Sábado passado, estive em Brasília ao lado de João Marcelo Garcez, escritor consagrado e nosso companheiro aqui no PANORAMA, por ocasião do lançamento do livro “Pagar o quê? – Respostas à maior bravata da história do futebol brasileiro” na capital federal.

O que posso dizer é que foi uma das experiências mais profundas que já vivenciei a respeito do Fluminense. Em termos pessoais, devo equipará-la à conquista de um título, a começar pela viagem de ida, que fizemos com a garotada do Sub 12 do Fluminense, rumo a Goiânia para disputar a Goal Cup com times nacionais e estrangeiros.

Primeiro, por conta da verdadeira festa tricolor que tomou conta do bar Estação 102, local do evento.

Segundo, a presença da torcida uniformizada e vibrante como se estivesse num jogo.

Terceiro, a educação e a simpatia das pessoas para com nosso trabalho, o que fez desse lançamento um momento ainda mais especial.

Quarto, a incrível sensação de estar a mil e duzentos quilômetros de distância e sentir o clima do Bar dos Esportes, em frente ao Maracanã.

Quinto: perceber como os torcedores estavam felizes com a chance de verem o Fla-Flu no estádio Mané Garrincha. Tudo muito diferente da animosidade recente entre tricolores em sua arquibancada natural, pela incapacidade de reconhecer o direito às divergências, como se os naturais direitos a criticar e aplaudir não fossem realidades inquestionáveis.

Além do lançamento do livro, o evento contou com a gravação de um vídeo com os depoimentos meu e do Garcez, além de um concorrido bate-papo com os torcedores presentes debatendo nosso Tricolor.

O Fluminense é um time querido nacional e internacionalmente. As redes sociais mostram grupos fortes em várias Unidades da Federação. E é sempre bom ressaltar a importância de projetos como o das Embaixadas Tricolores e o Tricolor em toda a Terra. Torço para que novas iniciativas do clube permitam que o Fluminense fique cada vez mais próximo de sua atuante torcida espalhada pelo continente Brasil.

No mais, meus sinceros agradecimentos à centena de pessoas presentes, simpáticas, calorosas e hospitaleiras que nos permitiram a sensação de estarmos em nossas casas.

Devido aos inúmeros nomes envolvidos, representarei-as pelas organizadoras Daomanda Duarte e Márcia Sales Uchoa, amigas queridas e que fizeram o mais divertido lançamento literário do qual já participei como escritor. Foi delas a iniciativa e a execução do projeto, especial a tal ponto que nos sentimos, eu e Garcez, como verdadeiras celebridades que não somos – afinal, nosso objetivo é defender o Fluminense e não fazer autopromoção às custas dele, caso de um ou outro deslumbrado no meio virtual e até mesmo nas estantes das livrarias, sob encalhe.

Foi de Dao & Márcia a organização completa do evento, que contou com o aporte e a colaboração de diversos torcedores tricolores lá presentes. E mais: resgataram uma causa quase perdida com total sucesso, já que a empresa patrocinadora original declinou do projeto em função de dificuldades – então a torcida se cotizou e financiou nossa viagem. O sucesso de vendas mostra a força da turma: esgotou-se o lote de livros levados para Brasília.

Quero agradecer a todos os que lá estiveram, prestigiaram o evento com tudo e renovaram as nossas energias tanto no PANORAMA quanto na verve literária. Vem muito mais por aí.

Horas depois, sobrevoando a Guanabara, eu e Garcez falamos da sensação de se ver as inúmeras luzes da cidade pela janela do avião, bem do alto. Os pilotos podem vê-las diariamente à noite, é um componente de suas vidas cotidianas, mas eles não tem a sorte de conhecer os donos das luzes, sejam eles pessoas abastadas ou humílimas. Nosso caso é outro: a nossa turma de Brasília a gente conhece um por um, com nome, sobrenome, um abraço e um beijo. Lá, estivemos não ao lado de leitores, na acepção distanciada da palavra, mas sim de amigos – e isso diz toda a diferença.

Hoje é segunda-feira e ainda penso em como foi bom abraçar a minha torcida a tantas milhas de casa. Um sábado inesquecível. Em nome dos seis autores de “Pagar o quê?”, o meu muito obrigado está condenado ao infinito. A estrada ainda tem outras tantas milhas. Muitas milhas além, na terra e no céu.

Panorama Tricolor

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