É inacreditável, nobre leitor, como uma ideia absurda pode se travestir de verdade de maneira tão fácil.
Após a heroica classificação do Tricolor para a final da Libertadores, o absurdo mais comentado é o de que o Fluminense acertou ao mandar John Kennedy se exilar na Ferroviária de Araraquara.
Não param por aí: ainda completam com a afirmação de que Diniz nunca desistiu do jogador.
Ora, caro amigo, a alegria da classificação e a satisfação por saber que o Flu tem reais condições de se sagrar campeão, não transformam o torcedor em um abestado.
A verdade é que o Fluminense fez todo o esforço possível para negociar John Kennedy. Só não conseguiu porque o jogador não aceitou propostas para jogar no exterior.
Foi escondido no clube e finalmente emprestado à Ferroviária.
No Campeonato Paulista, jogando em uma das piores equipes tecnicamente falando, foi destaque e fez seis gols em 11 jogos, se não me falha a memória.
Quando voltou, ficou como última opção de Diniz.
Não jogou na fase final do Carioca. No Brasileirão viu o desventurado Lelê ser preferido do treinador.
O jogador voltou a atuar apenas na terceira fase da Copa do Brasil. E fez o seu primeiro gol após o retorno contra o América pelo Brasileirão. Mesmo assim, não foi suficiente para que o jogador merecesse uma chance.
Mas então, como diriam os antigos, quando a água chegou até a altura dos fundilhos, Diniz mandou JK para campo e seja o que Deus quisesse.
JK foi essencial para passarmos pelo Olímpia.
O que ocorreu após o empate sofrido contra o Internacional? Quem pagou o pato e foi sacado da equipe para entrada de Alexsander no jogo da volta? JK.
A derrota nos eliminaria se, mais uma vez com a água no traseiro, Diniz não fosse obrigado a mandar o jovem atacante ao gramado.
Gol e assistência com corta-luz para Cano. Virada Tricolor e classificação. Tudo isso é fato.
Então, meu amigo leitor, você pode adorar o Mário, o Diniz ou quem você quiser. Mas daí a me convencer de que eles foram os responsáveis pela recuperação e boa fase de John Kennedy, tem muito chão.
Não subestimem a minha massa cinzenta, por favor.