não terá muitas oportunidades para ver o time jogando em casa, em virtude das Olimpíadas. Além disso, o deslocamento rotineiro, mesmo na condição de mandante, será por demais desgastante para o elenco tricolor, uma vez que não se vislumbra a perspectiva real de o Flu mandar os seus jogos na cidade do Rio de Janeiro ante a ausência de opções viáveis.

Nessas horas sente-se a real necessidade de se ter um estádio próprio, pequeno que seja, mas moderno e que possa ser chamado de nosso.

Por fim, 2016 será um ano eleitoral. Eleições sempre mobilizam os candidatos, seus correligionários e o próprio eleitor.

Infelizmente, contudo, a temporada já se inicia com a notícia de que a ex-patrocinadora acionará o Fluminense na Justiça por supostas dívidas decorrentes de transações de jogadores que eram a ela vinculados. E o pior, tendo como mentor/autor, o antigo mecenas e atual candidato de oposição, Celso Barros, cuja ausência de escrúpulos parece não encontrar obstáculo no amor que diz ter pelo Flu.

Jamais poderia aceitar um presidente que é ao mesmo tempo credor do Fluminense. Seria antiético e imoral. Portanto, se Celso Barros tem suas pendências com o Clube, que as resolva de fora, nunca internamente, com poderes de gestor máximo, sobrepondo os seus interesses pessoais ao do Flu.

Ainda não me posicionei quanto ao melhor candidato para o Fluminense, mas de antemão posso afirmar que o senhor Celso Barros jamais terá o meu voto, pois jamais ajudaria a eleger um inimigo do Clube. Se um dia quis o bem do Fluminense, deve ter querido, precipuamente, muito mais o seu.

No mais, que 2016 seja o ano da redenção tricolor em campo, com os títulos que almejamos e, fora dele, com a escolha do melhor candidato para a sua presidência, com eleições limpas e pautadas pelo debate de ideias; que seja um ano de menos vaidades, menos eu próprio e mais Fluminense; que seja o ano do pavilhão verde, branco e grená tremulando imponente nos céus do Rio de Janeiro e do Brasil; que seja o ano em que o nosso verde faça vicejar a esperança de uma nova e grandiosa era para o Fluminense Football Club.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

Imagem: ff/pra

 

8 Comments

  1. Também estou na torcida mas considero um grande risco iniciar um ano eleitoral com o Eduardo Batista no comando, acredito no discernimento do torcedor e sócio com direito ao voto, vejo um voto no Dr. Celso Barros como um vascaíno votar no também ¨Dr. Eurico Miranda¨, elegê-lo será ficar nas mãos do ditador, de segunda… Saudações tricolores!

  2. O crápula do CB nunca terá meu voto. Se depender de mim não fará msis negociatas no FLU.

  3. ST**** Felipe

    Passaste-nos uma visão global do Fluminense, passado recente e perspectivas imediatas.
    A argúcia do olhar equivale à prosa pela qual verteu-se. Meus cumprimentos.

    Concordando integralmente com as ideias expostas, entretanto saliento teu raciocínio e argumentos sobre Celso Barros. Creio que disseste tudo e fechaste o capítulo em definitivo. Se alguém busca razões bastam as palavras no teu artigo de hoje.

    https://www.facebook.com/Fluminense-Eterno-Amor-160643460663656/

    1. Muito obrigado, Mauro. Infelizmente, nesse ponto, o radicalismo me parece necessário: votar em Celso é votar contra o Fluminense. Um abraço e ST

  4. Perfeito! E ainda tem gente que torce pela volta do CB. DEUS nos livre. ST.

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