Uns dias tricolores (por Paulo Tibúrcio)

Enfim, o Fluminense está tendo um bom intervalo entre jogos. Estava precisando. Período para recuperação muscular dos jogadores (viu, Wendel?), reforçar a preparação física, avaliar o trabalho realizado até agora, acolher os novos reforços e intensificar o treino para consolidar o esquema defensivo, além de melhorar a eficiência do ataque. Que seja uma semana proveitosa para todos.

Para os torcedores é um bom momento para acompanhar o que tem acontecido com o clube – e tem acontecido muita coisa – dentro e fora do campo. O futebol se adapta à nova realidade. Na era da tecnologia, informação e consumerização, é importante participar de forma mais próxima do Fluminense. É hora de sair das redes sociais e ter uma atuação mais ativa. Seja na situação ou oposição e dentro das regras da ágora que permite o debate justo, com a consciência de que, ao estar ali, o objetivo final é sempre o melhor para o Fluminense.

No meu caso, aproveitando que o espaço do PANORAMA permite uma maior liberdade, aproveito para escrever sobre dois acontecimentos marcantes da semana passada. O primeiro diz respeito ao esporte. O segundo, sobre a existência humana.

Tivemos a despedida de Usain Bolt das pistas. Pude vê-lo correr a final dos 100 m nas Olimpíadas do Rio. Um espetáculo inesquecível. Bolt é um fenômeno, um mito. Mas até os mitos são feitos de carne e osso. Se despediu das pistas de maneira melancólica, caído ao solo, neutralizado por uma cãibra. Isto em nada diminui todos os seus feitos, mas fica o ensinamento de que mesmo os gigantes estão sujeitos a quedas.

Outro fato marcante foi a marcha da supremacia branca (sic) que ocorreu nos Estados Unidos. Não vivemos em mundo justo e atrocidades ainda ocorrem em boa parte dele, mas como conceber algo do tipo justamente na “Terra da Liberdade”, cuja nação foi construída em cima do suor, luta e trabalho de imigrantes de tantas partes do mundo que para lá se dirigiram em busca de oportunidade? Em menor escala, mas igualmente preocupante, foi a agressão ao imigrante líbio em Copacabana. Sinais de que a cultura do ódio e da separatividade ainda se encontram muito forte na humanidade. Temos que ter a atenção e atitudes necessárias para que tais atos diminuam e se extinguem da face da Terra. Menos mal que tanto lá, quanto cá ocorreram atos de desagravo. Ainda há esperanças.

E o que isto tem a ver com o Fluminense? Vai depender de como se enxerga o Tricolor dentro da visão de mundo de cada um. No meu caso, orgulha-me ver o protagonismo do nosso time além do futebol, ampliando-se inclusive para além do esporte, como no caso da doação do avião para o combate ao nazismo, este que ainda insiste em florescer nos dias de hoje. Que fique o ensinamento do nosso hino:

“Vence o Fluminense com o verde da esperança, pois quem espera sempre alcança”

Nunca deixar de acreditar. Usain Bolt teve muitas dificuldades em sua trajetória, mas conseguiu superá-las. Não se trata de uma esperança passiva, mas de se ter a determinação necessária para alcançar os objetivos. O Fluminense pode não estar na sua melhor fase, mas tem tudo para voltar a brilhar. Para isto precisa da participação de todos os torcedores, pois o Fluminense somos todos nós.

“Vence o Fluminense com o sangue do encarnado. Com amor e com vigor”.

O caminho que se tem para seguir não é fácil. Sentimos isto no nosso cotidiano. Temos que ser guerreiros para vencer as dificuldades. O Fluminense representa bem isto. Nossa história mostra que nossas glórias não foram conquistadas são acaso, foi preciso muita luta, dedicação e entrega. E será com este espírito que conseguiremos superar a má fase deste ano.

“Vence o Fluminense usando a fidalguia, branco é paz e harmonia”

O branco aqui não se trata daquele da alegada supremacia. Simboliza justamente o contrário. A fidalguia é a representação de que todos podemos conviver com nossas diferenças. Precisamos disto em nossa sociedade. Precisamos disto no Fluminense.

Por fim:

“Brilha ao sol da manhã qual a luz de um refletor, Salve o Tricolor!”

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @paulotiburciojr

Imagem: bit

1 Comments

  1. “Brilha ao sol da manhã qual a luz de um refletor, Salve o Tricolor!”
    E isso!!

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