Uma vitória que reacende o Flu (por Paulo Rocha)

A derrota no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca (de difícil, porém possível reversão) teve efeito de um balde de água fria nas pretensões do Fluminense. O ânimo tricolor despencou ao fundo do que parecia um abismo. Mas o expressivo triunfo de 3 a 1 sobre o Sporting Cristal, no Peru, na estreia da Libertadores, proporciona uma mudança na situação.

Em Lima, o Flu ainda teve que se defrontar com alguns fantasmas no início do confronto. Oportunidades perdidas, gol sofrido após falha, nervosismo, desencontro. Sem falar na arbitragem – mas essa, em jogos de Libertadores, é um caso à parte, sempre fez vista grossa contra os times brasileiros.

Mas aí é que está: o time mostrou poder de reação e, inspirado pelo talento de Marcelo e o oportunismo de Germán Cano, teve personalidade suficiente para reverter o quadro. Marcelo, aliás, ainda está fora de forma, mas o passe que deu a Arias no lance do segundo gol valeu o ingresso. Craque. E o respeito que inspira é outro bônus proporcionado pelo camisa 12.

Mas não é somente o talento de Marcelo que nos devolve a confiança. A segurança e valentia de Nino, a versatilidade de Alexsander, a confiança de André, a ousadia de Arias, o conhecido oportunismo de Cano. Somatório que nos traz esperança de uma virada na decisão estadual e de uma trajetória auspiciosa na temporada.

Não poderia deixar de falar de um personagem que parece ter entrado em cena para encampar protagonismo: o zagueiro Vitor Mendes. Já tinha mostrado qualidade na fase derradeira do Fla-Flu e ajudado a impedir que o título fosse definido naquele dia.

Além do golaço que marcou no Peru e da segurança que proporcionou, ele soluciona mais de um problema: substituir Manoel enquanto este não reúne condições de voltar e nos poupar das escalações tanto de Felipe Melo quanto de David Braz em nossa zaga.

Como afirmei no início desta coluna, a reversão da vantagem do rival é difícil, mas não impossível. Confesso que a derrota sofrida no primeiro duelo me desanimou bastante. Mas depois do que vi no decorrer do jogo na capital peruana, me permito voltar a sonhar. Além de tudo, é Domingo de Páscoa. E Páscoa significa renascimento.