Tricolores de sangue grená, o justo e o razoável já ficaram para trás. Adentramos o quinto mês do ano de 2018 e nossa brava equipe já jogou um total de 24 partidas oficiais até aqui, com um saldo de 11 vitórias, 7 empates e 6 derrotas; um aproveitamento de 53% no geral. Bons números? Depende de como você olha para eles. Eliminações para Avaí e Vasco nos privaram de um fôlego financeiro e, no caso do Avaí, que já foi eliminado, ficou a sensação de que era possível irmos muito mais longe do que fomos. “Ah, mas pelo elenco que temos, está de bom tamanho”. A síndrome de vira-latas chegou finalmente à nossa torcida, que começou a aceitar NATURALMENTE (caixa alta necessária) que tenhamos um elenco fraco. Uma coisa é analisarmos que este ano o que vier é lucro por conta do cenário que enxergamos. Outra coisa é aceitar isso e abraçar a mediocridade.
Não contem comigo para incensar nosso treinador por aparentemente estar satisfeito por ter dois meias ofensivos entre os 32 que estão à sua disposição. É inviável nos conformarmos com essa situação. Sornoza e Luquinhas para o resto do ano, e enquanto isso, vamos recheando o time com jogadores de qualidade duvidosa e que não vêm para posições carentes? Num dia é o atacante que vem do time pequeno do Rio (talvez porque seja) agenciado pelo filho do treinador, agora é o zagueiro que veio do mundo árabe porque é jogador de confiança do Autuori. Que porra é essa, cara? Vamos aceitar essa transformação paulatina do Fluminense na Casa da Mãe Joana? Já não bastam os escândalos (muito aumentados pela mídia maldita) que vivem a incendiar os corredores das Laranjeiras? A ideia agora é jogarmos só na retranca, pra que todos os contratados possam ter “rodagem”?
E tome transformar volante em meia de ligação, e tome improvisar zagueiro na lateral direita pra liberar o lateral pra jogar no meio, e tome recuar atacante pra fazer a meia cancha! Até quando isso, gente? Até quando três zagueiros contra times do porte do Avaí? Até quando possibilidades de título em competições importantes (e uma graninha boa) jogados no lixo por conta de posturas cretinas e covardes? E no meio disso tudo… Sornoza e Luquinhas! Minto, Luquinhas nem joga, coitado. Agora, verifiquem a quantidade de meias que o Fluminense possuía em suas divisões de base e que foram emprestados para outros times, em sua maioria pequenos, ou que foram negociados recentemente. Difícil? Tudo bem, eu listo pra vocês: Thiago André, Danielzinho, Robert, Levi e Bonilha.
Os nomes podem não impressionar muito, mas eram todos jogadores com potencial para estourar. Alguém conhecia Matheus Alessandro ou Pablo Dyego? Richard veio como contrapeso do Robinho. Alguns daqueles nomes pelo menos poderiam ter tido mais chances – salvo talvez o Robert, que teve muitas – e, quem sabe, hoje seriam opções, realidades! Ou o Danielzinho não caberia em nosso banco de reservas, e até serviria de titular em algumas oportunidades? É incompreensível o que o Departamento de Futebol tem feito. Temos muitos zagueiros, vários volantes e até muitos atacantes, mas não temos meias. Se Sornoza se machucar (pé de pato, mangalô, três vezes!), quem entra? Um dos “volantes-meias” do Abel? Vão Jadson ou Douglas pra fazer a ligação do meio pro ataque, ou vai o Marcos Jr. recuar pra ser o quarto homem de meio-campo (no caso do esquema do Abel, quinto)?
Se a intenção não era aproveitar os jogadores que citei por critério técnico, tudo bem, mas onde estão os substitutos deles? Cara, nem rebarba de time pequeno nós contratamos para esta posição! Isso é muito provavelmente motivo de piada no meio do futebol profissional. Nem times da Série C contam apenas com dois meias em seu elenco, tenho certeza absoluta disso. Só o Fluminense. E ai de você reclamar, porque aparece o Abel na sua entrevista coletiva elogiando pra cacete os dotes ofensivos dos seus queridos volantes e a capacidade de improvisação de seus laterais na meia, como se isso fosse o Santo Graal do futebol e todos nós tivéssemos mais é que nos fartar de beber dele e aplaudir de pé todas essas sandices! Queridos… meu tom é de desespero, não de ódio, nem da crítica pela crítica. Infelizmente, tenho que ser realista. Sem mais meias, e com o “carimbador maluco” em nossa diretoria, o Fluminense não vai a lugar nenhum, literalmente.
Curtas:
– Plunct, Plact, Zum. Saudoso Raul Seixas já nos dizia que, para partirmos sem problema algum, tinha que estar tudo nos conformes. Se quisermos alçar altos voos, temos que começar a fazer as coisas direito no Fluminense, do office-boy ao presidente, passando principalmente pelo técnico e pelo departamento de futebol como um todo.
– Nossos guerreiros tricolores vão encarar uma baita ladeira até Potosí para o jogo decisivo em que entramos ganhando por 3 a 0. Boa viagem, meninos. Boa viagem.
– Vem a primeira vitória fora de casa no Brasileiro pra adoçar nosso domingo: 2 a 1.
– As contas de 2016 não deveriam ter sido aprovadas. As contas de 2017 não deveriam ter sido aprovadas. As contas de 2018 muito provavelmente não serão dignas de aprovação, mas certamente serão aprovadas. O problema está muito além do que os olhos permitem enxergar, e tomar lados, defendendo o errado porque o outro parece estar mais errado, é o que nos colocou nesse ponto em primeiro lugar. Isenção e conscientização andam passando longe, e é palatar que se aproximem.
– Diego Souza está pra sair do São Paulo e o imbróglio do e-mail do repasse no valor de R$ 1 milhão ainda não foi resolvido. A última notícia dá conta de que o São Paulo já depositou R$ 1,6 milhões e depositará outros R$ 3,4 milhões em parcelas de R$ 850 mil até novembro, mas ainda depende de ganharmos uma ação na Justiça! A blindagem a Marcelo Teixeira será infinita, ou será que algum dia conseguiremos abrir a caixa preta do Fluminense?
Panorama Tricolor
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#JuntosPeloFlu
Imagem: alo
Não tenho nada a dizer, vocé já disse tudo. Passei a acompanhar a série B, só para ver como estão os jogadores emprestados do Flu. Depois de três temporadas acho que assisti mais jogos do Oeste que do Fluminense. Cada enfiada do Danielzinho eu xingo po Abel.