Usando a fidalguia: fim do impasse (por Paulo Rocha)

Resolvido o impasse jurídico, as duas torcidas estarão presentes ao Engenhão no Fla-Flu deste domingo que decide a Taça Guanabara. O bom senso prevaleceu, a liminar foi derrubada e teremos festa de cores na arquibancada. Ainda bem; nosso querido e tão sacaneado Estado do Rio de Janeiro não merecia mais uma escrotidão.

É de se ressaltar a postura do Fluminense neste processo. Mesmo sendo o dono do mando de campo (determinado por sorteio), o Tricolor jamais cogitou que apenas sua torcida estivesse presente ao clássico. Foi uma bola dentro da diretoria: usando a fidalguia, tal qual preconiza o hino composto por Lamartine Babo, o clube angariou a simpatia geral (tão difícil para quem, nos últimos anos, foi tratado, injustamente, tal qual um judas) e garantiu uma boa receita que virá da bilheteria.

No que diz respeito ao time, mesmo cansado pela viagem de volta do Mato Grosso, creio que podemos levar fé. Confesso que, após o jogo com o Madureira e o primeiro tempo da partida contra o Sinop, pensei que tínhamos perdido o rumo (como já acontecera com Abel na reta final da temporada de 2005). Contudo, a fibra mostrada na segunda etapa do jogo da Copa do Brasil me fez recuperar a confiança. Vamos para cima dos caras com o coração, com nossa camisa, com nossa torcida, enfim, com alma.

De uma coisa tenho certeza: mesmo que não conquistemos a Taça Guanabara – que possui valor, quando muito, simbólico devido ao regulamento do Campeonato Carioca deste ano – temos lenha para queimar. E como é bom saber que nosso time irá, no mínimo, lutar. Com dignidade acima de tudo. Pois se já usamos a fidalguia e temos esperança, que nosso arquirrival prove a força do nosso amor e do nosso vigor.

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Finalmente Sornoza desencantou. Na ausência de Scarpa, assumiu a responsabilidade, comprou o barulho e sequer se incomodou com a violência adversária em Sinop. Fez dois golaços. Começa a nascer um novo ídolo gringo para nos fazer esquecer de uma vez por todas certo mercenário mau caráter que nos trocou pelo dinheiro.

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Que Henrique Dourado seja nosso batedor de pênaltis. Em uma de minhas colunas anteriores, eu lembrei que, quando defendia o Palmeiras, ele se destacava pelas cobranças precisas. Geralmente com o goleiro adversário sequer saindo na foto.

Panorama Tricolor

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Imagem: judd