O Fluminense cumpriu seu último compromisso do primeiro turno do Campeonato Brasileiro empatando com a Ponte Preta em um jogo sem gols, fora de casa. Nenhum jogo tem sido fácil, mas, apesar das dificuldades, tínhamos esperança na vitória.
Abel montou um time mais defensivo. Na ausência de jogadores de ofício para jogar no setor de meio devido a contusões e suspensões, nosso técnico optou por jogar com três zagueiros, Henrique fazendo o papel de líbero. Dadas as circunstâncias, formação bastante ousada, mas que não deixa de ser interessante como opção, se bem treinada. O esquema permite liberar os laterais e possibilita um revezamento entre os volantes, permitindo que Orejuela jogue mais avançado em alguns momentos, melhorando o apoio ao ataque. De certa forma, deu certo. Não tomamos gols, algo raro neste campeonato.
Ainda que se possa alegar que a Ponte Preta não pode ser parâmetro (o que eu concordo, em partes), tem que se levar em consideração que jogamos fora de casa contra o time que tem o vice artilheiro do campeonato. O problema desta vez não foi a defesa, mas sim o ataque. A Macaca não nos incomodou, mas ameaçamos pouco o goleiro Aranha. Uma falta batida pelo Scarpa, um chute desviado de Henrique Dourado em que a bola bateu fraca no travessão e um chute mais perigoso de Welington Silva, nada mais que isto.
Terminamos o primeiro turno em nono lugar com 26 pontos, entre a desejada classificação para Libertadores e a temida “zona da degola”. Concluída esta jornada inicial, o que esperar do Fluminense neste segundo turno? Fosse possível analisar o futebol utilizando uma matemática simples, duplicaríamos a pontuação e projetaríamos o Fluminense com 52 pontos, número que garantiria, em tese, a manutenção do time no campeonato e, como prêmio de consolação, uma vaga na Copa Sulamericana do próximo ano.
Acontece que a equação que rege o futebol é complexa demais para se tratar de forma tão simplória. Começa agora um novo campeonato. Times irão cair na tabela, outros poderão se recuperar. São novos jogadores, novos técnicos, nova disposição. Tirando o título, que parece caminhar para o Parque São Jorge, todo o resto encontra-se indefinido.
Olhando a classificação, não podemos dizer que o Fluminense está em uma situação desesperadora. Por outro lado, o time ainda não oferece a confiança necessária para se fazer um prognóstico mais otimista. Tivemos muitas dificuldades no primeiro turno. Jogadores caíram de rendimento. Outros, oriundos da base, passaram a fazer parte do elenco. Ocorreram algumas baixas. O atacante Richarlison foi vendido. A princípio, não há a confirmação de nenhum outro jogador sendo negociado, mas a especulação continuará até o final do mês, quando fecha a janela de transferências para a Europa. Isto tudo acaba atrapalhando o ambiente, e muito. Os jogadores têm se esforçado e o time tem potencial, mas todas estas indefinições e instabilidades impedem que o time evolua para um patamar competitivo aceitável. Falta entrosamento, volume de jogo, segurança na defesa e qualidade nas conclusões.
O time do Fluminense tem condições de melhorar neste segundo turno. Para isto, é necessário minimizar os fatores que impedem a criação de um ambiente favorável para o crescimento da equipe. O elenco tem que estar bem definido. Concluir as vendas de jogadores e, se possível, realizar alguma contratação. Vale ressaltar a mudança de postura do Fluminense quanto a contratações. Não se contrata por desespero, ficando a mercê de empresários. A contratação do lateral Marlon foi um bom exemplo disto. Também é preciso que Sornoza e Douglas voltem e voltem bem. Seriam grandes reforços para o elenco.
Por último, que se diminua as contusões que tanto tem prejudicado. Correndo tudo de forma positiva e com o Abel liderando estes jogadores, temos condições de lutar por vaga na Libertadores. Claro, também é sabido que o “se” não ganha jogo nem campeonato. Se alguma coisa der errada, que possamos, pelo menos, garantir nossa permanência na série A do campeonato.
Tenho minha meta. São 5 vitórias e 5 empates. Ou 6 vitórias e 2 empates. Pode parecer que eu esteja me contentando com pouco, mas trata-se de uma estratégia. O quanto antes conseguirmos esta pontuação, melhor. Depois, pensamos na vaga da Libertadores. Sem desespero, um patamar de cada vez. O turno começa com um difícil jogo contra o Santos, em São Paulo. Hora de começar a colocar a estratégia em prática.
Podemos surpreender. Eu acredito.
Panorama Tricolor
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Imagem: pat