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Hoje, sábado, é véspera de um dia importante para a tradição judaico-cristã. A saída do povo judeu do jugo do faraó ou, para a maioria de brasileiros, a ressurreição daquele que foi o Salvador da humanidade, aquele que morreu para expiar nossos pecados.
Para nós, que temos o Fluminense quase como uma religião, também poderia ser um dia especial. A esta hora, junto com as cerimônias comuns e estes dias, estaríamos pensando qual seria a melhor escalação do time para a final do Campeonato Carioca, título que perseguimos desde 2013 e do qual já tivemos a hegemonia. Apesar da decadência, ainda é uma conquista importante e que nos daria moral para a continuidade do ano, fora o reforço financeiro, muito necessário neste momento de parcos recursos.
Mais uma vez, ficamos pelo caminho.
Teremos uma semana para nosso próximo desafio pela Sul-Americana e duas para o que mais importa, o Campeonato Brasileiro. É tempo de preparar o time para este difícil desafio e também, aproveitando a data, um momento de reflexão.
Está na hora de assumir de uma vez por todas: o elenco do Fluminense é fraco para o Campeonato Brasileiro. A eliminação precoce da Copa do Brasil e a forma como saímos da disputa do Carioca mostram claramente esta situação. Não se trata de profetizar catástrofe para o fim do ano, mas de evitar correr riscos desnecessários. Abel conseguiu montar um time competitivo, mas em um campeonato longo estaremos sujeitos a suspensões e contusões, sendo que ficou claro que o esquema se desmonta com a perda de alguns jogadores. Temos que contratar – para ontem! – jogadores experientes que entrem para ser titulares.
Também é tempo de se repensar a gestão do Fluminense. Não sou simpático a ideia de um clube gerido como uma empresa apenas pela sanha de buscar ganhos financeiros, de planilhar tudo em torno de custos e lucros. Nossos ganhos são os títulos e o retorno social. Mas certos princípios valem para qualquer instituição: cumprimento de metas, cobrança de resultados, governança e combate a desídia tem que estar presentes no dia a dia do clube. Existem pessoas capazes e interessadas em um Fluminense melhor, mas o ranço interno ainda é grande. Não conseguiremos mais sobreviver em uma estrutura feudal, onde cada grupo defende seus interesses em troca de afagos políticos e cabides de emprego.
A oposição precisa refletir sobre o quer do Fluminense. Torcer pela política de terra arrasada, do quanto pior melhor, para depois tentar entrar como grupo salvador, com o salvo conduto de “não tenho culpa, os problemas são das gestões anteriores”? Está na hora de se despir de vestais e entender que tudo passa pela política do clube e que a maioria, se não todos, que hoje reclama já teve participação no que temos até hoje. Brigar pelo poder apenas pelo poder é mais do mesmo, não contribui em nada. Tem gente boa na oposição, mas é necessário mudar o discurso.
A torcida não tem culpa. Sempre que o clube precisa e oferece condições, ela comparece e ajuda. Mas convido a uma reflexão: não estaria na hora de se tornar mais participativa e aumentar a adesão ao sócio-torcedor e, desta forma, influenciar nos destinos do clube?
Ainda temos o jogo da Sul-Americana, mas o período mais importante para o futebol começa no próximo dia 15. Temos que chegar nesta data como um Fluminense diferente do que temos hoje. É preciso mexer com os alicerces. Basta de comprometer nosso futuro.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @paulotiburciojr
#JuntosPeloFlu
Imagem: bit