Um dos maiores jogadores da história do Fluminense, Altair Gomes de Figueiredo passou sua carreira de jogador no combate a nomes como Joel, Garrincha e Julinho. Muitas vezes vitorioso nos combates, isso já seria suficiente para demonstrar seu tamanho de atleta. Mas ele foi mais, muito mais. Campeão do mundo no Chile em 1962 – ao lado de seu irmão de coração Jair Marinho -, um dos quatro jogadores que mais vestiram a camisa do Fluminense, depois funcionário por muitos anos do clube.
Um verdadeiro ícone das Laranjeiras do começo ao fim no gramado. Uma lenda. Qualquer torcedor do Fluminense na faixa dos cinquenta anos pode ter ouvido do pai no Maracanã ou numa efeméride qualquer: “Aquele ali é Altair, um dos nossos maiores jogadores”.
Nesta sexta-feira, Altair saiu de cena. Vinha doente há tempos, suportou dificuldades, não teve o fim de vida que merecia por tudo o que foi na profissão. Pode-se dizer que o Fluminense não tinha a obrigação de ampará-lo, mas a contestação é de uma obviedade crua: o clube deveria ignorar quem tanto o defendeu por décadas?
Repetindo certa tradição infeliz de descaso com os heróis tricolores, salvo exceções, o Fluminense viveu uma sexta-feira de pouco caso no sepultamento de Altair, provocado pela insensatez de sua diretoria. Ainda que a cerimônia do enterro tenha sido realizada no dia de ontem, o mesmo da passagem, o mínimo bom senso indicava que o clube deveria se fazer representado na despedida de um dos seus maiores nomes. Era o caso de urgência e prioridade máxima, sem discussão. A omissão é indesculpável.
Altair é muito maior do que um minuto de silêncio ou uma tarja preta na camisa. É preciso louvá-lo, celebrá-lo, apresentá-lo a todos os jovens torcedores. Onde quer que ele esteja, que seja muito abraçado. Na Terra, sofre quem fica, a começar pelo melhor amigo de Altair: seu irmão de afinidade Jair Marinho.
À direção do Fluminense, cabe uma pequena sentença: quem não respeita o passado dificilmente deixará um legado para a posteridade. Altair escreveu grandes páginas da história do clube, ao contrário de tuiteiros travestidos de emergentes da política tricolor.
NOTA: por volta da meia noite passada, o clube se manifestou por meio da rede social Instagram. A comunicação foi de tamanho non sense que, para diminuir a vergonha sobre a omissão da PRESENÇA FÍSICA da representação tricolor no enterro, o melhor teria sido não ter publicado nada.
Panorama Tricolor
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#credibilidade
UM PASSADO DE GLÓRIAS VILIPENDIADO POR IMEDIATISTAS E MERCANTILISTAS AOS QUAIS COMO TERIA DITO O INESGOTÁVEL NELSON RODRIGUES, NEM ÁGUA!..
Omissão imperdoável. Cara de pau nas desculpas. Como você escreveu, melhor seria não ter se pronunciado. Eu vi Altair jogar, pelo Flu e pela seleção, no Maraca e nas Laranjeiras. Aquele físico magro mas vibrante, cheio de técnica e raça, famoso pelos carrinhos precisos que desarmavam o adversário sem atingí-lo. Campeão mundial em 1962, junto com seu amigo inseparável, Jair Marinho. Bittencourt, pela sua idade, certamente não viu Altair em ação, mas é indesculpável a ausência de um representante…