O que dizer da derrota para o Fortaleza? (por Paulo-Roberto Andel)

Depois de uma partida como a deste sábado, sabendo da trajetória do Fluminense desde 2022, a primeira coisa é manter a serenidade. Foi um ponto, não há terra arrasada alguma e a disputa com o River Plate é um outro cenário.

Agora, a evolução mental exige reflexão, a começar pelo planejamento feito diante do Paysandu. Diniz já admitiu a barbeiragem na coletiva, sinal de bom senso.

Outra coisa importante, amigos: o sarrafo aumentou e muito. Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores não são o Carioca, por mais que este mereça nosso carinho.

Ainda no campo da reflexão: Fábio salvou o Fluminense de uma derrota que poderia arrasar o resto da temporada. Superou a atuação da final nos 4 a 1 e cumpriu sua melhor partida pelo Flu, em tarde-noite espetacular. Ainda assim, muito bem lembrado pelo Eric Costa e amigos, o goleiro não foi perfeito e o quarto gol demonstra isso. Não diminui em nada sua atuação e o saldo, diante do horror do jogo, foi absolutamente perfeito. Agora, admirar, aplaudir e elogiar não significa fazer vista grossa em toda e qualquer situação.

Se Fábio evitou o desastre monumental com sua grande atuação, não dá para deixar de falar do golaço de JK, no melhor estilo Romário – por favor, o estilo do gol. A cada dia demonstra que sua dispensa definitiva teria sido um erro grosseiro. Os dois jogadores se salvaram em meio ao caos de sábado.

Enfim, perdemos quando foi possível e a má atuação serviu para que os deslumbrados e pré-campeões desçam de seus saltos. O Fluminense pode brigar sim pelos três títulos que disputa, mas para isso terá que suar muito e jogar no limite. Quando acerta, nosso time dá gosto de ver, só que os grandes campeões precisam acertar muito por uma temporada inteira. Seguimos na torcida.

Agora é foco total na Libertadores, em um daqueles jogos de tensão máxima, Maracanã lotado e muita disputa. Não terá nenhuma moleza e, se o jogo for menos complicado do que parece, mérito do Fluminense. Assim seja. Que venha a terça.

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Longe de promover apedrejamento de quem quer que seja, mas uma pergunta cai bem: já passados alguns meses, o que podemos concluir da contratação do lateral Guga? Reforço, equívoco ou narrativa para facilitar a saída de Calegari?

Alan teve um início brilhante no Fluminense de 2009 e agora, 14 anos depois, voltou para encerrar a carreira. Informações da Rádio Globo RJ dão conta de que recentemente se cogitou uma nova cirurgia no jogador, descartada pelo clube em troca de um tratamento mais conservador. Antes de vir para o Fluminense, estava praticamente há um ano sem jogar.

Em tempo: o momento de Fábio é espetacular, mas em caso de contusão ou cartões, temos no banco de reservas dois goleiros que, se somados, não têm seis partidas profissionais.

Não dá para dizer ao pé da letra que é gestão planejada, por favor.

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Quem pode ser tão ignorante em acreditar num balanço com superávit, consolidado a partir de balancetes que possuem números ressalvados e, portanto, incapazes de serem confirmados por auditoria?

O momento do campo tem sido muito bom, esperamos que o Fluminense vá lutar pelos títulos, mas isso não pode significar analfabetismo nem incapacidade de interpretação de dados simples.

O campo vai bem, mesmo com o tropeço de ontem, mas fora isso há muita máquina de propaganda, fake news e argumentos esdrúxulos para tentar justificar o injustificável. Atenção, torcida, atenção! Torcer para o Fluminense não é fazer papel de idiota diante de fatos, nem abanar o rabo (ao menos para a maioria).

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Todos ao Maracanã na terça.