E então o Fluminense, para a alegria de sua torcida, venceu quatro jogos seguidos, voltou de vez à briga pelo G4 e, para alguns, como só os resultados importam, não interessa se o ano de 2014 foi marcado por comportamentos inaceitáveis de alguns jogadores do clube.
Neste mesmo sábado em que o Tricolor conseguiu os 2 x 0 contra o Goiás, faleceu Victor Azambuja aos 86 anos, deixando cinco filhos e cinco netos.
Um torcedor fanático do Fluminense, acompanhando todos os jogos. E mais, muito mais do que isso.
Victor fez história no Fluminense como jogador, ao pertencer a dois dos mais emblemáticos times da história do clube.
O de 1951, mesmo tendo jogadores de alto quilate técnico, era mais conhecido por seu futebol de dedicação máxima em campo sob o comando de Zezé Moreira, e que também era marcado por vitórias magras e a tradicional bazófia da imprensa, tendo recebido o apelido de “Timinho”. Como sempre acontece nas situações em que é desrespeitado, o Fluminense acabou campeão.
No ano seguinte, lá estava Victor presente no maior título da história do clube: o do campeonato mundial de 1952, batendo simplesmente pelo caminho o Peñarol por 3 x 0, base da seleção uruguaia campeã mundial de 1950. E pensar que alguns, hoje desesperados com a conquista da Libertadores, ainda não tem a noção da importância do que foi este título para o nosso time e a autoestima de toda a torcida brasileira.
Victor jogou sete temporadas pelo Fluminense, num tempo em que os torcedores sabiam de cor e salteado a escalação titular, a reserva e o time de juvenis. Eram outros tempos, distantes da megalomania midiática de hoje.
Depois, encerrou a carreira no futebol venezuelano e, fora das quatro linhas, teve tempo suficiente para viver sua paixão de torcedor do Flu: mais de 50 anos vibrando, sonhando e querendo o melhor para as três cores que defendeu, fosse na grama, nas arquibancadas, pelo rádio ou na tela da televisão.
Victor é do tempo de Castilho, Píndaro, Pinheiro, Didi, Altair, Telê e tantos outros heróis das Laranjeiras. Jogou ao lado de algumas das maiores legendas tricolores e levantou o maior troféu da história de Álvaro Chaves. Ser campeão do mundo é para poucos.
Tempo de jogadores que tinham verdadeiro amor à camisa, às cores, ao sentimento dos torcedores. Quando encerravam a carreira, ficavam ligados para sempre ao clube do coração. E quando o caráter e a dignidade significavam mais do que estatísticas e ações de marketing. Desrespeito aos dirigentes e torcedores? Nem pensar!
Victor está alinhado a gigantes que perdemos recentemente, como Assis, Washington, Super Ézio, Jair e outros nomes, que não ficaram satisfeitos apenas em escrever o nome na galeria dos grandes campeões do clube: precisaram viver o Fluminense, sorvê-lo, dedicar-lhe amor feito a mulher amada ou o filho querido, o pai carinhoso. Não se trata apenas de negócios, fama e poder, mas de gente que fez do Tricolor a sua própria razão, o seu oxigênio, a força que nunca seca.
Paixão, razão e fé.
Que em 2074, alguns dos nossos jogadores dos tempos atuais mereçam o mesmo modesto, mas merecido, réquiem que este PANORAMA oferece a Victor.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: ffc
com dedicação, respeito e amor à camisa do Fluminense.
Outros tempos, outro futebol, de homens com caráter, sem muita mídia e sem business.
Voltei no tempo e me emocionei de uma maneira boa.
Victor vai completar o grande time do Fluminense lá no Céu sob a batuta do nosso Profeta Nelson
Rodrigues.
Saudações Tricolores
Comecei a assistir futebol no velho Maracanã em 1951, ano em que o Fluminense foi Campeão Carioca e em 1952 Campeão Mundial. Como era um garoto de 9/10 anos não tinha parâmetro para entender naquela época o que era um legítimo Campeão Mundial, disputando um Torneio contra as melhoras equipes do Mundo, e não apenas um simples jogo no Japão..
Castilho, Píndaro e Pinheiro nomes lendários , que juntamente com o Victor e demais jogadores, faziam parte de jogar um esporte pelo Fluminense,…
Lamentavelmente faleceu também o Oldair, grande jogador, campeão carioca de 64 pelo Fluminense e brasileiro de 71 pelo Atlético-MG.
Ontem, 1 de novembro, tbm morreu Nico, irmão do Edinho e jogador da base.