Uma radiografia do Fluminense fora de campo (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, a crítica é inerente ao ser humano descontente, mas ela não pode e não deve ser injusta. Caso contrário, será apenas despeito. Desde que comecei a escrever para este espaço, tenho tentado não praticar injustiças com quem quer que seja, tampouco perseguir ativamente jogadores, técnicos ou dirigentes. Minha análise, ainda que possa estar incorreta – dado que ninguém é perfeito –, é feita sempre pensando no melhor para o Fluminense. Como torcedor apaixonado que sou, identifico-me com aqueles que também são, e procuro, no lugar que me cabe, representá-los conforme for possível. Se, em algum momento, faltou uma visão mais ampla do trabalho que vem sendo feito pela gestão atual no Fluminense, não é minha culpa: é da própria gestão. A comunicação com o torcedor há tempos não é a adequada. Tínhamos Pedro Abad se omitindo, e agora até mesmo Mário Bittencourt, conhecido por sua oratória, resolveu se aquietar. Só fala na boa?

A verdade é que poucos se lembram das promessas de campanha – talvez nem ele mesmo se lembre – na época da eleição. Mas, como direito democrático que me assiste, resolvi falar a respeito delas. Usarei, para isso, as informações do folheto da própria campanha e os analisarei como torcedor, com a informações das quais disponho. Usarei duas colunas para tratar do assunto, para não me alongar muito. Comecemos:

– Finanças

Sobre o item 1, não sei se é responsável vender Marcelo Pitaluga por 1 milhão de euros, tampouco oferecer 200 mil reais de salário para o Dodi. Sobre o item 2, quem seria esse profissional, e por que ele não aparece para prestar contas do que vem fazendo? A menos que seja aquele vice de finanças que falou que torcedor não assina os cheques do clube. Se for ele, estamos mal. No item 3, só vejo patrocínios minúsculos e permutas, e ainda não vi os tais instrumentos para investimentos, a não ser que estejam falando dos ingressos virtuais que a torcida comprou durante a pandemia para assistir reprises.

– Governança Corporativa

Sobre o item 1, se a gestão é focada em resultados, por que Odair foi mantido após ser vergonhosamente eliminado na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil? Os itens 2 e 3 não comentarei, pois não sei se foram implementados. Sobre o item 4, até agora o Portal da Transparência não está funcionando. Já tiveram mais de um ano para isso. O que falta?

– Auditoria Permanente

Bom, o que comentar sobre isso quando a análise do balanço de 2019, que deveria ter sido feito até abril, só vai rolar em novembro?

– Independência Operacional

Não posso comentar, pois não sei se foi implementado. Seria o ideal.

– Sede Social

Já existe um plano desenvolvido, o Projeto Laranjeiras XXI, que pretende restaurar Laranjeiras a custo zero para o clube. Sabe o que precisa? Apenas do apoio e da permissão da diretoria do clube. Até hoje não passou de conversa. Enquanto isso, Laranjeiras cai aos pedaços, o time nem treina mais lá (quanto mais jogar) e perdemos, pouco a pouco, a nossa identidade tricolor. A quem interessa não colocar este projeto em prática?

– Estádio Próprio

Falácia. Pura falácia.

– Maracanã

Sobre o assunto Maracanã prefiro não falar, pois perdemos muito sem poder utilizá-lo para jogos. Mas espero que ao menos a concessão seja renovada, para não ficarmos com o pires na mão.

– Esportes Olímpicos

Sinceramente, tanto faz. O Fluminense existe para a prática do futebol. O resto é secundário.

– Xerém

O quanto essas “parcerias com clubes do Brasil e do exterior” têm sido realmente boas para o Fluminense? São sempre os mesmos… Criciúma, Tombense, Corinthians, Oeste… consigo lembrar do Nino, que veio através dessa parceria, mas também do Marlon, por exemplo. Sem falar do caso Evanílson, que é pra eu não me estressar mais.

Semana que vem tem mais.

Curtas:

– Estamos tão atrasados no marketing e na comunicação, que nossa média de público digital está atrás da do Botafogo e do Coritiba.

– Espero que Odair tenha usado essa semana “cheia” para treinar realmente esse time em vez de apenas dar rachões, e que os jogadores, que receberam dois dias de folga como recompensa pelo heróico empate com o Ceará, demonstrem empenho e deem 110% em campo. Afinal, só vão jogar de novo no outro sábado. Cansaço não pode ser mais usado como desculpa.

– Quatro jogadores encerrando o contrato no fim do ano: Caio Paulista, Felippe Cardoso, Hudson e Dodi. Eu só manteria o último, e isso se aceitar o que o Fluminense ofereceu, que já é muito. O resto, forte abraço e boa sorte.

– Como já dei o palpite pro jogo contra o Santos, vai aqui o placar para Fortaleza x Fluminense: 1 a 0 Flu.

Panorama Tricolor

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