Eu nós três jogando (Torcedor. Marcão e Fluminense)
Ah, Marcão! Quão longeva e identificada com nossas três cores é sua trajetória. Eu venho te felicitar sua atitude, mas também te pedir para olhar o som ao redor. Não dos que apequenam o clube diariamente, mas dos que assim como você, agigantam nosso pavilhão e buscam sempre o topo.
Confesso que não sou flor que se cheire, como sempre repetiu minha avó Marlívia. Do Rio de Janeiro estou te sacando, mas com muito orgulho e estima torcendo para que encontre com muito empenho e sucesso a melhor maneira de gostar do jogo, de gostar da bola e dar um banho de futebol em muitos treinadores que destilam arrogância mas não passam de esnobes.
Embora muitos Marcos Aurélios de Oliveira existam, só você é o Marcão, intelectual do futebol. Te chamam ébano, nascido em Petrópolis e radicado bem longe do centro da cidade mas se assemelhando em Santíssimo, bairro de geografia ícone com morros e vales (nosso domínio morfoclimático é chamado Mares de morros), casa de uma das principais fábricas de equipamentos industriais eletromecânicos, a EBSE.
Tu és o verdadeiro inspirador recente da alcunha ‘Guerreiro’, que muitas vezes se confundiu com seu nome de tanto que exalou e inspirou nossa Torcida, pois o couro que te cobre a carne não tinha planos em período muito triste de nossa secular história.
Mas preciso alertar com toda humildade e reconhecimento que, a seguir o modelo de Roger e outros treinadores, a sombra da neurose te perseguirá em tantos anos mais. Por isso, Marcão, mostra tua cara, liberte tuas idéias em campo, nos deixe reconhecer o Marcão nas jogadas e armações do nosso onze inicial e mais os bem-aventurados suplentes, deixe de ser o novo peregrino sábio dos enganos, pois assim seus atos durarão pouquíssimo tempo se tragando. Eu nós três jogando.
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Deslizes ou coincidências?
Semana que passou teve de tudo no Fluminense: vitória fora e dentro de casa, jogador contratado na era de Vice-Presidência do atual presidente ganhando processo milionário na justiça – mais um – dessa vez o inesquecível Felipe Amorim (quem é???) e a compra de metadinha de Caio Paulista por uma bagatela de quase R$ 8 milhões junto ao amigo empresário de velhas negociatas.
Uma música não sai da minha cabeça até agora e parece apresentar um perfeito resumo desse milk-shake Tricolor (pena não ser o de morango do Bob’s, a nova paixão do amigo e editor-chefe Paulo-Roberto Andel) que é Deslizes, composta por Michael Sullivan e Paulo Massadas:
“Não sei por que insisto tanto em te querer
Se você sempre faz de mim o que bem quer
Se ao teu lado sei tão pouco de você
É pelos outros que eu sei quem você é
Eu sei de tudo, com quem andas, aonde vais
Mas eu disfarço o meu ciúme mesmo assim
Pois aprendi que o meu SILÊNCIO vale mais
E desse jeito eu vou trazer você pra mim
E como prêmio eu recebo o teu abraço
SUBORNANDO o meu desejo tão antigo
E fecho os olhos para todos os teus passos
Me ENGANANDO, só assim somos amigos
Por quantas vezes me dá raiva te querer
Em concordar com tudo que você me faz
Já fiz de tudo pra tentar te esquecer
Falta coragem pra dizer que NUNCA MAIS
Nós somos cúmplices, nós dois somos culpados
No mesmo instante em que teu corpo toca o meu
Já não existe nem o certo, nem errado
Só o amor que por encanto aconteceu
E é só assim que eu perdoo os teus DESLIZES
E é assim o nosso jeito de viver
Em outros braços tu resolves tuas CRISES
Em outras bocas não consigo te esquecer”
E é assim que somos obrigados a engolir os teus DESLIZES. Ou serão somente COINCIDÊNCIAS?
Edgard, eu não sou o Marcão e estou aqui emocionadíssima! Deslizes, representando a nossa relação com o nosso amado Fluminense, foi apoteótico! Aplausos, na fila do gargarejo!