O intervalo mágico no Engenhão do Flu (por Paulo Rocha)

Tão logo terminou o primeiro tempo do Clássico Vovô, confesso a vocês que fiquei aliviado. O motivo é simples: o Botafogo, tal nossa apatia, poderia ter feito uns quatro, cinco gols. O Fluminense foi um arremedo do time competitivo desta temporada. Mas após o intervalo, graças aos céus e principalmente a Abel Braga, tudo mudou.

A indignação de Abel com o pífio desempenho da equipe estava clara na feição do treinador à beira do gramado. O esporro que ele deu nos caras no vestiário deve ter sido antológico. E deu resultado, pois o Tricolor mudou da água para o vinho na segunda etapa.

O esporro não foi o único responsável pela virada. As duas substituições foram acertadíssimas. Wendel, que entrou na vaga de Luiz Fernando, fez com que tivéssemos saída de bola, transição. Na base do chutão não dava, principalmente contra um time de “vacas brabas” como o do Botafogo. Já Pedro, ao substituir a Henrique Dourada, conseguiu reter a bola no ataque – em breve o garoto será titular, merece muito.

Não há como deixar de falar sobre Richarlison. Com diria meu saudoso pai, o atacante “comeu o caroço”, infernizou a zaga alvinegra pelo lado esquerdo, fez dois gols e deu o passe para o de Renato Chaves, que decretou a virada e o placar de 3 a 2.

Pois é amigos, a torcida tricolor viveu uma noite de magia no Engenhão. Pena que não pude estar lá pessoalmente. É por este Fluminense que tenho orgulho de torcer e de transmitir a meu filho o mesmo sentimento. Foi nosso terceiro clássico no ano e o saldo é altamente positivo. Duas vitórias no tempo normal e uma nos pênaltis – esta última com direito a conquista de taça.

Afinal, aquela história de ser zoado até por botafoguense era uma piada com prazo de validade. Tremei rivais, o campeão voltou.

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A vitória tricolor não foi a única que temperou com magia a noite de quinta-feira. A goleada brasileira por 4 a 1 sobre o Uruguai, em Montevidéu, pelas Eliminatórias, abriu os trabalhos em alto estilo. Vencer esses escrotos é sempre bom, se bem que, agora, eles parecem ter aprendido a perder sem querer brigar ao final do jogo.

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Começa neste final de semana a temporada 2017 da Fórmula-1. As muitas mudanças feitas nos carros tornarão o panorama diferente dos últimos anos; embora Lewis Hamilton e a Mercedes continuem formando o conjunto a ser batido, me alegra ver a Ferrari no páreo. F-1 sem uma Ferrari forte não é F-1, assim como futebol sem um Fluminense vencedor não é futebol.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri 

Imagem: paroc