Velloso, um ícone da meta (por Paulo-Roberto Andel)

Em tempos estranhos, onde alguns tricolores sugerem abandonar o passado de glórias, assim como outros acreditam que podem determinar como se deve torcer, o cenário é confuso, para não dizer perturbado.

Dia desses lembrei de Velloso. Um nome muito importante da história do Fluminense, mas pouco falado.

Oswaldo Luiz Velloso foi o primeiro dos seis goleiros do Fluminense que disputaram uma Copa do Mundo. Aliás, o Tricolor é, até hoje, o clube que mais forneceu goleiros para a Seleção em mundiais, ainda que não o faça desde 1986, com Paulo Victor. Ah, o Flu só não teve mais goleiros nas Copas porque, claro, no tempo de Marcos Carneiro de Mendonça não existia o Mundial de Seleções. Por fim, o Tricolor ainda realizou uma façanha que será muito difícil de ser batida: colocar dois de seus goleiros simultaneamente numa Copa do Mundo, casos de Castilho e Veludo no Mundial da Suíça em 1954.

Velloso jogou no Fluminense entre 1928 e 1935. Para seu azar, dentro do grande período onde o Flu não conquistou títulos, embora tivesse brigado efetivamente por alguns. Deixou o futebol cedo, aos 26 anos para se casar. De toda forma, deixou sua marca como um grande goleiro tricolor, com 92 atuações pelo clube, sendo 22 delas sem sofrer gols, o que lhe garante presença entre os 20 goleiros com mais partidas sem serem vazados na história do clube.

Em 1930, Vellozo entrou na partida contra a Bolívia, válida pela Copa do Uruguai. O Brasil venceu por 4 a 0 mas não avançou. O goleiro ainda defendeu a Seleção em mais três oportunidades a seguir, saindo invicto.

Mas a história não para por aí. Fora das quatro linhas, Vellozo deu mais uma contribuição para o Fluminense e conquistou seu primeiro título pelo clube, e que título: o Carioca de 1951, com o comando do mestre Zezé Moreira. Na conquista do Carioca, Velloso era diretor do clube. Essa competição ajudou significativamente no resgate da auto estima carioca no futebol, depois da derrota de 1950, e no ano seguinte renderia ao Flu o maior título de sua história: o Mundial de 1952.

No grande caminho aberto em 1919 por Marcos Carneiro de Mendonça, para depois se chegar às Copas do Mundo, o Fluminense honrou a Seleção com Velloso, Batatais, Castilho, Veludo, Félix e Paulo Victor. Castilho é o maior ídolo da história tricolor, Félix e Paulo Victor são permanentemente lembrados. É preciso valorizar Batatais e Veludo, pouco falados, além de Velloso, o menos citado dos heróis tricolores na meta da Seleção Brasileira.

O Fluminense e sua torcida precisam valorizar a nossa história.