Outro dia, o querido Nelsão publicou por aqui sobre os tempos de um Maracanã de paz, de amigos, de brincadeiras e gozações sem a violência que hoje impera nos arredores do esporte e até mesmo da sociedade.
As bandeiras da intolerância e do ódio estão desfraldadas em todas as esquinas físicas e virtuais.
Esportes, cotidiano, política, religião, artes em geral.
Num mundo cada vez mais violento e agressivo, naturalmente o Brasil não passaria imune e o resultado aí está a olhos nus, de boa acuidade visual.
Então a covardia aquece os peitos e lá estão os sujeitos e as sujeitas a desejarem a crucificação das bichas, sapatões, gordos, magrelos, pederastas, machões, comunistas, ateus, religiosos, paraíbas, pretos, brancos, pobres, ricos, iraquianos e o escambau. Ódio às diferenças. O prazer em agredir, que acaba nivelando o cidadão comum e o bandido, sem deixar de levar em conta as respectivas gravidades de cada caso. Temperando, muita hipocrisia. Ignorância também. E, claro, “foda-se a Constituição”… expressão de ordem dos autoritários de plantão.
A apoteose do Carnaval troglodita. A estupidez cristalina da intolerância e da supressão da dialética. Como se estivesse de volta a geração dos homens de Neandertal. Pior: estes não eram evoluídos, ao contrário dos autoproclamados donos da verdade impoluta que andam nas ruas, campos e telas de computador e que, ao serem minimamente contrariados em seus anseios, imediatamente chamam o(s) interlocutores de “burros”, analfabetos, imbecis etc., numa tentativa patética de praticar o monopólio da razão. Tradução reduzida: babacas.
No futebol também? Claro. Não teria como ser diferente.
A imbecilidade da violência aliada à anuência do poder público permitiu que muitos indivíduos malversassem, por exemplo, o nome e a importância das torcidas organizadas do futebol brasileiro, num claro processo de reducionismo conveniente. Basta que a lei seja cumprida e os criminosos presos. Há bandidos infitrados nas organizadas assim como em todos os setores das arquibancadas, nos clubes, associações, empresas dos setores privado e público, no Congresso Nacional. Também de colarinhos brancos, ternos de bons cortes e excelentes endereços na zona sul. Por todo lado, há décadas.
Aqui sou claro: defendo as TOs como instituições, assim como não quero que o mesmo Congresso seja fechado por conta de seus parlamentares corruptos – que tal investigar e prender todos os criminosos que usaram o Parlamento como escudo?
Também sou contra a extinção dos clubes de futebol e da própria CBF por conta de bandidos que se tornaram dirigentes destas representações – investigar e punir os bandidos. Preservar as instituições e retirar de circulação os meliantes. Isso vale para empresas públicas e privadas, associações, entidades, tudo, em minha opinião.
Noutro exemplo, sou contra atirar bombas nas favelas para “liquidar o crime” porque rechaço com veemência qualquer prática nazista. Também abomino quem defende jogar creolina nas portas das lojas para espantar moradores de rua. E me posiciono contra os ricos serem agredidos e submetidos a trabalhos forçados: basta-me que paguem seus impostos corretamente, que tenham enriquecido honestamente e, caso contrário, que arquem com as consequências jurídicas de eventuais maus atos.
Não se amputa um braço para se tratar bursite. Não é preciso derrubar a casa para se fazer uma troca da porta da frente. Basta fazê-lo com competência, eficiência e o principal: raciocínio. Via Constituição Federal, o princípio da razoabilidade.
E aqui exerço meu democrático direito de opinião.
Falando de História. Nós, tricolores, sabemos bem o que significa uma tempestade de cólera arquitetada mafiosa e meticulosamente por meios de comunicação e outros interessados em lucrar e proteger terceiros.
Basta pensar em 08 de dezembro de 2013.
O caso Flamenguesa, de pavorosa lembrança, foi mergulhado em gasolina e teve um fósforo incendiado naquele fim de ano, para que o Fluminense fosse explodido feito o Gasômetro da Rodoviária Novo Rio nos delírios fascistas do Brigadeiro Burnier nos anos de ditadura.
Torcedores tricolores foram agredidos, ameaçados, achincalhados nas ruas e na internet.
Torcedoras xingadas, desimportando se fossem mães ou avós.
Ser tricolor passou a sinônimo de filho da puta, corrupto, subornador, bandido, virador de mesa, manipulador de campeonatos, como se a supressão da escalação irregular de André Santos nas manchetes de 08 de dezembro de 2013 pudesse soar como mera distração ou lapso, em tempos onde os jogadores de futebol são monitorados midiaticamente 24 horas por dia.
O Flu virou a Geni dos noticiários. A piranha a ser apedrejada, destruída, em nome da ética e da moral, da “família com Deus pela liberdade”.
Sair com uma camisa do Fluminense à rua no verão de 2013 significou até risco de morte.
Por qual motivo?
A campanha satânica de parte da imprensa esportiva brasileira, visando transformar o Tricolor no grande vilão do escândalo envolvendo a incrível coincidência entre Flamengo e Portuguesa. A verdadeira repetição da atrocidade cometida no famoso caso da Escola Base, só que no futebol.
Os nomes dos covardes que apontaram o clube como responsável pela queda (voluntária) da equipe do Canindé são conhecidos: Judas Kfouri, André Rizek, Renata Maurícia, Antero Grotesco, Flávio “Vanessa” Prado, Fábio Louco Sormani, André Loffredo, Milton Neves, Ricardo Boechat e outros menos votados e sem audiência.
A esperança da constelação da macabra companhia de guerra anti-Flu estava nas apurações do procurador Roberto Senise Lisboa, do MP-SP, responsável pelas investigações Gávea-Canindé. Com diversas aparições midiáticas que beiraram à pirotecnia no verão 2013-2014, Senise teve grande destaque há mais de um ano, quando afirmava aos quatro cantos e ventos que já se encaminhava para fazer grandes e bombásticas revelações que iriam fazer tremer o futebol carioca.
A reação dos torcedores do Fluminense na internet – e nos sites jornalísticos que fomentaram as calúnias contra o nosso time – em defesa da apedrejada instituição, ao lado de sites e blogs tricolores, foi tão fulminante que os grandes criminosos da imprensa tiveram que recuar, apesar da paralisia do clube a respeito da questão. Aos poucos, os picaretas das redações deram um deixa pra lá na situação e saíram de fininho, contando com a eterna vocação dos brasileiros em esquecer tudo a cada Reveillón. De vez em quando, um ou outro ainda tenta um gracejo, mas logo se encolhe. Afinal, é liberdade de imprensa cometer crimes de calúnia, difamação e propagar ódio de forma tão violenta que, por coincidência, diversos erros crassos foram cometidos por arbitragens contra o Tricolor no campeonato brasileiro de 2014.
Incrível mesmo foi o súbito desaparecimento midiático do Dr. Senise. Outrora falante e com grande apreço às câmeras, recolheu-se. Já se passou mais de um ano das suas declarações impactantes e não houve um novo capítulo sequer a respeito da inacreditável Rodada 38. Silêncio. Discrição absoluta em contrapartida à espetacularização de antes.
Ao me referir ao caso Flamenguesa, sinto-me completamente longe do ódio. Não tenho espaço para esse sentimento torpe em meu peito. Falo de esclarecimentos, verdades que precisam ser desnudadas e punição para o crime ocorrido. Nenhuma pessoa que prime pela racionalidade mínima pode considerar os acontecimentos do fim do Brasileiro 2013 como normais ou mera coincidência. Há claros indícios de suborno. Como torcedor tricolor, sócio do Fluminense, escritor de futebol e cidadão, é meu direito reivindicar a apuração e a revelação da verdade sobre o caso que me incomoda.
Trata-se de uma questão nublada que não foi esclarecida. Mas é possível ver o cinza do céu antes da chuva cair.
Volto ao incrível lapso. Até agora, ninguém conseguiu explicar como centenas de profissionais de imprensa esportiva esqueceram-se de noticiar o estopim da dinamite: a entrada irregular de André Santos em campo na partida Flamengo x Cruzeiro, disputada em 07/12/2013, cuja natural divulgação de manchetes no domingo, 08, dia seguinte, certamente mudaria TODO o panorama daquele campeonato brasileiro em termos de rebaixamento de clubes.
Quantos jornalistas tiveram o apagão de memória? Uns 100? Ou 200? Que tal 400? Fica barato falar em 220?
Caros amigos, um ABSURDO! UMA FARSA, acobertada muitas vezes por pessoas que têm nojo do que aconteceu, mas que precisam manter seus empregos nos abomináveis meios de comunicação. Má-fé e impotência lado a lado dentro das redações e estúdios.
Novo lapso à vista: NENHUM jornalista da grande imprensa esportiva fez qualquer referência às apurações do Dr. Senise nos últimos meses. Não há registros. O assunto é descaradamente empurrado para debaixo do verdadeiro tapetão, aquele que encobriu todo o nefasto fim do Brasileirão 2013.
Silêncio sepulcral que pode significar um “deixa estar” ou “ninguém vai se lembrar mais disso”. Uma coisa é certa: a mudez não tem como objetivo acobertar atos criminosos do Fluminense na questão – se eles tivessem sido comprovados, certamente nós teríamos que mudar de país porque a campanha jornalística de ódio já teria incitado a extinção de tricolores – quem tiver dúvidas disso, é só pesquisar o que aconteceu entre dezembro de 2013 a março de 2014.
Cadê o procurador Senise?
Um ano de investigações já foi mais do que o suficiente para o Batman capturar o Coringa. Ou até mesmo o Charada, com suas mensagens enigmáticas numa papeleta amarela.
Não tenho ódio dos eventuais criminosos do caso Flamenguesa. Quero apenas o óbvio: justiça e punição para o culpado, seja quem for, inclusive o Fluminense se fosse – ou for – o caso. Por que tanta demora, alguém sabe explicar?
Com a palavra, os Kfuris e Sormanis da vida. Eles não me causam ódio, apenas pena. Gente que, com sua irresponsabilidade, colaborou indiretamente para crimes cometidos contra torcedores do Flu. E se alguém tivesse sido assassinado?
Chega de ódio. Em seu lugar, a luz sobre o caso e as providências devidas. A vida como ela deve ser.
Doutor Senise, sua demora prolongada na divulgação da apuração da Rodada 38 está beneficiando o infrator.
O criminoso.
Aquele que provocou a escalação indevida de Heverton na Portuguesa contra o Grêmio, coincidentemente após a escalação indevida de André Santos no Flamengo contra o Cruzeiro, fato relevante esquecido de ser noticiado por DUZENTOS PROFISSIONAIS DE COMUNICAÇÃO ao mesmo tempo.
Guiness é pouco.
Sendo o Fluminense o clube de futebol mais odiado do Brasil, graças ao banditismo de determinados jornalistas, é de se imaginar que essa demora na divulgação das investigações não tenha a menor ligação com uma hipotética proteção midiática ao Tricolor – que, aliás, não somente jamais ocorreu na história como geralmente sucedeu o contrário.
Façam suas apostas sobre o(s) nome(s) do(s) culpado(s).
Todos aguardamos ansiosamente o fim da Rodada 38, exatos 15 meses depois.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: uol
#SejasóciodoFlu
Um caso com estranhas coincidências… (IV)
Gaeco diz que investigação criminal sobre rebaixamento da Lusa é sigilosa (13/11/2014)
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2014/11/13/gaeco-diz-que-investigacao-criminal-sobre-rebaixamento-da-lusa-e-sigilosa.htm
Gaeco critica exposição do caso Héverton
http://intervalodoesporte.com.br/index.php/futebol/extra-campo/753-gaeco-critica-exposicao-do-caso-heverton
Um caso com estranhas coincidências… (III)
Lusagate – Segundo blog, MP rastreia movimentação de R$ 64,5 milhões, que podem estar relacionados ao suborno da Lusa – Marcelo Savioli (16/11/2014)
Gaeco emitiu nota falando em “eventual configuração de organização criminosa”
http://www.otricolor.com/?pg=noticia&id=7205
MP investiga três remessas milionárias – Blog Jorge Nicola (16/11/2014)
http://www.image-share.com/ijpg-2759-87.html
Um caso com estranhas coincidências… (II)
Acusações são “inverídicas”, diz promotor suspeito de vender absolvições (24/07/2014)
http://www.conjur.com.br/2014-jul-24/promotor-suspeito-vender-absolvicoes-nega-acusacoes
Promotor paulista acusado de receber propina para arquivar casos será investigado (24/07/2014)
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI204790,41046-Promotor+paulista+acusado+de+receber+propina+para+arquivar+casos+sera
Um caso com estranhas coincidências…
Promotor vira alvo do MP por suposta venda de acordos (23/07/2014)
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,promotor-vira-alvo-do-mp-por-suposta-venda-de-acordos,1532601
Promotor se torna alvo do MP por suposta venda de acordos (23/07/2014)
http://www.metrojornal.com.br/nacional/foco/promotor-se-torna-alvo-do-mp-por-suposta-venda-de-acordos-112687
Acusações são “inverídicas”, diz promotor suspeito de vender absolvições…
O torcedor tricolor é expert no que concerne à manipulação midiática. Deveria, por toda a sua experiência, saber que o poder da mídia transformar anjos em demônios, inocentes em culpados é inegável, inexorável. A grande midia só atende a um patrão: o capital, seja no futebol na política, seja onde for. Parabéns pela lúcida e oportuna crônica!
Andel, pra mim, o que vai acontecer é isso mesmo que vc disse! Vão deixar pra lá e o FLU, mas uma vez, vai pagar pelo que não fez. O que mais me irrita nessa história todo é a letargia da Diretoria do FLU. Essa sim, devia designar um advogado pra ficar encima desse caso 24 horas por dia!!!! Meu DEUS, é a instituição que eles representam e, segundo dizem, torcem, que está sendo prejudica, e muito! Isso pode gerar efeitos nefastos ao clube, como dimiuição de torcida, enfim!!!
Quero ressaltar a cronologia dos fatos: Eurico se oferece para ajudar o Vasco a não cair em troca de sua volta; Júlio Batista (CRU) flagrado entregando ao Vasco; jogo Flu x Atlético MG, na penúltima rodada, foi o único antecipado pra sábado; Vasco compra a escalação irregular do Gilberto e só precisa do mesmo resultado do Flu pra escapar; Fla escala André Santos irregular equivocadamente e o “sistema” atua; Vasco recua na trama; Fla compra Héverton; Vasco cai com a virada do Flu.
Cereja no bolo: Gilberto é contratado pelo Vasco neste ano e admite que forçaram a sua escalação!!! Ele não aceita, estava acertado com o Vasco e este não precisa mais, já que o Fla já fez a burrada, e o Sistema Fla/Globo/CBF/Caixa se volta para o Héverton. Com o empate do Flu, Héverton entra em campo. Sistema pagou 30 milhões à Lusa para que o Fla não fosse rebaixado. E o MP de São Paulo? http://cartacampinas.com.br/2014/04/promotoras-do-mp-de-sao-paulo-vestem-a-camiseta-com-simbolo-da-globo/
A pergunta que faço é o que a diretoria do Fluminense fez pra se defender? Se não fossem pessoas como você que até lançou um livro sobre o assunto, o pessoal do panorama e outros sites, blogs e aifns, isto é , a mídia tricolor independente… A coisa realmente teria sido muito pior!!! Vejo uma diretoria fraca na hora de brigar pela imagem do clube… Está faltando alguém com sangue nos olhos!!
Toda razão, Rodrigo.
É… Estamos por essa, meu caro. Sabe aquela história de que não há nada mais fácil do que convencer as pessoas daquilo que elas querem acreditar?
Assim toma-se a parte pelo todo e tudo se resolve sem mais perda de tempo e detalhismos inconvenientes.
Não temos imprensa. Temos uma enorme agência de propaganda pronta para criar a versão dos fatos que interesse a quem pagar mais.
ST
Savioli, Goebbels ri. O padrão “jornalístico” isento…
Muito bom, Paulo!
Vozes como a sua, se existissem na grande imprensa, tornariam mais transparente o jornalismo esportivo; especialmente o sobre futebol.
Braxxxx e SSTT4!!!!
Boa Andel,
qualquer Tricolor que se preze, nao pode esquecer os fatos ocorridos em dez/13, e o que salta aos olhos , e que a midia acordou naquele domingo pos escalacao do Andre Santos, sem nem uma linha escrita sobre a escalacao do cara. Absurdo total!!!! Estamos juntos nessa, torcendo para que a Procuradoria de SP nao se faca de MORTA e nos aponte o caminho para solucionar o misterioso caso flamenguesa, e de uma vez por todas, calar a boca de trapo de jornalistinhas que torcem contra.
Análise perfeita e meticulosa dessa situação de ódio que existe no Brasil e dessa perseguição sórdida ao Fluminense. Todo apoio ao seu libelo.
Menos importante, mas não menos sórdida, essa campanha da Ferj contra o Fluminense. Sou favorável a uma grande manifestação pacífica na porta dessa rica entidade que fica ali perto do Maracanã. Faixas e cartazes contra as “deliberações” da Ferj e com a presença da grande mídia para cobrir.
ST!!
Eu sempre me pergunto isso.Por que a torcida ainda não fez esse tipo de movimento, Eu sou favorável mas sozinho não rola.
#ForaFerj