O Marcelão, que também faz parte da minha junta médica e na verdade é quem eu conheço há mais tempo (se liga, Fagundes!), tava na verdade – e como sempre – desesperado antes da batalha paraguaia. Falava em vingança, revanche, por termos sido eliminados por eles duas vezes.
Cesinha e Mari tinham me convidado de vésperas pra assistir no Estádio Samarone, mas dei uma refugada inicialmente. Como a minha vida profissional especialmente trabalha no sentido anti horário e é cheia de surpresas, resolvi esperar pra confirmar.
Aí entra o Anjo da Guarda invariavelmente de plantão e acabo que tenho de atravessar a cidade pra resolver assuntos pessoais. Depois de lindamente resolvidos,chego a confirmar presença, mas estando num extremo da Zona Sul carioca, chego a criar opções para o deslocamento, mas desisto.
Ligo pro meu irmão Luís Filipe e, se agora não acertei a grafia, foda-se. Vou te botar um apelido. E fui pra casa dele aqui no Rio, não sem antes tomar a saideira num boteco onde rolava uma roda da pesada, feita com gente que é do riscado e o personagem Canário entra em cena: canta meia dúzia, toma duas e, ligado no relógio dos outros, parto pra ver o match.
Todo felizinho vou conversando com o motora do táxi, paro, compro cerveja e chego faltando uns 15 minutos pra começar. A querida Marta, a quem não via fazia anos, me recebe devidamente engalanada no seu modelito tricolor e damos prosseguimento aos trabalhos. Não demora, dou falta do celular e Filipe liga pro motora, que rapidamente chega junto e, mesmo não querendo, leva vintão por conta da generosidade.
Filipe, numa tensão pra mim injustificada, tenta dar um clima de arquiba no cafofo da querida Heloísa. Eu já quase numa altura que o urubu não vai e esses daqui não foram, né, lembro bem que Felipe Melo, André e John Kennedy, esse em especial,estiveram brilhantes. Pra desespero total do Caio Barbosa,o Diniz vem dando provas inequívocas que é o melhor treinador brasileiro e deveria assinar um contrato vitalício conosco.
Marcelão, meu irmão: estamos todos vingados com essas duas vitórias. Mas esses separatistas nos devem 1975 na semi, com requinte de crueldade pelo gol do Lula que, até o ano anterior, brilhava com a nossa 11. E a outra na final de 1992 da Copa do Brasil, num pênalti arranjado que tirou a taça de nossas mãos.
Faltam 24 dias e o primeiro jogo é no dia de São Cosme e São Damião. E aí Mario Presidente, reforça a promessa e gasta mais um tanto que a Ibejada agradece.