Um dos noticiários, que passou quase desapercebido na vida agitada tricolor, foi o do encontro proposto pela gestão do clube com representantes de sites e páginas de internet que falam do nosso Fluminense, convidados ao CT Carlos Castilho, no bairro Cidade de Deus, em Jacarepaguá, para um café com o presidente.
Expediente muito usado para reuniões mais curtas e diretas, por vezes com finalidade de aproximar relações ou fechar negócios com caráter mais íntimo, um convite para um café pode também ter outros significados.
Lembro de algumas experiências pessoais em situações como essas, às vezes por mim propostas, outras sendo convidado e também algumas naquele intervalo entre reuniões. Durante uma talagada e outra na xícara de café conseguia divertir, conversar, atrair atenção para outros lados, com pautas próprias para estes momentos, em que era possível contar uma anedota, contar um causo, fazer um gracejo, enfim, atrair atenção para uma causa que dificilmente numa reunião oficial conseguiria.
Um café com o presidente, embora pareça ser um gesto de proximidade, uma espécie de bandeira branca a alguns ou até mesmo um passo antes do passo, ou mesmo, um quebra-gelo a fim de estender relações e tecer pedidos que somente um cafezinho pode proporcionar, não deixa de lembrar as xícaras de café desejadas por Professor Girafales quando visitava Dona Florinda no seriado infantil televisivo Chaves, ou El Chavo em idioma original do programa mexicano. Era um suspiro só a cada convite, com trocadilhos de falas e intenções durante o convescote a entrar para a tal xícara de café, que jamais seria um incômodo.
Também é impossível não lembrar um outro café, na verdade, um chá, o Chá com Mussolini, em que um grupo de senhoras inglesas que se encontravam para seu fatídico e imperativo Five O’Clock Tea, o Chá das 5h p.m. em Florença na Itália. Quando explodem os avanços fascistas, as amigas buscam a todos custo um encontro com o presidente italiano. Posteriormente houve uma promessa de encontro com o líder Mussolini para este chá, com a esperança de que, durante as goladas, pudessem interceder e negociar a melhoria de suas situações naquela ocasião.
O que pode ficar de lição sobre o encontro via café com o presidente? Nada, ou tudo, como outrora Darius, em “A Cruzada”, falou se referindo ao que valia a cidade de Jerusalém quando da última negociação antes da rendição dos cristãos que resistiam, porém com os muros já expostos e sem qualquer chance de se manter de pé.
Pois o que importa mesmo no fim das contas é nosso Fluminense forte, firme e sendo enxergado por todos GIGANTE que é.
Quem quer tratar de Fluminense via publicações, internet ou meios tradicionais deveria fazê-lo com isenção em relação ao gestor do momento, nem que para isso seja preciso evitar partilhar de episódios como este.
Nada de errado em aceitar um convite, mas que seja mesmo apenas para apreciar uma boa xícara de café. Sem açúcar, por favor, como é da preferência desse que vos escreve.