Comecemos com o futebol (ou com a falta dele). Todos viram, comentaram e concordaram: a cabeça-de-área está ajudando a zaga a matar o time. É importante a ordem: a cabeça-de-área vai abrir o buraco para expor nossos zagueiros, ambos sérios e vigorosos, mas tecnicamente frágeis. Todos viram também que falta um velocista no ataque. Todos viram que a lateral esquerda anda com problemas, ao menos enquanto faltar o grande, mas também criticado (a meu ver, muito injustamente) Carlinhos.
O que ninguém entende é por que os responsáveis pelo futebol do Flu não veem o que todos veem. Há várias explicações possíveis, das quais reconheço imediatamente três: (1) soberba de nouveau-dirigente, que acha que a torcida vê futebol apenas com coração, sem saber da realidade dos bastidores e da parte técnica; (2) miopia coletiva da torcida; (3) transição na formação do elenco, que será concluída assim que a grana retida pela confusão com a Procuradoria for liberada.
Confesso que já vi (1) e (2) acontecerem várias vezes em minha trajetória como torcedor do Fluminense. O ano de 2013 foi de inacreditável comprovação de (1). O caso (2) foi visto, por exemplo, na perseguição que o grande Mariano sofreu no Fluminense. Perseguição essa que rendia gritos esganiçados de “porra Mariano” mesmo no auge de sua passagem pelo clube, em 2010. Creio que Carlinhos sofreu e sofre algo parecido.
Mas essa opção (2) hoje não merece maior atenção porque, como coloquei, 2013 comprovou a soberba de nossa diretoria de modo cabal, incontestável. A diretoria está longe da torcida, não importa o que pense de si mesma. Isso tem um resultado óbvio: sofrimento do torcedor que não se identifica com o futebol jogado pelo time e não vê como mudar, pois sequer um rebaixamento (salvo pelo gongo luso-rubro-negro) foi capaz de fazê-la ser ouvida. Que fique claro: no último ano, no Flu, só se salvou a torcida, que abraçou um time e uma diretoria que não a mereceram em nem um dia de seu trabalho.
Nestas condições, temo (como muitos) pelas consequências, honestamente falando. Agora, também pode ser (3). O tempo e Celso dirão.
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Infelizmente, não posso passar uma única coluna sem abordar o tema que nos ocupou no último mês, do qual me interessa particularmente a atitude ridícula da imprensa. Campeão, neste terreno, é o comediante Juca Quefuro, que, prometo, nunca mais acessar, para não pagar as contas dele.
Fala Quefuro:
http://blogdojuca.uol.com.br/2014/01/a-mesma-juiza-a-mesma-cbf-o-mesmo-stjd/
Ao mesmo tempo (no mesmo dia e quase na mesma hora e minuto), informa o Lance:
http://www.lancenet.com.br/fluminense/Justica-obrigando-CBF-Lusa-Fla_0_1066693551.html
Agora é outro juiz! Ficou feio, bonitão. Então, digamos em uníssono: “Oh, Juca, que furo”.
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Sestário tinha sumido. Tinha gente perguntando: “Será que morreu? Será que foi passear em Budapeste?Será que está internado no Souza Aguiar?”
Seja como for, Sestário apareceu e abriu o bico. Vejam as palavras eloquentes do grande mestre de Londrina:
http://www.youtube.com/watch?v=020SpizZbN8
“Ei, ei, ei, Sestário é nosso rei”, juro, ouvi gritos vindo da Gávea ontem (do lado de fora, que fique claro).
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Outro exemplo do papelão da mídia é a divulgação cansativa do parecer de um jurista, um especialista, um fera indiscutível, o monstro do direito desportivo, capaz de fazer temer advogados, juízes e promotores em qualquer tribunal. Disse o doutor Ives Gandra, jurista, juristíssimo, em apertada síntese, que tudo decidido a favor da Portuguesa é certo e contra ela é errado:
Mas, além de grande jurista, especialista, fera indiscutível, monstro do direito desportivo, o currículo de Gandra-guru, publicado no link abaixo, informa a seguinte atividade: “11.1.16. Conselheiro da Associação Portuguesa de Desportos, 1980/82”.
Aliás, busque as palavras “portuguesa” e “português” no currículo dele. O cara tem mais ligação com Portugal que Dom Pedro II. E esse deve ter sido o comentarista mais isento que o Arena Sportv conseguiu em seu caderno de endereços, item “ódio puro contra o Fluminense”.
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Por fim, quem tem tempo para me ajudar a montar uma planilha? Acesse o link:
http://www.cbf.com.br/STJD/Publica%C3%A7%C3%B5es/Resultados%20de%20Julgamentos
A tarefa é contar quantos julgamentos foram sexta ou sábado, com resultados divulgados depois de segunda. Olhando rapidinho o ano de 2013 (o único que interessa), são muitíssimos. Agora, basta procurar Flamengo e Portuguesa nos julgamentos de sexta ou sábado e ver quando eles se envolveram. Bingo!
Então eles cumpriram direitinho o ano inteiro e tiveram um surto no final?
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
(c0nt.) aqueles cuja imagem mais aparece em todas a mídia, TV, net, fotos em jornais e revistas, etc, ou seja, a toda hora a marca UNIMED está em alta, ah, esquecei dos pofexores, Ney Franco não dá ibope,vamos de churrasqueiro falastrão que ainda tem filha gostosa !! resultado? danesse ! o que vale é a mídia e o retorno publicitário!
É pertinente, Wilson. Mas considerando a simbiose da Unimed com o futebol do Flu, não dá para separá-la do coletivo “diretoria”. Celso Barros é o presidente do Fluminense há 15 anos, pelo menos assim parece. Considerando um mandato tão longo, aprendeu pouco, não.
ST,
João
Gostaria que você elencasse um fator nº 4: A UNIMED, como patrocinadora que é, espera retorno de marketing, e contratar zagueiros, a menos que seja DA (e não “de”) Seleção, não traz tal retorno. Se parar pra pensar, aquele timaço que não deu certo em 2003 é prova cabal disso: Edmundo, Roger (com a camisa 3), Ramon, e normalmente, com a exceção do Cavalieri, as contratações são para meio e ataque, aqueles que fazem mais gols, portanto, são os mais entrevistados, os mais focados, etc