40 anos da Teresa Herrera e mais do Flu (por Paulo Rocha)

Os 40 anos da Taça Teresa Herrera

No dia de hoje completam-se 40 anos do último título conquistado pela Máquina Tricolor. A tradicional Taça Teresa Herrera foi arrebatada por uma equipe que já não possuía mais o brilho dos dois anos anteriores, mais ainda agrupava feras do quilate de Edinho, Marinho Chagas, Pintinho e Roberto Rivellino. Uma façanha tricolor no Velho Continente, desta vez, na Espanha – a França já tinha presenciado recitais do Fluminense no charmoso Torneio de Paris.

Jogado na região da Galícia, o torneio, um dos mais tradicionais da Europa, era promovido pelo Deportivo La Coruña. Além da equipe anfitriã, disputaram a competição o Fluminense, o Feyenoord, da Holanda, e os tchecos do Dukla de Praga. Aos tricolores, coube estrear contra os holandeses.

O Fluminense, treinado por Pinheiro, entrou em campo no Estádio Riazor com Wendell, Rubens Galaxe, Tadeu, Edinho e Marinho Chagas; Pintinho, Kleber e Rivellino, Luís Carlos, Doval e Zezé. Logo aos cinco minutos, após receber de Rubens, Luís Carlos cruzou para a área; a bola, caprichosamente, fez uma curva no ar e enganou o goleiro Tryl. Estava aberto o placar.

No restante do jogo as ações foram equilibradas. Contudo, a dois minutos do apito final, após um “corta-luz” sensacional de Rivellino após cruzamento da direita, Doval fechou o placar com a sua habitual pontaria. Flu 2 a 0, a decisão seria contra o Dukla de Praga.

O futebol tcheco era quase uma potência europeia nos anos 1970. No ano anterior àquele, a seleção nacional tinha chegado à final da competição que hoje chamamos de Eurocopa – foram batidos pela tradicional e então campeão mundial Alemanha. O Dukla era a base daquela equipe, ou seja: a parada se anunciava duríssima para o Fluminense.
Àquela época, apenas dois times brasileiros haviam conquistado a Tereza Herrera; o Vasco dos anos 50 (conhecido como Expresso da Vitória) e, na década seguinte, o Santos de Pelé. O Fluminense tinha chance de fazer história. E faria.

Logo no início do jogo decisivo, Doval perdeu uma grande chance. Depois foi a vez de Rivellino acertar a trave do goleiro Netholicka. O time tcheco, que tinha o atacante Nehoda como principal jogador, só conseguiu resistir até os 37 minutos, quando Luís Carlos, após receber passe de Kleber, chutou de fora da área, no ângulo, e colocou o Fluminense na frente.

Na segunda etapa, um baile. No comecinho, cruzamento de Rubens e gol de Doval, ampliando a vantagem. Depois foi a vez de Zezé, após rebote do goleiro, marcar o terceiro gol. Gadjusek descontou, cobrando pênalti, mas Marinho Chagas, também em cobrança de uma penalidade máxima (sofrida por Kleber), deu números finais: Fluminense 4 a 1.
A Taça Teresa Herrera era nossa. Belíssima, em formato de torre, com os escudos dos clubes vencedores em 30 quilos de pura prata, é uma das atrações de nosso Salão de Troféus nas Laranjeiras. Lembro-me de, com apenas 13 anos de idade, comemorar o título com meu pai. O amor ao Fluminense, para mim, é uma coisa de família. E cultivar lembranças como essas é ter meu pai, de alguma forma, ao meu lado mais uma vez.

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Para subir na tabela, Fluzão!

A homenagem a Abel Braga foi emocionante e a vitória sobre o Atlético-GO, fundamental. Após se afastar um pouco mais da parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro, chegou a hora de o Fluminense “encostar” no pelotão de frente. E para que isso aconteça será preciso vencer a Ponte Preta, em Campinas, no jogo adiado desta quarta-feira.

Já disse que considero o time da Macaca muito perigoso. Renato Cajá, Lucca, Emerson Sheik (e Maranhão com sede de vingança) preocupam. Uma boa notícia é que o zagueiro Rodrigo, ex-Vasco, está suspenso pelo terceiro cartão e não jogará. Mas pelo que assisti no empate sem gols com o Vasco (que possui um time jovem, como o nosso), a Ponte é altamente derrotável. Mesmo atuando no Moisés Lucarelli, com o apoio de sua torcida.

Para que consigamos voltar com os três pontos – o empate não seria de todo ruim, mas a vitória nos conduziria a outro patamar de ambições – é necessário que algumas coisas aconteçam. A primeiríssima delas é Henrique não falhar. As pixotadas que o defensor protagoniza, invariavelmente, resultam em gols do time adversário.

Precisaremos também de raça, muita raça, além da organização tática com a qual Abel armará a equipe. Lucas e Orejuela devem voltar neste jogo, mas o garoto Marlon Freitas, suspenso, não joga. E fará falta, pois vinha protegendo bem a nossa zaga.

Se por um lado perdemos Calazans, lesionado (que olho grande do caralho sobre o nosso time, porra), descobrimos em Matheus Alessandro um atacante que incomoda os adversários, joga na vertical, tem habilidade e dá bons passes – o que deu para Wellington Silva marcar o segundo gol contra o Atlético-GO foi executado sob medida, com a força e a direção certas.

Outras coisas bacanas: Wendell voltou a se destacar e Henrique Dourado, a balançar as redes. A volta de Sornoza, questão de dias, também me anima. Concluo dizendo que, mesmo sem resultados tão espetaculares, a molecada está mostrando dignidade a cada partida. E alma, como tanto pedia o nosso grande e querido treinador.

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Tenho certeza que o preferido da mulambada para substituir o Zé Ricardo seria o Abel. Mas podem esquecer, ou melhor, sequer pensar nisso. Nosso comandante é homem de caráter. Ao contrário de determinados jogadores que, mesmo podres de ricos, optam por jogar toda uma história fora pelo fato de colocar o dinheiro na frente de tudo.

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LDU, Hernán Barcos, possível Fla-Flu nas quartas da Sul-Americana… o Tricolor é um time constantemente assombrado pelo passado, seja ele mais distante ou mesmo recente. Desafiado, cabe ao Fluminense reafirmar a sua verve de campeão. E calar mostrar mais uma vez aos que lhe desejam mal, que nada poderá impedir de mudar a história a nosso favor.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri 

Imagem: paro

4 Comments

  1. Mas a Tchecoslováquia acabou sendo campeã em 1976, a Alemanha que foi vice.

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