Tricolores de sangue grená, parece que o frio que se estabeleceu sobre o Rio de Janeiro espantou de vez a torcida do Fluminense. E não, não me refiro ao PÚBLICO presente, estou falando da TORCIDA do Fluminense, aquela mesma que, ao final do Fla x Flu que nos valeu um título de relevância após dez anos de seca, recomendou em uníssono que o espalhafatoso mandatário fosse bebericar pelo cólon. Esta parece ter sumido em parte, ou abafada pelo Mariola F.C.
Dois espetáculos igualmente patéticos marcaram as últimas apresentações em casa da equipe inconstante de Diniz. A derrota para o Altético Goianiense, em que pese termos um jogador a menos (o que não pode ser desculpa contra um time do Z4, me perdoem), arrancou APLAUSOS da turma que está sempre pendurada nas bolas do Pavão, carregando consigo vários inocentes úteis. Um espetáculo deplorável, porém legítimo. O torcedor, seja ele quem for, tem direito de se manifestar como quiser no estádio. Será que tem mesmo?
Estive presente à importantíssima vitória sobre o Avaí neste domingo e fiz o de praxe, como toda a torcida: apoiamos o jogo inteiro. No final, presenteados com as entradas de Jabacuellington e William Jabaculode, que ninguém aguenta mais ver em campo, a torcida, legitimamente, protestou, com sonoras vaias, mostrando ao treinador que não, não vamos mais aceitar calados tais imposições estapafúrdias. Porém, ao contrário da final do Carioca, não houve o coro esperado e, perto de mim, dois torcedores revoltadíssimos com as vaias gritavam e esperneavam contra elas. “Time ganhando de dois a zero e vaia?”, diziam eles, completamente descompensados. Cheguei a discutir um pouco, mas me contive. Não valia a pena.
É muito preocupante que haja uma fatia da torcida que esteja adotando esses paradigmas: temos que aplaudir derrotas e nada de vaiar nas vitórias, hein! Não importam as circunstâncias, o que importa é apoiar. Apoio incondicional. Cheques em branco que essa parcela da torcida está assinando para ratificar a gestão do maior presidente de todos os tempos, que está equacionando as dívidas (que continuam nos mesmos patamares de outrora) e que celebra abertamente classificações para a Libertadores como grandes feitos. É.
Temos aí uma semana decisiva na qual jogaremos a vida na Copa do Brasil contra o Cruzeiro. Líder da Série B, vem num bom momento, mas temos mais time e o favoritismo é nosso. Hora de fazer valer. Passar de fase significará espantar um pouco a pecha de azarado de Fernando Diniz, que prefere fazer juras de amor ao seu volante preferido a tecer uma autocrítica justa ao próprio trabalho e analisar de maneira isenta o rendimento dos jogadores, sem favorecimento ou protecionismo a quem quer que seja. O Fluminense só vai continuar vencendo se entrarem os melhores que estiverem disponíveis. Agendas de empresários não preveem títulos. Lembrem-se disso!
Curtas:
– Alguém em sã consciência escalaria o Fábio contra o Cruzeiro?
– A lateral esquerda ainda nos fará passar muita raiva por muito tempo. Se o Caio Paulista é o novo Caio Henrique, eu sou o novo Fernando Pessôa.
– A patética substituição tripla no fim da partida mostra duas coisas: que Diniz topa aceitar as vaias numa boa se for pra fazer o que ele quer e também que não quer ficar mal com os credore$ do clube. É impossível não haver nenhum direcionamento. Fred, JK e Nathan estavam no banco. Seriam opções muito melhores.
– Esse campeonato é tão bizarro que mesmo nessa inconstância, o Fluminense terminou essa rodada na sexta posição, podendo ser ultrapassado pelo São Paulo apenas se eles vencerem o Palmeiras. E estamos a três pontos do terceiro colocado. Doideira.
– Palpites para as próximas partidas: Fluminense 3 x 1 Cruzeiro, Botafogo 0 x 2 Fluminense.
Excelente, Aloísio. Não podemos aceitar calados essa censura dentro do Maracanã, talvez no único fórum que temos para expressar de modo mais próximo, sem extrapolar o limite da razão.
Acompanho regularmente os textos aqui publicados. Respeito a seriedade de seus autores, o tom das análises e a honestidade dos pontos de vista. Há divergências, mas com a explicitação das diferentes perspectivas; e isto é fundamental. Entretanto, o pano de fundo básico para o papel – aparentemente deslocado – desempenhado por “empresários” nos últimos tempos não tem sido destacado. Não devemos esquecer que, ao incorporar o grande número de “sócios-futebol”, o processo eleitoral se tornou muito mais dispendioso. Basta lembrar os fretamentos para o transporte de eleitores. Quem tem o dinheiro para o financiamento de todas estas iniciativas? Temos que incorporar esta nova dimensão nas análises. Deixo, então, o registro; e parabenizo a todos os envolvidos com esse espaço.
Meu caro professor Aloísio, esse texto me resume, mesmo não estando presente aos jogos, muito me preocupa esses três jogadores ainda estarem sendo escalados e ter parte da torcida que não apoiam é não entendem as vaias, o q me deixa muito pensativa, já que estamos em ano de eleição e o que vejo é que tem uma parte da torcida que apoia ele!
Não é a escalação do Fábio no próximo jogo q me assusta, mas a reeleição do MB, isso me apavora, ou a entrada da dos três patetas no início do jogo, isso é preocupante para mim. Quanto Os palpites dos próximos jogos acredito no 2 X 1 nos dois jogos.
Parabenizo pelo texto e deixo meu abraço aqui à vc um valente guerreiro tricolor que está sempre presente em cada batalha!
Denise Lima Gomes Fluminense!