Não foi por acaso que lembrei do Samba do Crioulo Doido na coluna anterior. Escrevi sobre isso focando em quem estava montando o elenco e gerindo as finanças do Fluminense, mas é fato que o que ocorre fora do campo inevitavelmente entra no campo. Para que isso não ocorra é mandatório que exista uma barreira muito forte, blindando o grupo de jogadores e isso é missão de Diniz e Fred, visto que Angioni não existe.
Fato é que temos um elenco mal formado, onde sobram jogadores para o meio campo, faltam para a zaga e ainda não temos um lateral esquerdo que nos deixe despreocupados, e para o ataque de verdade, mas verdade mesmo, temos o Cano e por quem foi utilizado até agora ninguém mais. Quem mais deu pinta que pode render é Isaac, isso considerando que Arias praticamente faz mais o meio campo.
Pergunta de quem não deu dois treinos: pra que trazer jogadores medianos como Pirani, Lima, Giovani, Keno (o que resta dele), Vitor Mendes, Jorge – que tem nome, mas não consegue se manter em campo desde que voltou ao Brasil -, Marrony, Alan e uma lista enorme de vindas e saídas sem justificativa coerente?
O mesmo acontece com a escalação incluindo os jogadores que são utilizados, pois antes do jogo iniciar já se sabe quem vai entrar e quem vai sair. Aí vem outra pergunta: se pra melhorar o time é necessário fazer determinadas substituições, por que os “substitutos” não entram logo de cara? Parece surreal, mas é o que estamos vendo, é o que está acontecendo.
Com todo o conhecimento de quem nunca deu dois treinos, arrisco dizer que manter Arias preso em uma das pontas acaba com tudo que ele pode fazer ao jogar circulando por todas as posições do meio campo e ataque, e a escalação de Keno está deixando o sistema defensivo falho, pois ele não consegue voltar na marcação. Até tenta, mas realmente não consegue fazer por que não sabe, e não tem condições físicas para isso.
Por outro lado, já circulou rumor que o fluxo de caixa do clube está meio claudicante. E quem não sabia que isso iria acontecer?
Estamos aumentando a folha de pagamento, até comprando alguns jogadores, e não aumentamos nada de faturamento. Nem é preciso ser muito bom em matemática para ver que a conta não fecha. Ah! Esqueci que vendemos Calegari, será que a grana vai dar para cobrir o déficit? A venda de John Kennedy falhou, e por pura coincidência as notícias sobre ele “aprontar” pararam, porque será? E já que estou falando em vendas, se a política de vendas tem que mudar muito, pois, para conseguir os 90 milhões previstos com negociações de jogadores Será preciso vender todo o time, se é que alguém quer comprar algumas das barangas que estão estacionadas no elenco.
Nesse picadeiro circense que está rolando este ano no nosso clube, as coisas não estão lá muito fáceis, e as maiores dificuldades são criadas internamente. Vamos ver agora se Diniz tem “aquilo roxo” para fazer as mudanças que ele mesmo sabe que tem que fazer, ou se vai broxar geral e continuar a costumeira teimosia (prefiro chamar assim), que vem dando provas que não está sendo suficiente para trazer de volta o futebol que mostrou em 2022.
Diniz, está tudo na sua mão! Fale agora ou cale-se para sempre.