Jogo difícil, fora de casa. Mesmo com o São Paulo em crise, tratava-se de uma difícil missão. Necessidade de sair pelo menos com um ponto na bagagem. O campeonato está muito difícil, cada jogo, uma batalha. E cada batalha, uma estratégia diferente.
O time começou bem, se movimentando. Mas o problema é o de sempre, a defesa. E foi com em uma sequência de falhas no setor defensivo que acabou culminando em gol da equipe paulista. Após o gol, o nervosismo tomou conta do time do Fluminense, que começou a querer jogar de forma desorganizada. Não é assim que se resolve. O São Paulo passou a dominar o jogo, mais pelo nosso desespero do que pela competência da equipe paulista. Quase amplia.
Sempre bato na tecla do sistema defensivo do Fluminense. Acho que, pelas características dos jogadores, o Fluminense não sabe jogar defendendo. Nosso time gosta de estar com a bola nos pés e quando não consegue, luta desesperadamente por ela, abrindo espaços para o adversário. Há uma forma de neutralizar isto. Maior combatividade dos jogadores de frente, acompanhando a jogada até a intermediária. Richarlison e Calazans fazem bem isto, mas ainda carecemos de ensaiar a retomada, com maior participação dos laterais e com Scarpa ou Welington recuperando o ritmo de jogo.
Passada a pressão, o Fluminense começou a respirar e, mais organizado em campo, quase marcou por duas vezes com o Henrique Dourado, mas o goleiro Renan estava inspirado. O primeiro tempo terminou sem o domínio de nenhuma das equipes. Mas o Flu precisava correr atrás do prejuízo.
O time voltou com muita disposição para o ataque. E conseguiu o empate. Wendel faz um golaço de fora da área. Igualdade no marcador, tranquilidade e esperança. Dá muito gosto de ver o Wendel jogar. Craque. Se for negociar, que seja feito com muita cautela. Com o empate, o São Paulo se desesperou e poderíamos até buscar a vitória. Só que nossas limitações começam a surgir. Não temos opções de elenco. Calazans e Wendel, que davam consistência ao nosso ataque sentiram. Com as substituições o Fluminense voltou a ficar desorganizado em campo. O São Paulo, por sua vez, mexeu bem, principalmente com a entrada do jovem Lucas Fernandes. Sofremos pressão até o fim, mas conseguimos segurar o empate.
Pelas circunstâncias, um excelente resultado, se levarmos em consideração o tipo de jogo que foi. Apesar da crise, o São Paulo tem um grande time e nos exigiu ao máximo.
Reginaldo sentiu a pressão. Faz parte, com o tempo vai jogar de forma mais segura. Welington Silva entrou totalmente sem ritmo, mas já esboçou alguma coisa. Também irá se acertar com o tempo. Não dá para ganhar sempre, o campeonato é difícil, temos que ter paciência. Precisamos melhorar, mas ainda não é hora para desespero.
Uma pequena parada no Brasileiro para retornarmos à Sul-Americana. Time relativamente tranquilo, não fosse o temido fator altitude. Temos que fazer um bom resultado aqui. Como diria Maiakóvski, “Não estamos alegres, é certo, mas também, porque razão haveríamos de estar tristes? O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando, como uma quilha corta a onda”. Vamos em frente, Fluminense!
Panorama Tricolor
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