Atuamos melhor. Dominamos. Jogamos o segundo tempo inteiro no campo do adversário. Nosso goleiro falhou. Perdemos por dois a um. A descrição vale tanto para o jogo de ontem contra o Coritiba, quanto para o fatídico jogo contra o Olímpia. Será que cai sobre nós uma maldição atraída pelo Comandante-em-chefe Abelão ao falar do placar de 2 x1?
Superstições e coincidências à parte, o fato é que o Flu apresentou-se bem. De novo. Mesmo sem três peças fundamentais no esquema, o Tricolor fez bom jogo e perdeu para o Coritiba no detalhe. O lado negativo dessa história diz que nos privamos da chance de pular na liderança com um jogo a menos e de espantar de vez quaisquer fantasmas que ainda rondassem as Laranjeiras pós-Libertadores.
Vejamos pelo lado positivo: ainda que sejamos eventualmente assombrados, o Flu dos últimos jogos agrada bem mais que o do restante do ano. Abel vem soltando mais a equipe, que tem procurado de forma mais consistente o ataque e empurrado seus adversários à defesa, mesmo jogando fora de casa. Parece que o time aprendeu a ser um visitante nada agradável e isso, sem dúvidas, é um ponto muito importante para quem deseja ser campeão novamente.
Qual time brasileiro hoje joga sem sua espinha dorsal e consegue manter um padrão? Que equipe desfalcada consegue incomodar e fazer mais do que se defender? O Atlético Mineiro, por exemplo, poupou Réver, Ronaldinho e Bernard contra o limitadíssimo time do Vasco e saiu derrotado. O Coxa é bem mais qualificado que o time da Colina e foi dominado durante todo o jogo. Aliás, esse time do Coritiba irá incomodar no campeonato e tirará pontos de muitos favoritos que forem jogar lá. O ataque e o meio são rápidos – com destaque para Rafinha e Robinho –, os laterais avançam bem e ainda tem Alex.
Todos conhecem o futebol refinado de Alex. Os belos passes, a visão de jogo. Até mesmo a mania de se esconder em campo e de ser decisivo quando necessário. Todos conhecem. Todos sabem. Menos o Fluminense. Até sofrer a metade do primeiro tempo, Alex jogava livre, com espaço e tempo para pensar e armar jogadas. Foi assim que surgiu o primeiro gol, em uma penetração nas costas da zaga depois de um passe magistral do dono do time alviverde.
O Fluminense equilibrou a partida ainda no primeiro tempo, tocando a bola e impondo seu jogo em pleno Couto Pereira. Tanto que criou oportunidades e, em um escanteio cobrado fechado no primeiro pau (há quanto tempo não cobrávamos tiros de canto assim?), Carlinhos empata a partida. O Flu apresentava-se muito bem e apenas a atuação de Samuel destoava do restante da equipe. Apagado no primeiro tempo, o jovem centroavante teve uma bela oportunidade que desperdiçou chutando nas pernas do zagueiro.
Veio o segundo tempo e, com ele, a ideia de que venceríamos a qualquer momento. O Guepardo Negro Rhayner desdobrava-se em campo, marcando, ocupando espaços, dando opção de jogadas, cruzando e distribuindo bolas. Sobis, o roqueiro, estava elétrico como as mais pesadas guitarras e brigava em cada jogada, aparecendo muito bem no jogo. Até o contestado Diguinho teve boa atuação e fez bem o papel de substituto do Pequeno Notável Jean.
Abel fez entrar Thiago Neves no lugar do inoperante Samuel e nada mudou. TN precisa achar de novo seu futebol, pois pouco tem contribuído nos jogos. Talvez melhor fosse ter entrado Felipe. Mas o time continuou buscando o gol e dominando as ações. O garoto Biro-Biro entrou no lugar de Rhayner para manter o time em alta velocidade, mas veio aí a falha capital. Sobrenatural de Almeida, que voltou há pouco das férias que passava em Assunção, iludiu TN10, forçando-o a errar o passe. Fez também com que três marcadores fossem dar combate a Victor Ferraz, que encontrou, em meio a tantas pernas, o quase anônimo Alex.
Sim. Completamente sumido do segundo tempo. Apagado. Esquecido. Alex recebe sem marcação alguma, avança sob olhares complacentes dos zagueiros tricolores e, da entrada da área, atira um petardo. Há de se dizer que não era tiro certeiro. Não para as mãos de Berna, que já havia feito, pelo menos, duas defesas dez vezes mais difíceis. Mas, encostado à trave, estava de novo Sobrenatural. E, nessa hora, o fantasma gritou o nome de Berna que, distraído, deixou que a bola passasse por entre seus braços: 2 x 1. Como no Chaco, os fantasmas rondam as Laranjeiras. Que Abel os exorcize no terreiro de Macaé. Que o Goiás pague o pato, mangalô três vezes. E que os paralelos jamais se cruzem novamente no caminho das nossas vitórias rumo ao penta.
Logo quando o jogo começou falei com meu amigo: ” Se o Fluminense não marcar o Alex, ele ganha o jogo para o Coritiba”. Não deu outra!
O Fluminense precisa resolver logo esse problema , a dificuldade de marcar gols se deve muito ao fato do último passe sair ruim, principalmente nos cruzamentos!
S.T
Ontem infelizmente se confirmou o que escrevi sobre as semelhanças entre a Seleção e o Fluminense. Quisera não ter razão, mas o jogo de ontem ratificou o meu pensamento. O Fluminense não tem sido eficaz este ano. Este ano eprdeu todos, repito, todos os jogos contra times grandes: Vasco, Flamengo, Botafogo, Grêmio, Olimpia e, ontem, Coritiba. O time cerca, tem posse de bola, ronda a área, mas não faz gols. Não faz gol porque não chuta, erra o último passe com enorme frequencia e centra mal. Em todos os jogos contra os times grandes citados fez raríssimos gols, quase nenhum. Só ganhou de times fracos, alguns no sufoco.
Parece que está faltando treinamento técnico também. Os comentaristas elogiaram muito o Fluminense no jogod e ontem e alguns chegaram a afirmar que o time vai disputar o título. Oxalá, mas está jogando muito pouco para ter maiores ambições. Não sei mais explicar (nunca soube) o que se passa com o time, que no ano passado era tipo Duro de Matar e este ano está como uma Maria Mole. Continuo na esperança de que o elenco, com dois ou três contratações, volte a ser vencedor.
Infelizmente eu continuo tendo razão. Preferia não ter. Quem leu a coluna Flu e a Seleção publicada na terça-feira pode constatar no jogo de ontem a verdade contida naquela narrativa. O Flu cerca, ronda, ameaça, mas não faz gol e, portanto, não consegue vencer. Há muito faz apenas um ou dois golzinhos por jogo. Não basta dominar para vencer, tem que fazer gols. Estou rouco de falar…
Eu queria saber se os que cornetavam o time porque jogava mal e ganhava agora vão comparecer para apoiar o time que joga bem e perde. Sds tRICOLORES…
Excelente, Fernando!
Fora Thiago “engana”Neves!!