Assunto saturado, porém, ainda necessário.
Em uma conversa descontraída com um amigo, eis que ele entra no assunto e comenta um fato que lhe aconteceu: um flamenguista a fim de perturbar cita o julgamento da Portuguesa, acusando o Fluminense de mais uma vez ter usado o “tapetão. Quando perguntado o que ele entendia por esse termo, a resposta mais do que óbvia, foi comprovada… Não sabia, era apenas mais um torcedor usando a rivalidade, juntamente com a falta de conhecimento do assunto ou a manipulação sofrida pela mídia.
Para esse torcedor e quantos mais quiserem, faço questão de explicar-lhes que “tapetão” seria um jeitinho brasileiro de ganhar na justiça o que não conseguiu no campo. Depois de explicado, é que me pergunto mais uma vez o porque de citarem APENAS o Fluminense, visto que o clube nunca foi “virador de mesa”… no máximo como um beneficiado da situação. Então por que não atacar os reais viradores.
Em uma pesquisa não muito detalhada, porém cuidadosamente feita, conseguimos citar vários casos:
1982 – Santos (um dos casos), décimo lugar no campeonato paulista, tendo assim que disputar a Taça de Prata (“divisões” consideradas como prata, ouro e bronze); com mudanças no regulamento, “coincidentemente” ficou entre os que disputariam a Taça de Ouro.
1986 – Campeonato Brasileiro tido como a edição mais desorganizada da história. 80 equipes, onde apenas 28 times formariam a série A do ano seguinte (os outros conseqüentemente formariam a série B e C). O Botafogo ficou em penúltimo lugar, na frente apenas da Ponte Preta. A diretoria entrou com recurso na justiça (juntamente com a Ponte) para manter-se na primeira divisão O Vasco não estava entre os classificados e também entrou com um processo na Justiça comum para anular a decisão do STJD, que concedera 2 pontos para o Joinville, por caso comprovado de doping – a anulação da decisão daria a vaga do Joinville para o Vasco.
1987 – Flamengo e Internacional descumpriram o regulamento e deveriam ser rebaixados por isso, como foi o Coritiba em 1989; porém, nada aconteceu…
2005 – Corinthians beneficiado por conta de vários jogos anulados, resultados de escândalo de arbitragem comprada (caso Edilson).
Poderia citar os casos envolvendo o Flamengo: “papeletas amarelas”, o jogo vs. Atlético Mineiro 1981 etc. Poderia mostrar também viradas de mesa de São Paulo, Atlético Mineiro, Grêmio, Coritiba, Vasco da Gama e tantos outros…
Confusa Copa João Havelange: nos acusam de “jogo sujo”, mas por que não falaram do Botafogo em 1999 por exemplo? Depois de levar uma goleada, pediu anulação da partida (caso Sandro Hiroshi – SPFC) conseguindo os três pontos. O Internacional após também entrar com recurso, garantindo apenas um ponto sobre o São Paulo, fez com que o Botafogo terminasse salvo do rebaixamento.
Qual o fundamento disso tudo? Diziam os mais experientes, “a corda sempre arrebenta para o lado do mais fraco”; em questões futebolísticas, parece arrebentar para o lado de quem incomoda. De fato, nossa história de glórias provoca de forma incontestável não só a inveja de alguns rivais, como um incômodo na impressa parcial.
“Enxergam um cisco nos olhos dos outros e não vê um galho nos seus.”