Amigos, amigas, cada jogo do Fluminense é uma oportunidade para Abel escalar um time que faça sentido. Cada jogo do Fluminense é visto por Abel como oportunidade para inventar algo que não faz sentido algum. Haja vista o que aconteceu contra o Vila Nova, uma partida perigosa, de mata-mata, pela Copa do Brasil.
Não satisfeito em mudar o time aleatoriamente de uma partida para outra, tanto no esquema tático, quanto na escolha das peças, Abel resolveu escalar o Fluminense no que, em tese, seria um 4-2-4. Mais uma invencionice fadada a nos trazer muitos dissabores.
Reparem o curioso do fato de termos terminado o primeiro tempo perdendo de 1 a 0, com a incrível marca de nove chutes a gol do time deles contra três do nosso (com quatro atacantes), muito embora tivéssemos uma inútil posse de bola, já que não tínhamos meio de campo para construir jogadas.
Não que o 4-2-4 seja uma tragédia anunciada. Lembro-me de quando a Seleção Brasileira conquistou a Olimpíada de 2016 atuando nesse esquema. Acontece que a linha ofensiva de quatro tinha Neymar e Luan, dois jogadores com alto potencial para construir jogadas. Complementavam a mesma Gabigol e Gabriel Jesus. E o Fluminense? A quem caberia construir as jogadas? William e Árias, que se embolavam pelo meio, sem saber que espaço preencher, enquanto Pineida afundava pelo lado esquerdo e Luís Henrique jogava isolado na direita?
A nossa vitória, de virada, dramática, como de praxe, surgiu da banal ideia de colocar Ganso em campo no intervalo. Mesmo sofrendo o segundo gol, quando jogávamos melhor, apesar das outras confusas substituições, o Fluminense ainda teve fôlego e inspiração para buscar a virada, graças a um pênalti, no lance do primeiro gol, ao qual refuto duvidoso.
Às vezes eu olho as escalações do Abel e fico vendo alguém fazendo pirraça por ver sempre demolidas suas convicções. Demolidas pelo próprio jogo, é bom que se diga. Se há pirraça, então, é contra os fatos, embora o alvo pareça ser nossa paciência. Nossa paciência, forjada nos últimos anos a ferro e fogo, pois é o que temos de melhor com o que nos defender, ou largaríamos tudo para ir torcer pelo surf.
Na partida contra o Cuiabá, indignado com as revelações dos fatos, Abel desfez a linha de três meias, isolando Ganso e Nonato no meio, enquanto Wellington, que é volante, se afundava entre os zagueiros para fazer uma saída de bola sem qualquer qualidade, sem aproximação e sem inteligência.
Abel sabe que toda a raça humana protesta contra os seus três zagueiros, mas o que é toda a raça humana contra sua convicção? Então, só de pirraça, contra o Vila Nova, Abel finalmente resolve jogar com apenas dois zagueiros, mas, em vez de reforçar o meio, coloca quatro atacantes em campo. Quem conhece um pouquinho de futebol já sabia que não daria certo, mas depois é só correr para o colo do Ganso e ver se ele consegue resolver, para que Caio Paulista receba os méritos.
Eu acho que talvez Abel tenha a capacidade de reconhecer que o destino do Fluminense na temporada é mais importante que sua cizânia com os fatos. E que contra o Internacional ele escale o único esquema tático que verdadeiramente deu certo: o 4-4-2.
Amigas, amigos, tenho certeza de que veremos um grande futebol no Maracanã no próximo sábado, às 19h, com o Fluminense atuando da seguinte forma:
Marcos Felipe; Calegari; Nino, David Brás (Manuel) e Marlon; André, Yago (Nathan), Martinelli e Ganso; Árias e Cano.
E eu digo isso baseado nos fatos, esses que Abel não aceita. Eu, como jornalista, deles sou humilde servo.
Saudações Tricolores!
Preferia o Pineida na lateral direita. O Calegari afunila muito. E no segundo tempo, se estivesse cansado colocaria o Bigode no lugar do Cano e não o Fred. Não sei seria o caso de trocar o Arias ou um dos volantes para a entrada do L. Henrique, caso estejamos ganhando e buscando ampliar via contra-ataques.
S.T. Fernando, Rio.