Mesmo com a vitória, está tudo errado no Fluminense (por Aloisio Senra)

Tricolores de sangue grená, está tudo errado no Fluminense.

Na arquibancada, torcida organizada encomendada para imitar as hinchadas argentinas, que numa tradução rápida percebemos o que realmente significam: claque. Essa mesma claque vai às redes sociais criticar os que vaiam, querendo determinar como se deve torcer.

E agora, por fim, encontra eco dentro de campo. O Fluminense venceu o Sport por 1 a 0 no apagar das luzes do Maracanã. Não era final de campeonato. Não era um jogo decisivo ao que quer que seja. Não era contra um adversário difícil de ser batido. Não. Era um jogo da 30ª rodada do Brasileirão contra o 17º colocado com vários desfalques e com o Fluminense atuando em casa. Mas isso foi o bastante para os jogadores se acharem no direito de dar uma resposta(?) para a torcida.

Marcos Felipe fez gesto para a torcida e discutiu nas redes sociais.

Lucca(!) seguiu a trend.

David Braz fez o gol e chamou todos os jogadores pra si com “é nóis aqui”, claramente “fechando o grupo”.

Mas isso não é novo.

Gabriel Teixeira já havia feito isso.

Fred pediu publicamente pra não vaiar, e a gestão endossou.

Mário Bittencourt fez reunião draconiana com as torcidas organizadas, basicamente se colocando num pedestal: não pode ser criticado, porque criticá-lo é criticar o Fluminense. Oi???

E para ser a cereja do bolo de merda, o grupo de jogadores deixou o Maracanã sem cumprimentar a torcida.

Pela primeira vez na história, o direito inalienável do torcedor de vaiar o que ele não está gostando de ver em campo está sendo questionado.

Errados estamos nós, que não podemos criticar um futebol pavoroso de um time que não fazia gol direito há vários jogos. Errados estamos nós, que temos que dispor de tempo para ir retirar ingressos presencialmente, porque a carteirinha agora virou peso de papel. Errados estamos nós, em ainda tentar torcer para o FLUMINENSE, porque esse cada vez mais está esquecido.

Esse sábado foi um dos dias mais tristes e trágicos da história do Fluminense, pois consolidou-se o Fluham. Gestão, parte da torcida e o time estão nessa vibe. O presidente com o projeto de medianização do gigante, parte da torcida embarcando nessa onda por motivos diversos (uns não se incomodam com a falta de títulos, outros são só uma extensão da vontade da gestão) e, finalmente, os jogadores, que agora provavelmente vão jogar “pra eles” ou, principalmente, para seus empresários ou, até mesmo, para o próprio Mário Bittencourt. Afinal, se você é um pereba e algum dirigente te contrata com salário alto e contrato longo, no mínimo você vai acabar beijando os pés do cara.

Sinceramente, o restante dos jogos até o fim do ano, pra mim, são pra cumprir tabela. Nunca mais as coisas serão como antes. Não há, com esse time e com essa gestão, conexão suficiente com o torcedor para que representem as cores e os valores do Fluminense. Definitivamente, viraram um time de aluguel.

A torcida do Fluminense precisa reagir de alguma maneira. Precisa se organizar. Precisa protestar. Se nada fizer, a letárgica torcida do Fluham vai cada vez mais aumentar e se apropriar do que um dia foi o nosso Fluminense, o Fluminense de todos de verdade.

Todos os jogadores perderam meu respeito com o que fizeram. Todos. O ídolo Fred não foi capaz de exercer sua liderança e provocar uma reconciliação com a torcida. Esquivou-se da responsabilidade que tem. Marcos Felipe, que eu tanto defendi neste espaço, se perdeu com esse perfil de rede social compartilhado. Sua esposa já havia se metido no que não devia, agora ele também o faz. Jogador de futebol precisa ter cabeça para saber lidar com as críticas, sejam justas ou injustas. Os demais nem vou comentar, pois não merecem.

É só isso. Que acabe logo essa merda de competição e encerre logo essa merda de ano. Estou contando os dias para as eleições.

Curtas:

– Vai pro inferno, Lucca.

– Suma do Fluminense, Mário.

– Devolvam nosso Fluminense!

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