O vacilo tricolor (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, alguém duvidava que ia dar merda? Alguém em sã consciência que soubesse da escalação contra o Santos achava que o Fluminense iria pra cima do Peixe tentar os três pontos? Abrimos mão completamente da tentativa de G7 (e até de G6) pelo Brasileirão para priorizar a Copa Sul-Americana, sendo que não conseguimos passar do empate contra o Nacional no Engenhão, e vamos para o Uruguai precisando ganhar. Onde esses caras estão com a cabeça? Porra, Marcelo Oliveira, você está de sacanagem com a nossa cara? Ganhamos do Atlético-MG pelo placar mínimo depois de tomar vários sufocos e a trave nos garantir a vitória, empatamos com o Nacional do Uruguai naquele show de ineficiência, três zagueiros o jogo inteiro para tomar gol de cabeça no fim, e agora essa paulada que tomamos de um rival que disputava a posição conosco e que, agora, está há seis pontos de distância. Sabe o que acontece agora? Se não ganharmos do Nacional na quarta, o ano acaba!

Ok, vou respirar fundo e falar com calma do que foi a nossa semana. O jogo contra o Atlético-MG, embora tenha sido uma vitória importantíssima, mascarou o que foi a partida. Se formos analisar friamente, o empate seria um resultado mais justo, pelo que as duas equipes apresentaram. Manteve a porcaria do esquema o jogo inteiro e fomos premiados com um belo gol, mas a sorte não nos acompanha sempre. No meio da semana, no jogo mais importante DO ANO, onde tínhamos que fazer o resultado, três zagueiros de novo. Mais uma vez a sorte nos sorriu e Gum, sempre ele, abriu o placar quase no começo do jogo. O Fluminense controlou mais o jogo, mas sempre sofrendo alguns sustos. Poderia ter ampliado em algumas oportunidades, mas o jogo nunca esteve definido. Quando o próprio Gum se lesionou, no segundo tempo, Marcelo Oliveira teve a chance de colocar o Daniel junto com o Sornoza, visando tentar matar o jogo. Não o fez. Trocou-o por outro beque, e deu no que deu.

Aí, sabendo que temos que vencer o Nacional para nos classificarmos, Marcelo Oliveira decidiu poupar O TIME TITULAR INTEIRO, sendo que tínhamos um jogo de seis pontos contra o Santos no sábado, em que poderíamos nos manter com chances de G6 ou G7 ou ficar na zona da morrinha, a seis pontos do “céu” e do “inferno”, ainda sem nos livrarmos totalmente do rebaixamento. Durante boa parte do jogo, o time pareceu conseguir garantir o empate numa baita retranca, mas isso durou até Frazan sentir cãimbras e precisar ser substituído. Sem zagueiros no elenco que pudessem entrar, puxamos um garoto da base, que sentiu o peso da difícil peleja e, poucos minutos depois, cometeu um pênalti bobo e discutível, que abriu a porteira. Tendo que buscar o resultado, o ferrolho foi pro espaço e tomamos mais dois em um espaço de tempo ridículo. Tudo isso para poupar um time que precisa vencer no Uruguai. Uma aposta pra lá de arriscada, Marcelo Oliveira. Muito.

E o que vem agora? Bem, virou obrigação vencer o Nacional a qualquer custo, sendo que os caras lá perderam pouquíssimas partidas no ano inteiro. A cereja do bolo é que agora, para retomarmos a tranquilidade, teremos que bater o Vasco no próximo sábado, para pelo menos encaminharmos o fim do pesadelo. Dependendo dos resultados desta semana, pode ser que 2018 acabe para nós no início de novembro, com nada a disputar e se preocupando apenas em fazer os poucos pontos que vão nos faltar para eliminar qualquer vestígio de ameaça de descenso. E é isso. Nosso “torcer pelo Flu” resumiu-se a esperar vitórias improváveis e o mínimo de vexames possível dentro de campo, já que fora dele é impossível esperar isso. Que venha mais um milagre sul-americano e uma vitória sobre um fraquíssimo Vasco essa semana. Deste time previsível, mal treinado e que não passa credibilidade, só dá pra esperar mesmo o imponderável que permeia a nossa história.

Curtas:

– O jogo na Vila, esse sim, era pra 3-5-2 (ou pra 4-5-1, mas ele não treina nesse esquema), abrindo o Mateus Alessandro pela direita, como fez contra o Nacional, e metia algum moleque rápido pela esquerda (talvez o Marcos Jr.), pra fazer a Ala. Fechava os três zagueiros com Frazan, Paulo Ricardo e mais um qualquer, até o menino que errou mesmo, deixava o meio com Airton, Dodi, Fernando Neto e Daniel, e promovia o ótimo Marcos Paulo a titular pra jogar com o Cabezas desde o início. Assim, você testaria várias peças, manteria o time no esquema de sempre e não passaria tanto sufoco. Marlon e Igor Julião não são alas e não funcionam direito nesse esquema.

– Faltam sete partidas para o fim do campeonato. Será que teremos um pênalti marcado a nosso favor até lá?

– E o VAR funcionou na Sula pro nosso lado, finalmente, né? Quantos jogos já não foram decididos por erros de arbitragem? Que seja sempre assim.

– Palpites para os próximos jogos: Nacional 1 x 2 Fluminense; Fluminense 1 x 0 Vasco.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

2 Comments

  1. Boa tarde. O teu palpite pode acontecer? até pode.É a possibilidade jogando contra a probabilidade. Não ganhamos deles em casa. Do Vasco, viramos fregueses desde a nossa 1a. queda quando o Eurico nos humilhava não admitindo sequer o empate contra nós. Os caras entram sempre babando e nós aprendemos a temê-los. Até o Botafogo aprendeu isto. E nos acostumamos, seja que time tivermos. É sempre pedreira. É o sintoma do apequenamento que vai nos transformando. Ano após ano. Tenho 65 anos. Tricolor…

    1. Eu concordo em tudo o que você disse, e os meus palpites são o último sopro de otimismo possível, porque é muito ruim ser colunista que parece torcer contra. Então, na maioria das vezes, meus palpites são votos de confiança ao Fluminense, principalmente quando ele mais precisa, que parece ser o caso agora. Só nos resta acreditar, querido Jurandyr. Saudações Tricolores!

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