Jogamos contra o Santos na Vila Belmiro logo após uma vitória em Fla x FLU por 3 a 1 contra a equipe reserva deles, já que a titular se poupou para jogar e ser eliminada pelo Athletico Paranaense no Maracanã por 3 a 0, pouco depois da nossa derrota nesta quarta.
O Estádio Urbano Caldeira em Santos-SP recebeu um público de pouco mais de 8.000 pessoas, sendo 400 torcedores do Fluminense (muitos não conseguiram entrar no estádio) que, sob chuva, viram um time despretensioso e sem a menor vontade de produzir ofensivamente, tendo Marcão repetido o mesmo time com o mesmo esquema que atuou ante ao rival da Lagoa.
Difícil focar só na análise da nossa derrota sem graça e costumeira. Já não bastasse me acostumar com a falta de ambição Tricolor, ainda seguimos firmes e fortes na árdua missão de não vencer equipes ocupantes do chamado Z4, equipes que estão lutando para não ser rebaixadas. Vinha sendo o fado desse Santos remendado e despedaçado, mas que consegue se organizar em sua proposta pobre de jogo tanto quanto a nossa.
Por estar em casa, o Peixe (que na verdade é uma baleia) teve de atuar mais ofensivo, com a posse de bola e visando marcar gol, deixando de certa forma o Fluminense acuado como gosta a sair por uma bola. Porém, como Carille não é bobo nem nada, se precaveu e montou uma estrutura de ferrolho meio a meio; atacava mas mantinha seu sistema defensivo postado, pronto para rearmar o ataque sem abrir mão de explorar as pontas em ‘U’, modelo que Marcão vem tentando imitar, mas sem sucesso.
Sacrificar jogadores em um esquema mal pensado e mal montado talvez seja mais ineficiente do que deixá-los a esmo se divertir em campo como queiram. Ter Jhon Arias e Caio Paulista tentando dividir o mesmo espaço do campo e praticamente bloqueando as subidas de Marlon, ou quem quer que seja escalado pelo lado esquerdo, é totalmente contraproducente.
Além disso, deixar André esquecido sozinho no meio de campo tendo Yago Felipe em franca decadência técnica, e ocupando a meia central direita para sustentar algum conforto ao Luiz Henrique, sem que haja um planejamento de engate com os atacantes e com os meias, não parece ser um caminho adequado.
As substituições seguem sendo as mesmas, sem objetivo de alterar o quadro de coisas, mas sim reagir tardiamente ao placar e vez ou outra arrefecer as engrenagens, que soltas, sem saber onde devem estar, não conseguem movimentar as jogadas e criar as chances. Já o Santos se posicionou e aproveitou dois chutões aleatórios do Fluminense, o primeiro do Yago, ainda no primeiro tempo, que rifa e acerta os pés de Emiliano Velázquez – esse entrega a prenda a Vinícius Zanocello que a trata bem e faz belo lançamento para a cabeçada em diagonal de Madson, que passou entre Caio e Marlon, que em vez de marcarem o carteiro ficaram esperando a carta, sem sucesso, gol do Santos: 1 a 0.
Na segunda etapa, o Tricolor até tentou algo diferente, mas em uma jogada esquisita em que Marcos Felipe, quase do meio campo, tenta uma ligação direta na esquerda onde militava Marlon, porém sem força e técnica de base, a bola chega aos pés de Raniel, que prontamente entrega para Marinho e acelera tudo até receber na direita para cruzamento buscando dois jogadores do Santos FC que fechavam no centro da pequena área, um deles, Diego Tardelli, que de carrinho ampliou o marcador em 2 a 0 aos 16 minutos do segundo tempo, sacramentando assim o placar da Vila Belmiro, que respira aliviada junto à sua torcida em prol da fuga da zona da confusão.
Mais do que isso é difícil externar sobre o jogo e o Fluminense. Mesmo tentando e finalizando bastante na reta final da partida, foi o Alvinegro quem criou a chance mais poluta com Lucas Braga.
Destaques positivos para John Kennedy que ciscou, chutou e movimentou mesmo empacotado por três zagueiros, e para Luiz Henrique pela habilidade e duelos tentados. Já negativos ficam por conta do Marcos Felipe, que mesmo tendo feito boas e providenciais defesas, praticamente entregou o segundo gol, assim também como Caio Paulista, Jhon Arias e Yago Felipe – este último possibilitou o primeiro gol dos donos da casa com seu chutão desnecessário, apontando a pobreza intelectual desse Fluminense em contraponto a quem torce o nariz para o toque de bola, a saída em construção desde a linha defensiva e a coragem de quem acredita que o futebol é mais do que tentar achar um gol ao acaso por partida ou fração dela.
Por fim, para amenizar a agonia que tem sido cumprir tabela na torcida pelo Fluminense atual, eis que o rival da Lagoa perde no Maracanã para o Furacão de Curitiba e é eliminado da Copa do Brasil, tendo Renato Portaluppi de treinador e sua torcida o renegando de lá. Bem, que não venha para cá.
Saudações Tricolores na expectativa que o acaso volte a escalar um Fluminense melhor a cada jogo do porvir.