Pinheiro, um ícone do Fluminense (por Claudia Mendes)

Faz tempo que eu queria abordar esse tema por aqui e fazer uma homenagem à mais uma memória da minha adolescência fissurada em futebol, relembrando um ídolo, dentro e fora de campo. Um profissional muito importante, mesmo antes da fábrica de Xerém.

Sempre ouvia meu pai falar de Pinheiro. Aliás, Píndaro e Pinheiro. Uma super zaga, que tinha na retaguarda ninguém menos que Castilho, nosso ídolo eterno. Segundo meu velho, era a chamada santíssima trindade, tamanha importância desse trio.

Pinheiro teve um papel fundamental no clube mesmo depois de ter parado de jogar. Ele adorava a função de técnico das categorias de base. Lembro que a gente chegava cedo nos clássicos de domingo, porque às 15 horas começava a preliminar. Eram jogos fantásticos recheados de futuros craques. O professor Pinheiro tinha olho clínico para descobrir talentos. Os lapidava e logo estavam no time principal.

Para citar apenas dois destes, lembro Edinho e Carlos Alberto Pintinho, porque foram jogadores da Máquina, e marcaram minha memória para sempre. Edinho era um cavalo mangalarga, como o próprio Pinheiro falava. Classe, vigor físico e talento, chegando logo à Seleção Brasileira. Carlos Alberto Pintinho, com suas pernas fininhas era pura habilidade e inteligência. Mestre Pinheiro definia o nosso 8 como o toque de bola mais refinado daquela época.

Pinheiro era exigente com disciplina, com a hora de chegar para treinar, com as cobranças de faltas, como driblar, defender e atacar com destreza. Numa linguagem simples e direta. Também não iludia as dezenas de meninos que buscavam seus sonhos no campo. Se não tivesse talento, ele falava logo. Tipo sincerão.

Faleceu em 2011, aos 79 anos, com esse perfil de tricolor completo. Jogador inesquecível e descobridor de talentos. Um daqueles caras que sempre vai valer a pena lembrar e render todas as homenagens. Passe o tempo que passar.

1 Comments

  1. Lembro também de meu pai,tricolor nato, falar de Píndaro e Pinheiro. Jogavam tão bem juntos que até seus nomes eram sonoros. Poderiam ter sido dupla caipira mas quis o destino que fossem craques e fizeram memória.

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