Em tese, o Fluminense hoje possui quase 60 mil sócios, em sua maioria absoluta na modalidade Sócio Torcedor.
Parte considerável dessa população está espalhada por todos os Estados, e se associou ao clube acreditando numa falsa promessa realizada pelo atual gestor tricolor, sempre enfático na implementação do voto on line, para que milhares de sócios tivessem o devido acesso democrático ao compromisso eleitoral, sem terem que pagar milhares de reais em passagens de avião e estadia para poder votar.
Leia-se não apenas eleitores com residência distante das Laranjeiras, mas mesmo portadores de necessidades especiais que morem no Rio, por exemplo.
Um procedimento comum, que já é adotado por diversos clubes de futebol no país com pleno sucesso.
Para que se cumpra o prometido e compromissado por escrito, diversos sócios têm recorrido à Justiça. Dentre eles, Ademar Arrais, candidato à presidência do clube, ex-conselheiro e sócio com vastidão de serviços voluntários prestados ao Fluminense.
A contestação ao pleito de Ademar, feita institucionalmente pelo Fluminense, possui acesso público no link abaixo.
Nela, o clube literalmente despreza o Sócio Torcedor fora do Rio de Janeiro, registrado nas dificuldades apresentadas acima. Declara não ter obrigação de fazê-lo, recorrendo a reproduções de texto que beiram à bipolaridade.
Ou seja, que problema há se um candidato faz promessas, não as cumpre, passa a lutar contra elas e joga contra o interesse da maioria dos sócios do clube, não é mesmo? Se não há problema do ponto de vista legal, certamente existe sob as abordagens da ética, do bom caráter e da palavra.
A verdade é que, no Fluminense, o Sócio Futebol é tratado como gado, literalmente.
Vá aos jogos. Se não puder, dane-se: o que importa é pagar a mensalidade. Porte-se como claque e aprove todas as sandices da gestão tricolor. Dê carta branca para R$ 20 milhões torrados em nomes como Cris Silva e Caio Paulista. Aceite em silêncio o calote no FGTS de funcionários do clube, especialmente os mais humildes. E lamba os beiços porque o time está bem demais, embora não tenha conquistado nada além de um Carioca nestes dez anos.
Você, Sócio Futebol que foi tratado como paspalho nessa contestação, precisa reagir dentro das normas democráticas e de civilidade. Processos, manifestações, repúdios, todas as ações legais são válidas para acabar com o curral eleitoral que reina nas Laranjeiras, fazendo com que dezenas de milhares de associados e milhões de torcedores sejam reféns políticos de uma panelinha que manobra o clube por “AMOR”.
A atual gestão não somente não quer o seu voto, mas também tem medo dele, pois sabe muito bem do descalabro que acontece hoje em Laranjeiras. Sabe também que o torcedor tricolor, em sua maioria, é intelectualmente articulado e não confunde resultados de campo com péssimas gestões – o Fluminense já cansou de ganhar títulos com péssimos mandatários em 120 anos, inclusive com o atual.
Assim não o fosse, qual o motivo para não se cumprir o prometido, honrar a palavra e favorecer quem mensalmente coloca dinheiro no Fluminense para que ele funcione?
Por que a atual gestão do Fluminense tem MEDO da participação massiva dos eleitores aptos a votar, contando com o velho colégio eleitoral que não passa de duas mil pessoas, contaminado por todos os vícios do casuísmo que têm marcado o clube nos últimos dez anos?
Em campo, o Flu vai muito bem e todos torcemos pelo seu sucesso. A conversa de gente que torce contra é para imbecis, portanto sem espaço aqui.
Fora das quatro linhas, a gestão tricolor é uma farsa, que vai dos inúmeros números contábeis ressalvados a uma tonelada de ações movidas por ex-integrantes da folha de pagamento tricolor, de cláusulas extraterrestres como a do contrato de Luiz Henrique ao processo movido por Hudson, ex-jogador que teve seu contrato renovado no Fluminense amo passado por “gratidão”.
Uma farsa movida neste 2022 pela sorte (não confundir com Live Sorte), escondida pela inesperada boa campanha na temporada. Em campo, não está o time titular planejado pela gestão, nem o treinador. Se estivessem, dificilmente estaríamos no atual cenário de briga pela Copa do Brasil e pelo Brasileiro. Ou alguém acha que o Fluminense disputaria títulos escalado com David Duarte, Cris Silva, Pineida, Caio Paulista, Felipe Melo, Wellington, Fred e Willian Bigode juntos nesta temporada?
Não deixa de ser irônico que um dos destaques atuais do time, Paulo Henrique Ganso, tenha sido preterido nas temporadas de 2019, 2020 e 2021. Será que as jogadas de Ganso em campo não eram mais importantes do que as jogadas de terceiros nos bastidores?
Uma farsa tão grande que não seria surpresa se a atual gestão declarasse desconfiança na segurança digital do voto on line, embora todo o restante do movimento de associados seja feito pela internet. Seria o movimento de um fã muito parecido com seu ídolo, como se pode ver diariamente nos noticiários nacionais da TV e da rede mundial de computadores.
Hoje, a gestão do Fluminense é contra o voto do Sócio Torcedor que não mora no Rio, embora faça regularmente campanhas de associação. Trabalha para dificultar o voto de dezenas de milhares de sócios, maioria ostensiva do colégio eleitoral, que poderiam exercer sua cidadania tricolor com um simples clique. Resta entender o porque dessa verdadeira sabotagem que só prejudica o próprio clube. Na verdade, não é difícil saber. Basta se informar.
Por fim, uma última pergunta inspirada num patético dirigente do clube em declaração à mídia: quem põe fundos nos cheques (sic) que o Fluminense emite? Certamente não é quem os assina…