Salve o Tricolor! Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, no sol de quase dezembro, eu vou. Assim tal Caetano, eu vou com alegria, alegria celebrar a Taça Guanabara, mesmo ela não dando mais vaga na Taça Brasil (até porque ela já não existe), mas sobretudo o Fluminense jogar futebol, de boa qualidade, com requinte. É muito bom ver o time reserva do Abel Braga jogar.
Mais uma vez foi lindo ver o Fluminense em campo, deu prazer, me diverti, como quando era criança e vivia sorridente os dias de jogos, seja ouvindo no rádio ou vendo na tevê.
Hoje mais cedo ao ler o texto de Paulo-Roberto Andel fui transportado ao quarto que compartilhava com minhas duas irmãs, porém por várias tardes me trancava nele com minha mesa de futebol de botão, ligava o rádio três em um, ouvia atento as notícias do Fluzão, adoro rádio, sempre adorei, minha melhor companhia nos dias tristes, felizes e normais.
Queria que meu pai estivesse aqui entre nós ainda, ele ficaria feliz de ver a equipe jogar futebol e levantar um troféu. Ele sempre foi muito exigente, decerto reclamaria dos momentos em que a equipe recuou e deu campo ao Resende, mesmo sabendo que era para manutenção física e descanso para os próximos sprints.
Nada. Tudo. É o que vale essa décima primeira conquista da Taça Guanabara, como o Sultão Saladino disse a Balian sobre o que valia Jerusalém, no filme Cruzada. Pois mesmo a vantagem de empatar nas semifinais, é totalmente dispensável, nossa mentalidade tem de ser a de vencer, sempre.
O jogo foi soberbo e sublime do Tricolor, que não percebeu a existência do Resende em campo, a não ser nos momentos em que quis recuar e deixar os rapazes de Lyon (Resende possui uma parceria com a equipe francesa) jogarem. Com passes e interações entre os meias, Ganso, Nonato, Martinelli e Arias, apoiados por Pineida e Cano, o Fluminense colocou a equipe do sul do estado na roda, em Volta Redonda.
Quatro a zero, com golos de Arias, Martinelli, Nonato e Cano (mesmo que tenha sido contra do defensor), jogadores premiados por se movimentarem e aproveitarem os passes de Ganso e oportunidades que o jogo proporcionou. Como diria meu filhonense Akin Tesla: foi muito fácil. Tanto que foi possível curtir mais o momento do que realmente se preocupar com o que acontecia no campo em alguns momentos.
Só por hoje, deixa eu comemorar um pouquinho esse momento, porque quarta-feira bate às portas e trará nova realidade. Assim como, para Abel Braga, o Fluminense é minha alma.
“Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não?”
“Tricolor minha paixão, te levarei no peito desde o berço até o caixão”
Show!
E outros ainda virão nesse maravilhoso ano de 2022, o ano do recomeço pós-Covid!