Oi, pessoal.
Minha última frase no texto da semana passada foi: “O resto é silêncio.” É a frase final do envenenado Hamlet, a personagem que sofre a dor da perda e, consciente, questiona:
“– (…) Quando alguém parará de colocar fantasias, de disfarçar sua dor? Quando alguém começará a estar presente naquilo que fala? Quando as pessoas começarão a ser e deixarão de não ser?”
Abel Braga.
Assim respondo a meu amado e preferido escritor, William Shakespeare e seu Hamlet. Abel é. Abel não disfarça sua dor. Abel está presente naquilo que fala.
Diante de vinte e sete mil tricolores, ele chorou, conversou com o espírito do seu filho, João Pedro, nos abraçou e nos beijou, lá no banco de reservas, à distância e do nosso lado. O resto? O resto foi um minuto de silêncio mais amável que uma torcida foi capaz de realizar.
A dor permanecerá, Abel. Para sempre. Mas o amor também. E a morte é uma viagem à outra pátria onde ele está esperando a todos e “presente em pensamento”. E tudo é vida. E “o resto é silêncio”.
Toques rápidos:
– O Fluminense com Wellington Silva é outro time, porque ele com o drible frontal é quem fura as retrancas. Vida longa ao camisa 11 no Tricolor.
– Meu príncipe de Manabí está quase de volta. Isso fará crescer ainda mais o futebol de Scarpa, que bastou sair do meio e cair pelos lados para voltar a marcar seus lindos gols.
– Manteria Matheus Norton e Marlon nas laterais. São mais marcadores. E pela característica dos jogadores do meio-campo e ataque, precisamos ter laterais marcadores, sobretudo. Lucas caiu demais de produção desde seu retorno da contusão. Sua recomposição é lenta e deixa uma avenida. Léo, mais ágil, recompõe mas marca correndo atrás do adversário e não de frente para ele. Laterais que marcam mal sobrecarregam os zagueiros que ficam sujeitos a falhas.
– Calazans é a nova vítima da pior e recorrente lesão que um jogador de futebol pode ter: problemas no ligamento do joelho. Tanta tecnologia, médicos, fisiologistas, preparadores físicos, não é possível ignorar a quantidade de contusões dessa natureza, ultimamente, e ficar de braços cruzados. Mãos à obra: está tendo sobrecarga na preparação do atleta? Fato é e mostra que há algo errado no trabalho de vocês.
– Orejuela, Wendel, Sornoza, Scarpa, Wellington e ceifador. É time, como apostei lá atrás e nosso querido baiano, Alex Athaide, me prometeu “printar” e cobrar: se estivéssemos com os equatorianos e mais Wellington Silva, brigaríamos pelo G4. Sem Frazan e Renato Chaves, aliás. Volta, Reginaldo! (risos).
– Vinte e sete mil tricolores representaram nove milhões em todo mundo. É como disse o profeta e um dos maiores escritores brasileiros, Nelson Rodrigues: “A torcida do Fluminense não é a maior, mas é a que tem mais gente.” Saudações Tricolores.
– E na pegada do amor, da inspiração e exemplo desse touro Abel, hoje é dia de Fluzão. Vamos lá, minha molecada! Para cima da Macaca!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: crys
Perfeito, Crys!! Abel É!!!! E que minuto de silêncio! Vendo o jogo pela TV (sou de Fortaleza), fiquei arrepiada. Nunca tinha visto um minuto de silêncio igual. Realmente a nossa torcida é diferente, “é a que tem mais gente”.
Oi Vera, conheci Fortaleza. É linda!
Obrigada por se dispor a me ler e sempre registrar seus comentários. Obrigada mesmo.
Beijão
Bela análise sobre o Fluminense e o Abel apesar do balanço do mar…
ST
É, queridão, foi especial. Já seria pq o revi depois de tanto tempo. Um beijão.
Concordo com tudo que foi escrito.
Belo texto !!!
Oi Paulo.
Obrigada demais pela leitura e seu registro. Isso me motiva.