Espero que o time do Fluminense tenha assistido ao jogo do Botafogo, ontem, contra o Corinthians. Entrega total. Inferior ao adversário, numa profunda crise, sem seu principal jogador (Jefferson), o alvinegro carioca comeu grama. Quase que literalmente, pois enormes tufos verdes soltavam-se do campo a todo o momento. No Pacaembu, o Palmeiras também se superou e virou um jogo complicadíssimo.
O anos de 2009 ainda vive. Não para o Fluminense, mas para outros que, hoje, encontram-se naquela situação agonizante que nós tricolores nunca esqueceremos.
Fico cá a imaginar: se esse time do Fluminense tivesse a entrega daquele do Cuca, o Cruzeiro não estaria com toda essa folga.
Fico cá a imaginar: o que leva a essa irritante acomodação? Altos salários? Falta de perspectivas na carreira? Ou de motivação, também conhecida como tesão? Ou de comando? Acho que, em doses diferentes, um pouco de tudo e mais algumas outras coisas.
O Fluminense tem um time capaz de fazer frente aos melhores, mas faz campanhas pífias há duas temporadas. O que falta? Principalmente, aquele estágio mental superior de 2009.
Ganha força, cada vez mais, a tese de esgotamento do atual modelo. E não é só com relação ao elenco. Vão também no bolo: direção e patrocinador.
Então, se a Unimed já sinalizou a redução do investimento, por que não livrar-se de alguns medalhões caros e, com a economia, buscar gente que ainda tem fome (inclusive na própria base)?
Neymar FC x Argentina
O Brasil continua sem jogo. É bola no Neymar, que dispara e tenta, invariavelmente, o gol de placa.
Mesmo assim, o time canarinho (é antigo, mas gosto desse saudosismo) se aproveitou de duas falhas terríveis do miolo da zaga argentina e Tardelli apareceu para tocar para as redes. Ainda contou com a ajudinha de Romero no primeiro gol.
Até quando vamos continuar achando que é só convocar, distribuir camisas e que a vitória virá por conta de um talento que não mais existe? Algo precisa ser feito com essa classe de “professores”. A Copa do Mundo e outros torneios importantes estão mostrando o quão tático está o futebol. Um bom joguinho aqui, um troféu ali, mas está tudo ficando escasso.
Qualquer mudança estrutural precisa de tempo para se consolidar. Então, à medida que o relógio caminha e nada de importante acontece, mais nebuloso o futuro se aproxima.
Dunga
É absurda a necessidade que os técnicos estão de aparecer. Mano Menezes, Luxemburgo, Murici, Levir Culpi, Leão, entre outros, vivem de ceninhas à beira do campo. Chiliques e grosserias são as atitudes mais escolhidas.
O comandante da Seleção fez um papelão no jogo em Pequim. Sem a menor necessidade, passou parte do seu tempo discutindo, dando faniquito. Além de ser infantil demais para um cara com a importância que tem, pode contaminar o grupo. Certo que são experientes, mas os jogadores, em muitos momentos, precisam de sobriedade para trabalhar. Como o cara vai intervir se não está prestando a atenção? Fica igual a um maluco do lado de fora, com os olhos esbugalhados, mais preocupado com as câmaras de TV.
Goleiro
Um cabra bom debaixo das traves faz toda a diferença. Jefferson é um baita goleiro. Só não fez acabar com a poluição na China, mas pegou tudo em campo. Até pênalti do Messi.
O Palmeiras estava sentindo na pele as falhas dos seus goleiros. Titular, reserva, reserva do reserva e era uma lambança atrás da outra. Então, chegou Prass e acabou com a festa dos adversários. Ainda sente o cotovelo nas defesas mais arrojadas, mas deu mais segurança ao time. É complicado quando se está lutando desesperadamente por uma vitória e, na primeira que a bola vai ao seu gol, o goleirinho entrega.
Panorama Tricolor
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Imagem: Lancenet