Não causa espécie que, novamente, o Fluminense seja o alvo da fúria da hipocrisia no futebol brasileiro.
Afinal, trata-se de um longo processo de lavagem cerebral realizado em milhões de telespectadores e leitores, diariamente falando, até que estes alcancem o ideal corporativo, tornando-se massa bovina. Você já viu isso em outros cenários e épocas.
É conveniente que o Fluminense receba o tratamento de Geni do futebol brasileiro. Isso ajuda a disfarçar situações prosaicas como a da gênese da Copa João Havelange em 2000, por exemplo. Ou esconder as tramas dos Dualibis da vida.
Vivemos num país onde ainda se crê que a combinação de manga com leite no liquidificador é um composto letal. Onde se crê que a imprensa esportiva é integralmente pautada pela ética, sem que partes de seu patronato e corpo funcional estejam ligados a interesses, digamos, peculiares.
O que se questiona sobre o Fla-Flu não é a validação de um gol irregular, conforme descrito na peça teatral de Juca Kfouri, o grande jornalista esportivo corintiano que, por conta da própria paixão por seu time, acaba escorregando no caminho entre a verdade e a hipótese a ser marretada. Trata-se apenas de questionar legalmente uma clara afronta às regras, igual a tantas outras que temos visto por aí. Basta ler.
É claro que tudo isso toma dimensão ainda maior porque o adversário na questão é o Flamengo, o mais querido, o mais investido e também o mais azarado protagonista das tragédias alheias. Do ladrilheiro ao Serra Dourada, passando pelo que roubado seja mais gostoso, o tri em dois anos, a incrível coincidência da Flamenguesa em 2013, afora outras peripécias, o clube da Gávea volta e meia está envolvido em situações kafkianas que, por acaso, acabam lhe sendo sempre favoráveis, num furacão de sorte que remete à uma moeda que, quando arremessada, cai sempre com uma determinada face para cima, sem falhas. Ô, sorte!
À dirigência tricolor e à nossa torcida, cabem a veemente defesa do Fluminense e do Estado Democrático de Direito. Lutamos contra gigantes que tentam plantar verdades no solo fértil das dúvidas. Formadores de opinião vocacionados para impor verdades convenientes, que não se sustentam com trinta segundos de raciocínio elementar.
Definitivamente, o combustível da argumentação jurídica a respeito do tragicômico desfecho do Fla-Flu não pode ser alfafa. Afinal, a partida não foi disputada num pasto, e analisar o caso não pode se resumir a um coral de mugidos.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
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Perfeito como sempre Andel! Sobre o “jornalista” que citou em seu texto (aliás, deferência que sequer o sujeitinho medíocre merece!!!), dele e de seus colegas nada espero que não essas mentiras e galhofas de sempre! Espero, sim, como vc mesmo disse, que nós torcedores e, principalmente, a direção do clube, defenda com veêmencia a instituição desse novo linchamento de que estamos sendo vítimas! Abraço!!!
Paulo-Roberto,
mais um ótimo texto, que atinge o ponto nevrálgico da questão. Perfeita a expressão “massa bovina”, a qual convenientemente prefere ser agente manobrável, “acreditando” nas justificativas da “direção do sistema”. Parabéns! Leio todos os seus posts, com quais concordo.
ST.