Podem cair mil raios, podem espernear e cair no chão, podem vociferar: o mais importante nesta vitória magra – de lindo gol – contra o Náutico esteve no pragmatismo. Vencer.

Ainda pagamos a conta das cinco derrotas seguidas que infelizmente vitimaram Abel. Fossem “apenas” quatro e uma vitoriazinha que fosse, o Fluminense já estaria no verdadeiro bolo de times neste campeonato brasileiro: ninguém empolgante, dianteiros claudicantes e nenhuma definição a três meses do fim.

Duas ou três vitórias vulgares, podemos brigar pelo G4 como qualquer um dos demais.

De resto, uma atuação sofrível compensada pela garra e certa melhora no segundo tempo.

Fred esteve paradão e também sem ser municiado. Velho show de Anderson, para os que me entendem. Cavalieri? Monstro de sempre. Felipe deu o passe para o maravilhoso gol de Samuel, inacreditável até para ele. Tudo bem: a bola foi meio em cima de Berna, mas uma bomba indefensável. Sobis lutou ate cansar.

O jogo foi insosso em boa parte dos noventa minutos. Quem assistiu no sofá de casa pode ter cochilado várias vezes, com justiça. Agora, neste momento de UTI, a prioridade está em vencer: o resto se ajeita aos poucos.

Os garotos, valentes como sempre. Igor e Willian são titulares e ponto.

Vencer jogando mal nos alerta que é preciso melhorar tudo a cada dia. Afasta a eterna aura de tetracampeão. Mostra que devemos ir para a frente.

Eis uma vitória que pode parecer chinfrim mas que valeu muito. Perguntem a Maurício Lima, nosso escudo de muita carne e osso das arquibancadas: ele estava lá e viu como ninguém.

Valente, teimoso, do contra. O Fluminense segue contrariando as manchetes mofadas. Ah, como lhes seria boa uma derrota nossa jogando bem. Mais ainda: contrariamos o senso comum das bestas apocalípticas que já previram nossa derrocada.

Jogamos mal, vencemos, estamos vivos e nenhum pré-favorito enche os olhos.

Nossa humildade e melhora no Maracanã e no Morumbi serão fundamentais para os próximos passos e os fatos.

Eu nunca duvido de uma improvável arrancada nossa. Senão, seria obrigado a rasgar meu primeiro livro – muito bem-escrito, sem falsa modéstia. E isso seria uma péssima ideia que minha modesta inteligência desaprova.

Vamos atrás do melhor. Por que não?

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @PauloAndel

Foto: Bruno Haddad / Fluminense F.C.

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