O Fluminense que eu gostei e o que ainda falta (por Crys Bruno)

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Oi, pessoal.

Ôôô, o Fluminense voltou. Foram apenas duas partidas, verdade. Ainda assim, contra uma equipe tradicional (Criciúma) e um clássico (Vasco), um peso acima do que seria enfrentar os times pequenos do Carioca.

Foram dois jogos da molecada que botei e boto fé, mas que não esperava tanta desenvoltura logo nos primeiros jogos. O encaixe das características do jogador é o principal para a construção de um time e, como previ, o meio-campo e ataque se completaram.

Isso tudo foi possível graças a Abel, não somente por sua liderança, autenticidade, sinceridade, virtudes já conhecidas por todos mas, sobretudo porque realmente, como ele falou, se permitiu estudar e essa paixão, esse comprometimento dele, no auge dos seus mais de 60 anos, é sensacional.

Seu time tem um desenho perfeitinho. Essa organização das linhas dá ao jogador o controle do seu espaço no campo, compacta o time, diminuindo tanto o desgaste físico como os erros individuais.

Por esses dois jogos, fiquei com a impressão que Abelão escolheu o Manchester de Alex Ferguson como referência, o 4-3-3 com pontas recuados formando o meio-campo, usando o primeiro volante (Orejuela) tanto como o quinto da linha defensiva quanto aquele que fecha na segunda linha do meio-campo.

Um time, portanto, mais organizado e distribuído, ponto chave para que “minha” molecada boa de bola se encaixasse e fluísse o futebol a ponto de nos encher de alegria. Voltamos a gostar de ver nosso Tricolor!

Mas ainda falta muito para o ideal. E o nosso calcanhar de Aquiles, o elenco, que ainda está em fase de desmanche e montagem, poderá trazer dor de cabeça e ressaca nesses primeiros meses do ano. O nível do banco para o setor defensivo está muito aquém.

Por exemplo, o zagueiro Henrique é o organizador da defesa. Se perdermos ele, Nogueira, muito jovem e Renato Chaves, com quem faz dupla, podem complicar por estarem ainda em busca de afirmação.

Na lateral direita, Renato é um reserva que notadamente sente o peso da camisa. Na esquerda, o Léo está segurando o rojão mas substituto para ele, hoje, só improvisando.

Tudo bem, setor defensivo, se dá um jeito, ainda mais com o time compactado, o nível é de razoável à ruim mesmo na maioria dos times dá para ir levando, mas não para jogos decisivos nem Brasileiro.

Se perdermos um dos volantes, suspensos ou algo assim, quem entra hoje como substituto não segura o rojão e ainda muda totalmente o estilo, o que deverá travar o time, como acontece quando usamos volantes que não sabem passar. Isso refletirá na atuação dos meias e aí, babau.

Por isso, um apelo para que possamos compor o elenco o mais breve possível antes que o time comece a oscilar. Já viram quantas partidas faremos só em fevereiro? Um absurdo! Então, as vitórias com boas atuações ajudam também à direção, dando tranquilidade. Mas tranquilidade não pode significar acomodação. Mãos à obra!

::Toques rápidos::

– E como foi bom ver o Cavalieri agredindo mais a bola. Torcendo muito para que nosso paredão volte de 2012!

– Lucas estreou muito bem. Pelo nível dos laterais, no país, e pior, no Fluminense, desde a saída do Mariano, afe, Lucas é um alívio.

– Ao lado do seu xará e de Cava, Henrique tem comandado a defesa. Os três são o suporte da experiência, fundamental para diminuir a ansiedade da “minha” molecada! Tranquilos e seguros.

– É lindo ver o Orejuela jogar. Ele me lembra os volantes modernos do anos 1980, risos. Pois é, comecei a ver futebol e tinha Delei no Fluminense, Adílio no “Mal”, Geovani no Vasco. Século passado, eu sei. A citação é só para o meu solitário alerta de anos: se Orejuela fosse brasileiro, magro daquele jeito, sem músculos, não chegaria no profissional, ainda mais que nas divisões de base, escolhe-se o jogador pelo físico e não pela técnica.

Precisamos, urgente, voltar a jogar como brasileiros, formar jogadores brasileiros e não alemães ou ingleses. Nossa anatomia é outra. Nossa queda na formação e revelação de talento tem sofrido uma queda profunda neste século. Temos que reverter isso urgentemente. A parte física é fundamental mas tanto quanto a técnica, que está sendo preterida há quase 20 anos.

– Pela explosão, Douglas foi escolhido para avançar mais. Começou muito bem o ano, mas a ele e ao Scarpa, eu faria um pedido: jogue simples.

– Henrique Dourado, eu falei, não foi? Mesmo ele não sendo tão ruim como foi ano passado, meu 9 seria o Richarlison, mas nem vou sonhar com isso porque é exigir demais do coração do Abelão.  O time é jovem e Dourado é a frieza necessária no ataque.

– Não chamarei mais Sornoza de Sornoza. Copiarei o Marcos Chaves, o Flu da Depressão: nosso camisa 20 se chama agora Shownorza!

– Agora, o mais importante: ABEL, DE JOELHOS LHE PEÇO: NUNCA MAIS TIRE O SORNOZA. Quando nosso comandante o tirou, colocando o Luiz Fernando no intuito de aumentar a marcação, perdemos a posse de bola e o setor para o Vasco.

Até o terceiro gol, o adversário estava muito próximo de marcar. Como era contra-ataque e, no segundo tempo, naturalmente, o jogo abre e se tem mais espaços, piorou ainda mais tirá-lo. Então, assim: tirar Shownorza é ilegal, imoral e engorda, Abelão! Proibido, falou?! (risos).

– Lucas Fernandes no banco sempre. É um jogador que abre espaços. Mesmo ainda não sendo o titular, é óptima opção para o segundo tempo.

– Volte logo, Pedro!

– Falando no nosso próximo artilheiro, um breve registro: o Resenha da Espn-Brasil com o melhor centroavante brasileiro que vi jogar, Careca, me encheu de emoção e beleza. É disparado o melhor, ou melhor, o único programa de futebol bom da TV.

– Já é! Hoje é dia de invadir Bangu, vencer o calor cruel e o Resende para o happy hour ser supimpa! “Vamos, vamos, vamos, Tricolor. “Ôh, ô, vamos Tricolor, ô” e Shownorza neles!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @CrysBrunoFlu

Imagem: crys

2 Comments

    1. Os três pontos na tabela só se tornam regulares com boas atuações, Gaia. Não se se sustenta com um time bagunçado e disperso.

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