Em parte da minha última coluna no Blog Laranjeiras, publicada terça-feira passada, no portal ESPN FC Brasil, abordei um tema espinhoso para muitas pessoas que acreditam ser o futebol um terreno livre para exposição de seus preconceitos e frustrações individuais. Tratei, dentre outros temas, da luta feminina por igualdade de tratamento no esporte e na sociedade, a partir do evento machista, realizado entre Atlético Mineiro e Dry World, agora também nossa fornecedora de material esportivo.
A ideia não foi construir um panfleto político, mas tentar, com argumentos, alertar os diretores do Fluminense, pontuando tanto o mau gosto daquela iniciativa, quanto as mudanças em curso no mundo. Apesar de às vezes acharmos o contrário, o mundo está, sim, em constante evolução. Ofensas antes livremente permitidas já não são toleradas, e é ótimo que seja assim. Onde há ofensa, há um ofendido.
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Convido todos à reflexão e também ao debate respeitoso, uma vez que não podemos deixar passar o fato de que, se antes o Fluminense tinha “apenas” um patrocinador que apoia a ditadura, agora temos também um parceiro sexista.
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Escrevo esta coluna antes da segunda rodada da Primeira Liga, portanto sem saber o resultado do jogo entre Cruzeiro e Fluminense. O que posso dizer do nosso time neste início de temporada? Não está me empolgando! (VIDE NOTA AO FINAL DESTA COLUNA)
Caminhamos para março, ainda com jogadores caros encostados, muitos lesionados, contratações fora de forma e uma equipe sem qualquer padrão de jogo.
Sou corneteiro como qualquer torcedor fanático, mas não do tipo que defende a demissão de treinador a todo momento. É fato que o retrospecto de Eduardo Baptista à frente do Fluminense é deplorável – comparável às campanhas dos piores anos de nossa história –, mas não acredito que apenas a sua demissão mudará o quadro de apoplexia do time.
Desde 2013 – exceto no começo das eras Cristóvão e Enderson –, que mesmo entrando e saindo treinadores, nosso time joga sem tesão, organização, velocidade e compactação, de modo que muitos tricolores que conheço das ruas andam cada vez mais desmotivados com as nossas partidas.
No futebol brasileiro atual, não apenas no Fluminense, nada é transparente. Nas Laranjeiras, o quinhão que mais nos interessa, infelizmente esse estado de coisas impede que torcida e crítica identifique os responsáveis por essa apatia sem o risco de cometer injustiças.
A única clareza que temos, é que em nosso caso, não se trata de ruindade. Quem vê futebol sabe que existem times bem piores que o nosso, com mais disposição, disputando com valentia tudo que é campeonato.
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Pra encerrar: Maracanã fechado, Consórcio demitindo funcionários, Fla-Flu em Brasília e Clássico Vovô em Cariacica. Tudo isso pelo Campeonato Estadual de Futebol do Rio de Janeiro de 2016.
Com todo respeito aos tricolores que aguardam com ansiedade para ver o Fluminense de perto, mas ainda há dignidade e credibilidade neste torneio organizado pela FFERJ?
Você que me lê, deixe sua resposta.
NOTA: contrariando todos os prognósticos, expectativas e até a lógica, o Fluminense fez um partidaço contra o Cruzeiro no Mineirão nesta quarta e venceu pela Liga. Jogo de times grandes. Diego Souza pintou e bordou, Scarpa fez um golaço e as bobeiras da defesa no primeiro tempo foram superadas na etapa final. Que o time do Flu consiga fazer desta atuação uma constante em seus próximos compromissos, tanto pelo esgarçado Carioca quanto pela própria Liga. O melhor de tudo foi ver o time com uma garra e uma atitude raras nos últimos meses. Aqui estamos a torcer pelo progresso do time.
Fagner Torres é cronista do blog Laranjeiras – ESPN FC.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @TorresFagner
Imagem: ft/pra
Tenho o Frederico como grande goleador.
Mas me parece estranho como o time corre mais e tem mais disposição quando ele não está em campo, ou eu estou delirando?
Contra o ferj da gama foi assim, no segundo turno do brasileirão ano passado.
Vencer é sempre bom.
ST