Vivo, ativo e na ponta dos cascos, Roberto Rivellino adentra 2024 completando 78 anos. Para as finalidades oficiais, é um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos – e se algum desavisado aí tiver dúvidas, basta pesquisar o que Diego Maradona disse sobre o gênio de bigodes. Campeão naquela que, para muitos, é a melhor Seleção Brasileira de qualquer época. Em qualquer análise, um monstro.
Entrou para a história do Fluminense aos 29 anos, em 1975, quando se tornou o camisa 10 daquele que é o mais emblemático time já formado em campo pelo Fluminense: a Máquina Tricolor de Francisco Horta. Uma equipe que talvez só seja superada pelo mitológico time do fim dos anos 1930, com Pedro Amorim, Tim, Russo, Romeu Pelicciari, Carreiro e grande elenco.
Pelo Fluminense, Rivellino foi muito mais do que bicampeão carioca, da Teresa Herrera e do Torneio de Paris. Cercado de craques e ídolos por todos os lados, ele foi o responsável por uma nova – e gigantesca – safra de torcedores mirins. Com ele, o Flu teve sua melhor média de público da história em 1976, com mais de 40.000 pagantes por jogo. E gols, e passes e dribles espetaculares, num tempo em que o Maracanã de bobeira recebia clássicos com mais de 100 mil pagantes facilmente. Naqueles anos, o Fluminense se tornou motivo de reverência no esporte, sendo aplaudido e noticiado no mundo todo. E com todas aquelas feras em campo, ainda assim ele foi o maior de todos, o implacável camisa 10.
Quase meio século depois de sua estreia pelo Flu num sábado de carnaval, triturando o Corinthians, Rivellino não deixou pedra sobre pedra. Ele se tornou um sonho, um nirvana, uma presença de espírito e uma força que tomou o Fluminense para sempre. É fácil encontrar torcedores da Máquina que, à simples lembrança do nome de Riva, deixam escapar lágrimas, lembrando de um Fluminense grandioso e imortal, capaz de derrubar qualquer adversário em qualquer lugar do mundo. A Máquina durou dois anos, mas sua história repercute há quase cinquenta temporadas.
Rivellino tem 78 anos. Há quase meio século, ele ajudou o Fluminense a escrever vários de seus capítulos de glória. A história de um time que resiste ao tempo, aos haters e negacionistas da bola. A história de uma Máquina.