Candidato Rafael Rolim (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, no intuito de ajudá-los a definir a preferência ou o voto na eleição do próximo sábado, estou registrando, a partir de hoje, minha opinião sobre as candidaturas. Convido vocês a lerem essas análises, que são de um tricolor apaixonado, mas, sobretudo, de alguém que tem se comprometido a analisar a situação do clube e propor soluções.

É evidente que a minha opinião segue a visão que tenho das necessidades do clube, pensando no futuro a curto, médio e longo prazo, mas, acima de tudo, o que vale é a impressão causada por cada candidato.

A análise de cada candidatura será construída a partir das entrevistas feitas pelo site Globoesporte.com. A terceira, publicada nesta sexta-feira, 25/11, foi a de Rafael Rolim, da chapa “Meu Fluminense Acelera”.

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Amigos, amigas, nós, seres humanos, somos essencialmente conservadores. E isso acontece porque a perspectiva da mudança nos tira da nossa zona de conforto e nos obriga a rever padrões e conceitos estabelecidos em nossa mente. O nosso cérebro, nesse sentido, é uma máquina resistente a mudanças e, de certa forma – por que não dizer? -, preguiçosa. O que impulsiona nosso cérebro a quebrar suas próprias resistências, suas convicções, seus valores estabelecidos, são os estímulos.

Não há maior estímulo para que esse processo seja ativado do que a análise fria do estado de coisas atual e do que as mudanças propõem com relação a esse estado de coisas. Vivemos um ambiente de acelerada transformação no futebol brasileiro, em que o aspecto central é a entrada de investidores. Se o processo é acelerado, para estarmos inseridos nele, é preciso que tenhamos algum senso de urgência.

Eu sempre tenho dito que o Fluminense precisa estabelecer para si um tripé: transformação organizacional, profissionalização e investimentos. Senti falta das duas primeiras variáveis (transformação organizacional e profissionalização) na proposta de governo do candidato Mário Bittencourt, embora a variável investimentos apareça em sua pauta, no que percebo uma contradição, porque o mercado quer colocar dinheiro onde estejam fortemente presentes a organização empresarial e o profissionalismo. Aspectos que estão presentes na proposta do candidato Marcelo Souto, de cujas ideias gostei muito, mas faltou a variável investimento, muito embora as duas variáveis anteriores tenham o potencial de gerar a terceira.

Concordo que a SAF não pode ser vista como uma panaceia ou feita de forma aventureira, mas também precisamos observar com clareza que esse é o modelo em que há segurança jurídica e previsibilidade para a atração de investidores. Roubei essas palavras, com alguns acréscimos, do candidato Rafael Rolim, cuja entrevista acabo de ouvir. É muito bom, para mim, ouvir alguém que diz aquilo que queremos ouvir, principalmente quando esse alguém diz como vai fazer para que projetos não fiquem só no discurso, as tais promessas líquidas. Ao mesmo tempo, Rolim não me parece tão sólido – sólido no mau sentido – mas flexível em suas ideias na medida certa.

O meu sentimento é de ter vivido uma experiência apaixonante, que foi ouvir uma entrevista de um candidato que tem consciência total do que o clube precisa nesse momento e oferece soluções reais e convincentes. Como tenho dito, o Fluminense tem, nesse momento, um verdadeiro canhão nas mãos, que é poder contar com o melhor técnico do Brasil e um elenco que, devidamente reforçado, pode vir a ser percebido e consolidado como o melhor do continente. Além disso, temos uma dívida melhor organizada e com fluxos de pagamento mais previsíveis. Temos, enfim, uma torcida que se apaixonou pelo projeto Diniz e segue num viés de crescimento na associação ao clube. Sem contar com a iminência da formação da Liga Brasileira de Clubes, que, já na sua origem, promete um robusto aporte econômico aos seus membros.

Por outro lado, a não chegada de investidores coloca o Fluminense economicamente em desvantagem, exposto ao risco de não aproveitar esse canhão, como aconteceu esse ano, ao perder grandes jogadores para o mercado externo. E, pior que isso, mal vendidos, devido à asfixia do nosso fluxo de caixa.

A proposta de Rolim é bem transparente. Profissionalização total do clube sob o modelo SAF. A SAF, como pareceu evidenciar o candidato, não é um modelo de negócios, mas um modelo jurídico capaz de dar suporte ao modelo estruturado pelo clube e seus investidores. O modelo de negócios é a chegada de um investidor estratégico, um parceiro de negócios e de objetivos. Esse investidor, segundo Rolim, está apalavrado e é tricolor, com interesse direto no sucesso do clube e disposto a obter os ganhos no longo prazo, com a valorização do clube como um todo: marca e ativos. Seria uma espécie de guarda-chuva, sob o qual se estruturaria uma dinâmica de fundos para captação de outros investidores, foi o que eu entendi da proposta, o que me agrada e vai ao encontro de tudo que venho pregando aos quatro ventos há anos.

A SAF será definida por Assembleia Geral, com voto online, que é promessa do candidato para ontem, já que a ideia é de que esse processo seja acelerado. E é bom que se diga que o acelerado, nesse caso, não se deve confundir com açodado ou precipitado. Significa aproveitar a oportunidade que se desfralda para que o Fluminense dê um salto gigantesco enquanto força competitiva e também em direção à sustentabilidade econômica e esportiva.

O plano, para agora, é reter o atual elenco, que é muito forte, mas também usar a entrada de investimentos para reforçá-lo (aumento de 30% na folha do futebol), de modo a termos uma trajetória sustentável nessa e nas próximas temporadas. Se tudo isso for feito, da forma como proposto, e não cabe a mim colocar em dúvida o que é dito pelos postulantes ao segundo cargo mais importante do Brasil, passaremos de imediato a ter liquidez, elevação de receitas, muita chance de conquistarmos muitos títulos importantes, com valorização da marca, retenção de jovens valores e aumento significativo do valor das vendas de atletas. Tudo isso com redução gradual da dívida, que é um aspecto óbvio quando você tem poder de barganha e dinheiro para pagá-la descontada.

Como tricolor, esse é o meu mundo perfeito!

Agradeço a quem me deu a honra da atenção e torço para que tomemos a melhor decisão daqui a pouco.

Todo poder ao Pó-de-Arroz