O Maraca e a poesia (por Marcus Vinicius Caldeira)

1984 – Capítulo 16 – O torcedor e o jogo

A obra do Maracanã é suspeita de corrupção e malversação do dinheiro público.

Num país sério deveria haver uma apuração rigorosa e, caso comprovado o fato, punição dos responsáveis.

Além disso, fui, sou e serei sempre contra a privatização de uma de nossas paixões: o Maraca. E espero que um dia ele volte para o poder público ou quem sabe seja entregue de fato aos clubes cariocas.

Ainda sim, foi uma bola dentro (mais uma dessa gestão) o acordo pelo uso.

Associar o estádio mais conhecido do planeta (mesmo com os problemas na obra) ao clube foi uma bola dentro. Além do que, já estive lá: o estádio está sensacional. Isso sem falar da localização sempre sensacional do estádio. Fazer um estádio nosso é um sonho distante!

Acordo de longo prazo (35 anos) com possibilidade de saída foi bom.

Temos obrigação de colocar 43.000 no Maracanã, para gerar a receita pro clube (não pagaremos pra jogar e até 43.000 a renda é nossa) e isso nos ajudar a sair do atoleiro financeiro em que ainda nos encontramos –  por gestões passadas.

Estou feliz por termos novamente uma casa pra jogar e agora associada de vez ao Fluminense. Mas nem por isso deixarei de criticar a obra e lutar pela revogação da privatização do estádio.

No mais, muito obrigado ao Vasco – que nos alugou São Januário nestes momentos difíceis – e Botafogo – que nos alugou o Engenhão onde fomos duas vezes campeões brasileiros.

Voltamos para o lugar de nunca deveríamos ter saído: o Maracanã!

Vejo vocês na rampa da minha querida e amada UERJ, dia 21 para o reencontro!

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Fui ousado e gostei.

A convite do nosso querido amigo e cronista da casa Walace Cestari, grande homem de letras, tive a oportunidade de publicar um poema em seu blog Transversos

http://transversos.wordpress.com/2013/07/10/poeta-especialmente-convidado-marcus-vinicius-caldeira/

“Marcus Vinícius Caldeira é um matemático ímpar. Luta por seus pares e organiza conjuntos para gritar contra as desigualdades.

Sempre atento ao xis da questão, soma-se às vozes dissonantes da sociedade, divide com todos as melodias de cavaquinho e multiplica os gritos de gols tricolores.

Canhoto por ideologia, demonstra destreza também a poesia. Um Neruda sem excentricidades, um olhar transverso para o reverso do mundo.

Uma rebeldia por verso. Em cada estrofe, uma revolução.”  (Walace Cestari)

Eu, a vida

Um dia a escuridão chega

Enquanto isso vivo o pôr do sol, a beleza, o vigor

A música, o vinho, o mar, o amar

Os amigos, a família, as crianças, o amor

Um dia a escuridão chega

Mas, por hora, faço coro com os indignados com exploração

Não aceito a opressão, a miséria, a chacina

Não me curvo ante o chicote e à capitalista carnificina

Um dia a escuridão chega

Enquanto isso, o sexo

Ah! O sexo!

Enquanto ela não chega

Tudo o que é meu é seu

E quando de fato ela chegar,

No último instante, poderemos suspirar;

“A vida, valeu”.

Marcus Vinicius Caldeira

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Visite http://transversos.wordpress.com/ e leia a poesia em riste de Walace Cestari!

1 Comments

  1. Melhor viver o que temos do que esperar eternamente pelo que sonhamos. Vamos fazer od limão uma limonada e curtir o novo Maracanã, nossa casa nos próximos 35 anos. Enauqnti isso, deixo apra as autoridades apurar e punir eventuais atos de corrupção ou improbidade.

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