Tricolores de sangue grená, o mês em curso será de definições, tanto no Campeonato Brasileiro quanto no futuro do Fluminense. No Brasileirão, teremos as cinco últimas rodadas da competição, na qual precisaremos de pelo menos 11 dos 15 pontos em disputa se quisermos pensar em G6. No futuro do Fluminense teremos as eleições, que ocorrerão no final de Novembro, na sede do clube. Se no torneio definiremos a nossa história em relação à Libertadores do ano que vem, no pleito haverá o direcionamento para qual Fluminense queremos. E, sem dúvida, ainda mais levando-se em conta o pífio desempenho esportivo dos últimos anos, é preciso escolher bem.
Vou primeiro abordar a disputa nacional, onde estamos fazendo força para ficar de fora da Libertadores mais acessível da história. Nosso retrospecto nas últimas cinco rodadas é ridículo. Três derrotas e dois empates, sendo esses dois contra times de menor investimento, não é aproveitamento que se preze para quem quer disputar a principal competição sul-americana no ano que vem. Será que o planejamento era o G12, para jogarmos a Copa Sul-Americana? Se for isso, estamos bem na fita, mas me recuso a acreditar. Não é possível que os atuais gestores desprezem a possibilidade de finalmente conquistar a América e prefiram jogar uma competição que apenas dá vaga para a Libertadores.
Nossos confrontos serão contra o Cruzeiro (fora), contra o Atlético-PR (casa), contra a Ponte Preta (fora), contra o Figueirense (fora) e contra o Internacional (casa). O Cruzeiro está a cinco pontos da zona de rebaixamento e jogou contra o Grêmio pela Copa do Brasil nesta quarta-feira. Independentemente do resultado (esta coluna foi escrita antes da partida), os atletas celestes terão menos descanso que os nossos, o que já nos dá alguma vantagem para esse confronto. É possível vencer no Mineirão, mas não se adotarmos a mesma postura covarde após estarmos à frente do placar ou se morrermos fisicamente no segundo tempo.
O jogo contra o Atlético-PR é que, no meu entender, definirá se estamos dentro ou fora da disputa. Jogamos em casa, diante da nossa torcida e precisamos vencer a qualquer custo. É o famoso “jogo de seis pontos”. Se perdermos, acredito que não haverá mais como chegar à sexta colocação no final das contas. Dependeremos muito da sorte, e ela não tem nos ajudado tanto assim. Figueirense e Ponte Preta, em que pese serem jogos fora de casa, requerem a vitória como obrigação. O Figueirense pode chegar à penúltima rodada já rebaixado, e a Ponte disputa conosco a mesma vaga, embora esteja mais atrás na pontuação.
A rodada 38 nos reserva um clássico contra o ameaçado Internacional dentro de casa (espero que no Maracanã). Hoje, o Colorado está a dois pontos da zona de rebaixamento e provavelmente permanecerá brigando até a última rodada. Se precisar vencer ou até mesmo empatar para não cair, o jogo será duro. Se já estiver livre do descenso, talvez seja mais tranquilo. O ideal é conseguir quatro vitórias, para chegar a esse jogo sem tanta pressão pelo resultado, pois a situação em que nos encontraremos é imprevisível. Seja como for, caso consigamos a vaga para a Libertadores, é necessário modificar completamente essa equipe para performarmos em alto nível. E isso depende, essencialmente, do resultado das urnas. Embora já tenhamos Orejuela e Sornoza, o fato de que nosso elenco é fraco no geral é incontestável. Temos deficiências em muitas áreas, além de vários jogadores em má fase.
Concorrem ao segundo cargo mais importante da nação, neste momento, Pedro Abad, Mário Bittencourt, Cacá Cardoso e Celso Barros. Pedro Abad é o candidato da situação. Não há como falar muito de sua atuação, pois não teve ainda a oportunidade para mostrar seus predicados, mas é certo que com ele teremos a continuação da política atual de contratações e dispensas. Mário Bittencourt é um brilhante advogado, que defendeu o Fluminense por bastante tempo. Sua atuação como vice de futebol, contudo, foi bastante questionável. É difícil saber se, como presidente, ele seria melhor do que foi como vice. Celso é um nome que agrada a muitos tricolores, na mesma medida que desagrada a outros. Embora tenha tido uma importância incontestável em nossa história, é complicado prometer timaços e títulos mil como gestor do Fluminense e sem o dinheiro da Unimed. Se ganhar, tomara que consiga captar recursos para tal.
Não falarei do Cacá por não considerar justo, uma vez que ele tem o meu apoio. Sugiro a quem quiser conhecê-lo e saber de suas propostas que busque por isso ativamente, assim como em relação às dos outros candidatos. Um pleito só pode ser justo e pleno quando todos os seus participantes estão completamente cientes das propostas de todos os candidatos e, desta forma, fazem sua escolha de forma consciente. Que no dia 26 de novembro possamos decidir o melhor para o Fluminense, e que aquele que vencer possa reconduzir o nosso clube ao tamanho que ele deveria ter. O processo de apequenamento que está em curso precisa ser revertido. A perenidade do Fluminense não pode se transformar, com o tempo, numa falácia.
Panorama Tricolor
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