Em Apocalipse 12-7-9, Miguel lidera os exércitos de Deus contra as forças de Satã e os derrota na Guerra do Céu.
No plano terreno, em Laranjeiras 9-20, Miguel surgiu como uma grande promessa e sumiu.
Em tempos de time medíocre, jogadores limitados e resultados pífios, um nome é quase unanimidade nos coléricos discursos da torcida do Fluminense: MIGUEL.
Onde anda Miguel? Por que Miguel não joga? Por que Felipe Cardoso, Caio Paulista têm chance e Miguel só aquece?
Miguel Silveira dos Santos, capixaba, nascido em 26/03/2003 (17 anos) chegou ao Fluminense em 2013, com dez anos, pulou a etapa natural do Sub-11 para jogar pelo Sub-13, porque já chamava a atenção pela habilidade em idade tão precoce.
Logo se destacou, mas na subida para categoria Sub-15, seu pai e agente achou que o filho já era uma estrela ascendente e merecia um tratamento diferenciado.
Insatisfeito levou o pequeno Miguel para o Vasco da Gama, onde disputou as temporadas de 2015/16 na equipe Sub-15. Por lá, também teve bom desempenho, mas seu pai e agente queria que ele tivesse um tratamento diferenciado e outra vez entrou em atrito com os dirigentes, chegando às vias de fato com um dos filhos do então Presidente do clube, Eurico Miranda.
Sem ambiente depois do ocorrido, voltou ao Fluminense em 2017 para ainda jogar pelo Sub-15 tricolor. As temporadas 2017/18 foram maravilhosas para o garoto. Grandes atuações, títulos, convocações para seleções de base. Em 2018 marcou 13 gols em 18 jogos, atuando como meia ofensivo. Mais uma vez Miguel chamava a atenção e mais uma vez pulava etapas.
Embora ainda tivesse mais um ano de Sub-15, foi alçado ao grupo do Sub-17. Nesse time Sub-17, o Fluminense tinha uma das mais promissoras gerações formadas em Xerém. Miguel teve que dividir os holofotes, não tinha lugar cativo no time titular e sentia a diferença física de jogar contra garotos maiores. Novamente seu agente sentiu que era hora de intervir e buscou um contrato profissional para o garoto. Deixou de negociar com o dirigente responsável pela base, Marcelo Teixeira, que queria que o garoto tivesse uma sequência normal, e foi direto no presidente Abad.
Em junho de 2019, Abad anunciava um dos últimos feitos da sua gestão, o primeiro contrato profissional de Miguel, que ainda naquele ano foi alçado ao elenco profissional e tendo realizado quatro jogos, tornou-se o mais jovem jogador a vestir a camisa do Fluminense como profissional, dizem que com cláusula que obrigava o menino a ser alçado ao elenco profissional. Fato é que, pela necessidade de usar suas jovens promessas e pelas letras frias de um contrato ou não, o Fluminense foi levado a lançar seus garotos precocemente aos olhos do mercado consumidor de talentos.
Assim, Miguel continuava a pular etapas.
Na atual temporada, apesar da reclamação da torcida, o jovem Miguel tem seu maior aproveitamento. Foram até agora, 11 jogos e 456 minutos em campo (nove pelo estadual, um pelo brasileiro e um pela Sul-americana). Jogou 90 minutos contra o Boavista, 81 minutos contra o Bangu, 78 minutos contra o La Calera, 76 contra o Flamengo na nossa única vitória sobre o rival nesse ano entre as 11 participações.
A verdade é que Miguel, em sua sina de pular etapas, tem perdido a chance de se desenvolver em conformidade com sua idade, sua complexão física e maturidade psicológica.
Poderia estar jogando no Sub-20, ganhando cancha no vez ou outra no Sub-23.
Hoje, com o advento dos CTs, não sabemos mais como os jogadores estão no dia a dia, nos treinamentos, mas fato é que Miguel, nesse Brasileiro, não tem sido utilizado.
Não o vejo como solução para os problemas do atual time do Fluminense, o considero um jogador de recursos acima da média PARA SUA IDADE, mas não é um fora de série que justifique ultrapassar as categorias etárias.
Acho um desperdício não o vermos atuando pelas equipes da base, se desenvolvendo, corrigindo fundamentos, não sendo visto para convocações de seleções Sub-17, Sub-20.
Seu agente e pai não soube compreender o espírito do tempo. Não entendeu que a lua tem fases e não é à toa e que a única coisa que começa por cima é pintura de edifício.
Miguel tem contrato até 03/06/2022, valor de mercado estimado em 3,5 milhões de euros e multa rescisória de R$ 100 milhões para o mercado interno.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#ceedibilidade