“Se o Fluminense jogasse no céu, eu morreria para vê-lo jogar”.
Nelson Rodrigues
Assim que a notícia chegou, a turma da pelada ficou agitada.
– Ô Zito, o garoto está chegando. Separa a camisa dele. Domingo não tem para ninguém!
– De jeito nenhum, Mauro. O garoto é tricolor de nascença. Vai jogar no meu time e ponto final. Não tem conversa.
– Pô Castilho, ele foi o capitão da seleção do tricampeonato. Tem que jogar com a amarelinha, vai. Foi com a camisa da seleção que ele viveu o seu maior momento no futebol.
– Lá vem o Bellini de novo com esse papo de amarelinha… um monte de gente aqui jogou na seleção. Se juntar todo mundo no mesmo time não tem campeonato.
– Não tem ninguém do Botafogo por aqui para chorar também?
– Não sacaneia, Oldair. A gente não encontra botafoguense em lugar nenhum… nem aqui.
– Desculpas, professor Telê.
– ¿Qué pasa, Marinho?
– Sei lá, Doval. Pergunta para o Dirceu…
– É o Capita, Doval. Estão dizendo que ele está chegando. Os velhos estão brigando para saber em que time que ele vai jogar.
Sentados em um canto, Scwhartz, Villela e Castro Gil sorriam discretamente. Ao perceber a presença de ambos, Zezé Moreira se aproximou.
– E aí, senhores? Posso contar com o Capita?
– Pode, seu Zezé. O Octávio Pinto Guimarães e o Giulite Coutinho já registraram o Carlos Alberto no nosso time. O Graúna já resolveu lá com eles.
– E o Almirante, não vai reclamar?
– Já acertamos tudo com o Heleno Nunes, também.
Zezé Moreira sorriu e chamou o Assis:
– Carrasco, vai acordar o Washington! Domingo tem jogo e vamos entrar com tudo.
No caminho, Assis gritou:
– Ô Ximbica, prepara a chuteira do Tri!
Já no centro do campo, Zezé Moreira se reúne com Telê e Tim.
– Tim, a próxima partida é do Félix ou do Castilho?
– Do Félix.
– E como está o Pinheiro, Telê?
– Está treinando com o Paulo Emílio. Vai entrar tinindo no domingo. Com o Castilho de fora, ele será a voz da experiência no meio daquela garotada.
– Vou colocar o Carlos Alberto na zaga! Vamos de Félix; Toninho Baiano, Carlos Alberto, Pinheiro e Marinho Chagas; Oldair, Cléber e Assis; Doval, Washington e Dirceu. Ficam no banco Castilho, Ari Ercílio, Wilton, Ézio e Zezé.
– Esse nosso time será a sensação do campeonato de novos!
Ao ver a escalação do esquadrão tricolor que se formava nas mãos da Comissão Técnica, Arnaldo Guinle chamou Oscar Cox e sussurrou:
– Estou pensando em construir um estádio por aqui. E dos grandes!
Sem conter a empolgação, Nelson Rodrigues provocou os seus companheiros:
– Ô Saldanha, pode mandar o Armando Nogueira ir lustrando o troféu. Com esse time, vai ser sopa.
Se ganharemos ou não, ainda não sei, mas os poucos nomes elencados nesse texto dão revelam a grandeza da história do Fluminense.
Essa coluna é uma homenagem a todos aqueles que se dedicaram ao Fluminense e um agradecimento pelos incontáveis momentos de alegria que o Tricolor proporcionou aos seus torcedores, ao longo de seus 114 anos de existência.
O Fluminense não cabe em uma coluna, nem em um livro. Sua história é ainda maior do que se pode supor e não pertence a este ou a qualquer outro pesquisador ou cronista. Muitos nomes ficaram de fora, mas querer fazer dessa uma homenagem definitiva, seria abusar demais da pretensão.
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
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Imagem: st/ffc/rap
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Show!!!!!
ST