Tricolores de sangue grená, é hora de voltar à realidade, colocar os pés no chão e entender quais serão as nossas pretensões neste ano. Se mesmo num evento mais raro que um eclipse solar total sobre o Brasil (o último aconteceu quando eu tinha uns 8 ou 9 anos de idade), que foi uma partida contra o Flamengo apitada sem favorecimento à equipe da Gávea, não conseguimos emplacar uma vitória que os eliminasse em definitivo, chegou o momento de esquecer o Carioca e focar no resto do ano. Até aqui, convenhamos, foi uma pré-temporada estendida. Por mais que queiramos ganhar tudo o que disputamos, o plantel ainda está longe de nos proporcionar tais condições. Dessa vez foi o Rodolfo que entregou a paçoca, como já tinha sido o Léo Santos (que voltará para o Corinthins). A baixa qualidade do elenco no geral acaba fazendo a diferença em momentos decisivos, nos quais acabamos prejudicados por falhas individuais. No banco temos parcas opções (e às vezes nenhuma) para substituir titulares que estejam num mau dia. Com a quantidade elevada de jogos acontecem as lesões, que nos enfraquecem mais ainda.
O time titular vem sofrendo alterações ao longo do ano por conta desta questão. Não contamos mais com Digão, nem Mascarenhas, nem Airton. Pedro ainda não retornou. E vamos improvisando Caio Henrique, Calazans e quem mais tivermos que improvisar. Nem nossos fracos reservas escaparam dessa maldição: Frazan e Paulo Ricardo também estão no estaleiro (e posso estar esquecendo alguém). Alguns dos jogadores também vêm caindo de rendimento pelo cansaço e pela boa marcação dos adversários. Além da maratona de jogos até aqui, nossos oponentes mais espertos já manjaram como jogar contra o time de Diniz. Se não conseguem manter a pressão o tempo todo (o Flamengo conseguiu sucesso apenas no primeiro tempo), atrapalham e desgastam os jogadores do Flu (que a partir da metade do segundo tempo, pareciam mortos). Esse é um problema sério e de difícil solução, pois modificar completamente a forma de jogar sairá das características virtuosas que faziam esse time voar em fevereiro.
Todavia, Diniz precisa achar uma solução rapidamente. Após o próximo compromisso, nesta terça-feira, contra o Luverdense no Maracanã, em que temos que marcar gols, o Flu entra em hiato até o dia 28 de abril, em que fará sua estreia pelo Brasileirão contra o Goiás no Maracanã. O sorteio para a segunda fase da Copa Sul-Americana ainda não aconteceu (logo, as datas não foram definidas) e o mesmo vale para a quarta fase da Copa do Brasil (visto que o Flu ainda precisa passar pelo Luverdense e há outros jogos para acontecer também). Teremos, na prática, 19 dias de descanso / treinamento para deixar o time em ponto de bala para o resto do ano. Recuperar jogadores machucados será essencial para que o nível apresentado pela equipe volte a ser aquele do início do ano. É o momento de pensar em testar mais o Agenor e pensar em trazer outro goleiro, talvez. Rodolfo, definitivamente, não tem nível para ser titular do Fluminense. Ganso também precisa jogar mais bola, pois está devendo.
O Fluminense deve pegar o Luverdense com o seguinte time: Rodolfo, Gilberto, Nino, Matheus Ferraz e Caio Henrique; Bruno Silva, Dodi e Ganso; Luciano, Everaldo e Yony González. Compare com o time que poderia ser escalado, e veremos algumas diferenças gritantes: Rodolfo, Gilberto, Digão, Matheus Ferraz e Mascarenhas, Airton, Bruno Silva, Caio Henrique e Ganso; Everaldo (Yony González) e Pedro (Luciano). Se Diniz quisesse manter o 4-3-3, poderia deixar Caio Henrique na lateral-esquerda e escalar um dos atacantes que ficariam de fora, mas é muito cristalino que o time seria outro. Os lesionados são de difícil substituição, e perdemos demais sem eles. Essa partida de terça-feira é final de Copa do Mundo para o Fluminense. Não há o que comentar além disso. Somos favoritos e vamos jogar em casa. Se fosse o time de fevereiro, certamente iria atropelar o time do Mato Grosso. Mas esse escrete remendado que temos vai passar sufoco. Tragam a vitória e a classificação para Laranjeiras, é só o que peço.
Curtas:
– E mais uma vez, gol dos mulambos sem replay. Quando vai gerar uma dúvida, é sempre assim, nem repetem. Eu queria ter confirmado se a calopsita tava impedida, mas não é do interesse da Flapress, né?
– Gilberto e Diniz batendo boca é um mau sinal. Confesso que o meu maior temor é o Diniz perder a mão do time no sentido de relacionamento interpessoal. Quando jogadores se enchem do técnico, não importa quantas vezes campeão ele tenha sido ou quão bom seja seu esquema de jogo, sabemos o que acontece.
– E aí, Abad? Quando teremos as eleições, afinal? Já passou da hora!
– Palpite para a partida de terça: Fluminense 2 x 0 Luverdense.
Panorama Tricolor
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#credibilidade
Por que diabos o De Amores não pode ser aproveitado pelo Fluminense? Não é possível que ele seja pior do que o Rodolfo. Aliás, acho que nem o Agenor é pior que ele.