Tricolores de sangue grená, todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou. Mas… tenho muito tempo. Na verdade, temos todo o tempo do mundo. E há muito tempo não sabemos o que é ver o Fluminense jogar futebol. Há quanto tempo? Aparentemente, todo o tempo do mundo. Os jogadores treinam, treinam e treinam, mas parece que, antes de dormirem, lembram e esquecem como foi o dia. “Sempre em frente”, diz Eduardo Baptista, após mais uma derrota.

O problema é que não temos tempo a perder! Nosso suor sagrado, investido no Fluminense das mais diversas maneiras, é belo demais para merecer essas derrotas amargas. A questão é muito séria, pois a disputa é selvagem. Parece que as manhãs cinzas de janeiro só prenunciaram uma tempestade em fevereiro, que culminou com essa vexatória derrota para o Volta Redonda. Meus olhos castanhos não aguentam mais tanto sofrimento.

E para cada tricolor que me abraça forte, demonstrando a união necessária em tempos difíceis, eu vejo dois deles já ficando distantes de tudo, desiludidos. É verdade que somos únicos e diferentes. Temos nosso próprio tempo para tudo. Apesar dos pesares, não tenho medo do escuro do fim do túnel, pois já o atravessamos em 2009, onde tudo parecia perdido. Mas… é preciso acender as luzes, ligar o alerta e tem que ser agora.

Precisamos entender os bastidores e o que está acontecendo no vestiário do Fluminense. Será que Eduardo Baptista é mesmo o culpado? Será que o que está sendo escondido de nós não se escondeu por si só? E o que foi prometido no início de ano à torcida, aparentemente, ninguém prometeu de verdade. Três anos, perigando serem quatro. Tanto tempo perdido. Já não somos tão jovens quanto éramos em 2008. O Fluminense é enorme. O Fluminense ruge.

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O que falar de Fluminense e Bonsucesso que possa acrescentar algo ao leitor? O Fluminense está para o Bonsucesso, com o devido respeito, como uma roda de caminhão está para uma rodinha de bicicleta de criança. Quatro a zero será pouco. Nosso adversário corre o risco de perder pontos devido à última partida, na qual oito jogadores atuaram de forma irregular. Não há como não mirar uma goleada contra um time que age como amador.

A paráfrase da música do grupo Legião Urbana nunca me pareceu tão adequada quanto nos tempos atuais. Precisamos, todos nós, recuperar o tempo perdido.

Panorama Tricolor

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