Aquele terceiro gol no segundo tempo, cabeçada firme do Serginho, gelou nossos corações. E se fosse uma goleada? O Criciúma já tinha aberto 3 x 0 mesmo com os milagres de Cavalieri, botou correria e o Fluminense se viu perdido como nunca. O que esperar?

Primeiro tempo, pra lá e pra cá. Tivemos a bola mais tempo nos pés, o que não quer dizer maior produtividade, na verdade falta de objetividade. O Carlinhos perdeu um gol incrível e o Criciúma conseguiu 1 x 0 depois do eterno Paulo Baier ter sofrido um auto pênalti: tropeçou nas próprias pernas e a arbitragem caiu de patinho – reitero o completo ridículo da emissora fúnebre que transmitiu a partida, ainda hoje dizendo ser um “lance duvidoso” – todos viram o que NÃO aconteceu. O Fluminense era melhor, só não chutava – o que pode ser mortal. Pagou a conta.

Por  mais injusta que tenha sido a derrota na primeira etapa, não serve de desculpa para a sequência. Teria sido melhor tirar Sóbis, desencontrado e perdido. Cristóvão preferiu Walter, de novo rechonchudo, machucado ou não, e a coisa desandou no meio. No 2 x 0, a defesa ficou tonta – Cavalieri fez duas defesaças, mas não conseguiu a terceira porque não é um super herói. Parecia que ia ficar bem feio. Felizmente, mais suspeitas do que a constatação. De toda forma, muito duro ter que contar com Kenedy, que não pode substituir o Cícero nem que este fosse um cadeirante – nem contundido, nem cansado. Diria meu amigo Xuru: “É melhor deixar o Cícero tronco em campo (sem braços e sem pernas)”. Houve quem gostasse do Henrique na zaga – ou odiasse.  Eu prefiro esperar mais um pouco antes de tirar conclusões hiperbólicas para o bem ou para o mal. Lembram do Zé Carlos, negão, garoto, estreou com tudo no time de cima? Depois…

Resignado, mas não muito, o Flu partiu para cima dos locais. O golaço do Conca na girada, depois a cabeçada – bela e talvez não planejada – do Matheus Carvalho, ficou 2 x 3. Os dez minutos finais foram um bombardeio do Tricolor, a turma da casa se safou como pôde. Mais uns cinco de jogo, sei não, dava até para beliscar um pontinho. Legal ver a reação, ruim perder para um time que não deve espantar ninguém.

Numa noite de opacos no campeonato, deu pra ver que tem gente em situação bem pior. O último a sair, favor apagar a luz. Não vai ter Portuguesa.

Ainda falta muita coisa a ser acertada, mas o espírito guerreiro dos instantes finais mostra que o Flu continua com força para brigar na parte de cima da tabela. Perder nunca é bom, mas a aplicação no fim favoreceu os sentimentos. De toda forma, já tivemos derrotas demais para quem quer ser campeão. Hora de equilibrar as coisas, o que era esperado nessa pausa. E vamos para Volta Redonda, lógico.

Sobre Paulo Baier? Antigamente era o lateral direito Paulo César; jogou no Botafogo e Vasco, defenestrado de ambos. Depois trocou de posição, de nome, correu o mundo. Agora está aí, com seus trocentos anos, muita qualidade e decidindo jogos. Não é o maior artilheiro dos pontos corridos à toa. Mas foi picareta no pênalti.

Panorama Tricolor

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Imagem: gazetaonline