Roubo é o cacete! (por Paulo-Roberto Andel)

Bastou o Fluminense ter uma boa atuação e predominar numa partida internacional para que o show de chiliques jornalísticos fosse disparado contra o clube. O roubo, o assalto, a vergonha, isso como se algum tricolor tivesse comemorado a barbaridade do gol anulado.

Aí está o problema: o Fluminense não teve nenhuma relação direta com a decisão da arbitragem. Toda hora somos achincalhados por apitos inacreditáveis até no Campeonato Carioca, vide a decisão de 2017, imagine se temos algum tipo de influência nos bastidores continentais…

É claro que focar no pavoroso erro de interpretação tem um objetivo: sumir com a boa atuação do Fluminense. Quem me acompanha aqui nestes quase dez anos sabe o que penso de Egídio, Nenê e companhia, mas não reconhecer a supremacia do Fluminense contra o Cerro Porteño beira o surrealismo ou o efeito do uso de substâncias lisérgicas. Aliás, o grande erro do Flu neste jogo foi apenas um: não ter pisado no acelerador depois dos 2 a 0, aplicando uma goleada impiedosa que não poderia ser questionada, mas todo mundo que viu o jogo percebeu isso.

Uma lenga-lenga que já levou a tiradas extraterrestres, como a que o gol de barriga teria sido feito com a mão. Ou a eterna história de 1985 contra o Bangu: as memórias seletivas apagaram o fato de que, quando o Alvirrubro vencia a decisão por 1 a 0, o Fluminense teve um pênalti claro a seu favor não marcado. Quem se lembra disso? Ninguém fala, né?

Uma das piores lembranças de todos os tempos, mas importante para se pontuar aqui, é quando o Fluminense chegou ao momento mais difícil de sua história: muita gente enche a boca para falar de Terceira Divisão mas volta à tona a memória seletiva… O Fluminense só caiu porque foi um dos únicos times da história do futebol mundial a ter um pênalti marcado e depois cancelado, isso antes da era VAR. Basta pesquisar o jogo contra o CRB em 1998.

Se os jornalistas realmente quiserem falar sobre assalto à mão armada em partidas na Libertadores, o vídeo abaixo é um verdadeiro bacharelado, mestrado e doutorado a respeito. Quarenta anos depois, ele permanece como uma verdadeira aula de gatunagem esportiva. Não foi no Paraguai, mas no Brasil, mais precisamente em Goiás.

O Fluminense não roubou coisa alguma. O árbitro errou clamorosamente e ponto. Não decidiu o jogo. O Tricolor foi infinitamente melhor. Nenhum torcedor comemorou a falha da arbitragem.

Todo mundo sabe onde acham que roubado é mais gostoso.

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1 Comments

  1. Impressionante como esses lances contra o Fluminense são supervalorizados; ganham um tremendo destaque. Todos viram que o gol do Cerro foi mal anulado. Porém, nenhum tricolor, ao contrário como agem certos torcedores de alguns rivais, defendeu sua legalidade. Somos garfados com frequência, mas, a opinião pública SEMPRE dá de ombros. Só tivemos defesa institucional até o final da década de 80 (saudade de nossos advogados/representantes do clube nos bastidores!). Sobre o jogo, devemos ser mais competentes nas finalizações. Poderíamos, mesmo, ter goleado. Antes do gol anulado do Cerro, tivemos…

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