Vamos falar do grotesco no Fluminense (por Paulo-Roberto Andel)

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Não, não há terra arrasada.

Não.

O que parece estar à frente é a terra árida, improdutiva, fruto da destruição do bom futebol do Fluminense, por motivos provavelmente inconfessáveis.

A caminho da “campanha digna”, pérola fecal do desgraçado Peter Siemsen.

A matemática é simples e ajuda a raciocinar: vencendo o Cuiabá logo mais, o líder Botafogo colocará nove pontos à frente do Fluminense, com quatro vitórias a mais. Ainda não é uma distância imbatível com onze rodadas disputadas, mas deveria ser o suficiente para que o torcedor mais apaixonado refletisse o seguinte: quantas vezes o Fluminense tirou uma vantagem deste tamanho e conseguiu ser campeão? Bom, temos o Brasileiro de 2012 e o Carioca de 1995. Mais algum? É, a estatística não nos favorece.

Há muito pouco a dizer da atuação palerma de ontem, com direito a golaço contra e derrota evitada unicamente pela atuação de Fábio. Por sinal, tão palerma quanto o desempenho da equipe foram os papéis de Fernando Diniz e seu auxiliar Zé Pereba. O primeiro, por seu evidente desequilíbrio com a própria escalação extraterrestre que monta. O segundo, batendo boca com torcedor, usando o discurso calhorda de que é preciso abanar o rabo diante de (mais) uma atuação patética.

É certo que, ao contrário das marionetes midiáticas da gestão tricolor, o torcedor lúcido viu que mesmo no título carioca o Fluminense tinha alguns problemas em campo, o que se agravou com o desprezo dos juniores em prol dos patéticos engodos empresariais como Guga, Pirani e companhia, sem contar o vazadouro de dinheiro fora com nomes como Marrony.

O desastre não é a posição na tabela, longe disso. Na verdade, é a semeadura de mais um ano como figurante no Brasileirão. Ainda há tempo para mudar, mas será que o objetivo é realmente conquistar títulos ou apenas fazer teatrinho para a sanha de negociações constantes no elenco do Fluminense?

Um idiota dirá: “Todos os clubes trabalham com empresários”. O problema é que nenhum outro grande clube despreza dois ou três jovens laterais para improvisar jogadores fraquíssimos na posição, nem trata como “reforços” jogadores reservas de outras equipes. Apenas um: o Fluminense.

O clube onde vídeos carnavalescos são exibidos nas já distantes vitórias, mas o que resta depois de fracassos pontuais é um retumbante silêncio.

Não há terra arrasada, mas a necessidade premente de vergonha na cara. Vergonha na porra da cara!

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Meu novo livro, Fluminense Cotidiano, pode ser encomendado pelo WhatsApp 21 99634-8756 ou pelo Instagram @seboxis.

Quero declarar que é um orgulho ter publicado mais de 20 livros sobre o Fluminense sem depender de uma vírgula de alguns dirigentes e seus vassalos. Pelo contrário: eles é que têm seus nomes mal falados e enlameados, pela farsa judicial tramada contra mim anos atrás dentro do clube, que derrotei duas vezes na Justiça.

Apesar da invisibilidade que o clube tenta impor aos escritores que não acariciam os baixos meridianos da gestão – isso sem contar os papagaios de pirata e outros desajustados -, também é um orgulho ter divulgação midiática em grandes rádios, TVs e veículos da internet, mesmo para a produção de uma obra com tiragem artesanal, independente e sem o ranço da “chapa branca”.

Aproveito para divulgar meu mais novo trabalho fora do futebol, “A alma aflita das ruas”, porque amar o Fluminense não me limita a ser um escritor monotemático, sem falsa modéstia, como já sabem os que acompanham meu trabalho no Correio da Manhã e mesmo no Museu da Pelada.

“A alma aflita das ruas” se encontra em pré-venda. As duas obras saem pela Vilarejo Metaeditora, com produção do escritor Zeh Augusto Catalano. É coisa de profissionais.

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